Curiosidades

Estudo examina vestígios da megafauna e o papel do homem em sua extinção

0

Quando se fala em extinção em massa, logo nos vem à cabeça uma situação caótica e apocalíptica. Contudo, ela pode acontecer de maneira gradual e quase imperceptível. É justamente isso que a atividade humana está fazendo com várias espécies de plantas e animais. E o mais impressionante é que isso não é uma coisa nova.

Isso foi visto nesse estudo recente e pioneiro que mostrou que a mudança climática rápida junto com o surgimento da civilização humana pode ter causado a aceleração da extinção de animais da era do gelo no sul da Califórnia.

Há aproximadamente 13 mil anos, na paisagem sul-californiana existiam felinos dente-de-sabre, preguiças-gigantes e camelos americanos. Contudo, em um intervalo geológico curto, esses animais desapareceram. Esse desaparecimento foi um motivo de curiosidade dos cientistas por gerações.

Estudo

Tecmundo

Agora, os pesquisadores usaram vestígios esqueléticos encontrados nos La Brea Tar Pits e antigos sedimentos do Lago Elsinore para compreenderem o histórico arqueológico da região. Com isso, eles conseguiram traçar um panorama do declínio da megafauna.

O momento crucial para essa extinção parece ter coincidido com a chegada dos primeiros humanos na região e o começo de um clima mais quente e seco. Mesmo com ferramentas básicas e com uma população limitada, os seres humanos dessa época parecem ter transformado de forma radical o ambiente sul-californiano em menos de dois séculos.

“Os incêndios, claramente provocados por humanos, coincidem exatamente com o desaparecimento súbito da megafauna”, disse Emily Lindsey, autora principal e curadora dos La Brea Tar Pits.

A velocidade e magnitude dessa extinção ecológica antiga podem ser relacionadas com os desafios ambientais vistos hoje em dia mostrando as consequências potenciais do futuro. “Este estudo é um alerta enfático sobre como as mudanças climáticas podem transformar ecossistemas inteiros”, pontuou Jarmila Pittermann, fisiologista vegetal.

Extinção

Tecmundo

No estudo, os pesquisadores analisaram o colágeno preservado nos ossos. Com isso, eles conseguiram fazer uma datação precisa com radiocarbono. Como resultado, eles viram que depois dos 13 mil anos aconteceu um declínio grande na diversidade da megafauna. Depois dele, somente espécies adaptáveis, como os coiotes, continuaram existindo.

Além disso, através dos sedimentos do Lago Elsinore eles puderam ter um registro detalhado dos climas anteriores. Como resultado, eles viram que aproximadamente 13.200 anos atrás houve um aumento por conta de incêndios. Isso sugere um impacto humano crescente e também mudanças climáticas.

Por mais que entre 14 e 13 mil anos atrás a Terra tenha passado por um período naturalmente mais quente e seco, a chegada humana no sul da Califórnia colocou mais um fator na equação. Junto com a mudança climática natural, a ação humana pode ter colocado a base para a extinção ecológica.

Continuidade

Galileu

A Terra já passou por cinco grandes extinções, e o que muitos não sabem é que outra grande extinção está acontecendo nesse exato momento, mesmo que essa não seja algo tão óbvio quanto asteroides colidindo com o planeta. Centenas de espécies únicas e importantes de animais já desapareceram no século passado.

Ainda de acordo com os cientistas, essa não é a pior parte. No decorrer dos últimos anos, a comunidade científica está alertando para a aproximação da sexta extinção em massa. Contudo, uma descoberta recente que foi publicada na revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS) corrigiu esse alerta. A nova descoberta reviu o passado histórico do nosso planeta e constatou que a extinção que está acontecendo pode ser, na realidade, a sétima enfrentada pela Terra.

Segundo os pesquisadores da Universidade da California e da Virginia Tech, a primeira extinção em massa, que até o momento era desconhecida, aconteceu há 550 milhões de anos no período Ediacarano, que foi a última era antes do período Cambriamo, quando surgiram as linhagens biológicas que chegariam aos animais modernos.

De acordo com o estudo, as mudanças ambientais teriam sido responsáveis por extinguir aproximadamente 80% das criaturas do Ediacarano, que foram as primeiras formas de vida multicelulares complexas da Terra.

“Registros geológicos mostram que os oceanos do mundo perderam muito oxigênio durante esse período, e as poucas espécies que sobreviveram tinham corpos adaptados para ambientes com menos oxigênio. Nós estudamos a distribuição espacial dos animais ao longo do tempo, então sabemos que eles não se mudaram ou foram devorados, eles morreram. Demonstramos que houve uma verdadeira diminuição na abundância de organismos”, explicou Chenyi Tu, paleoecologista da UCR e um dos autores do estudo.

Para mostrar que essa teoria estava certa, os pesquisadores documentaram todas as informações conhecidas a respeito dos animais do período Ediacarano, como por exemplo ambiente, tamanho corporal, dieta, capacidades motoras e hábitos. Mesmo assim, ainda não está claro o que acarretou a queda dos níveis de oxigênio que foi o responsável pelo fim dessa era. No entanto, o certo é que as mudanças ambientais causaram esse fenômeno, da mesma forma que nas outras extinções que vieram depois.

extinção em massa mais recente da história do nosso planeta foi a que varreu os dinossauros da superfície terrestre há 66 milhões de anos. E antes disso, a maior parte dos seres do planeta desapareceu entre o período Permiano e Triássico, há cerca de 252 milhões de anos.

O que esse novo estudo alerta é que os efeitos vistos hoje em dia com a ação predatória humana podem ser o causador de um processo parecido. “Nada está imune à extinção. Podemos ver o impacto das mudanças climáticas nos ecossistemas e devemos observar os efeitos devastadores enquanto planejamos o futuro”, concluiu o geólogo Phillip Boan, também autor do estudo.

Fonte: Tecmundo,  MSN

Imagens: Tecmundo, Galileu

Qual o maior filme já feito? Conheça o longa com 35 dias de duração

Artigo anterior

Vídeo mostra resgate aéreo noturno após acidente com corintianos em MG

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido