Nesta terça-feira (13), o Instituto Adolfo Lutz confirmou a morte de um piloto de automobilismo por febre maculosa.
Douglas Costa, de 42 anos, e sua namorada, a dentista Mariana Giordano, de 36 anos, morreram na semana anterior após serem internados com alta febre e dores de cabeça.
O caso, que chamou atenção de especialistas, alerta sobre a doença, especialmente pela passagem do casal em uma fazenda de Minas Gerais, que pode ter exposição aos agentes infecciosos.
O que é febre maculosa?
A febre maculosa é uma doença infecciosa causada pela bactéria Rickettsia rickettsii.
É transmitida aos seres humanos por carrapatos infectados, principalmente o carrapato-estrela (Amblyomma americanum) nos Estados Unidos e o carrapato-estrela dos cães (Rhipicephalus sanguineus) no Brasil.
O diagnóstico da febre maculosa é feito com base nos sintomas clínicos, histórico de exposição a carrapatos infectados e exames laboratoriais para detectar a presença da bactéria Rickettsia rickettsii.
Se não receber diagnóstico rápido, a febre maculosa pode comprometer a imunidade e aquecer o organismo, levando-o a uma falha geral. Por isso, é importante ministrar os remédios precocemente.
Qual a relação com carrapatos?
A relação da febre maculosa com carrapatos é fundamental, pois esses parasitas são os principais vetores de transmissão da doença. A bactéria responsável é transmitida aos seres humanos por meio da picada de carrapatos infectados.
Existem diferentes espécies de carrapatos que podem transmitir a febre maculosa em diferentes regiões do mundo.
Esses carrapatos adquirem a bactéria ao se alimentarem do sangue de animais infectados, como roedores, cães ou outros hospedeiros selvagens.
Assim, quando um carrapato infectado pica um ser humano, a bactéria pode ser transmitida por meio de sua saliva para a corrente sanguínea da pessoa, resultando na infecção pela febre maculosa.
É importante observar que a transmissão da doença requer um período de tempo significativo em que o carrapato está preso à pele, geralmente por várias horas. Isso significa que a remoção rápida e correta do carrapato pode ajudar a reduzir o risco de infecção.
Quais os sintomas?
Os sintomas da febre maculosa geralmente começam a se manifestar dentro de 2 a 14 dias após a picada do carrapato infectado.
Os sintomas iniciais podem ser semelhantes aos de outras doenças, o que torna o diagnóstico inicial desafiador. No entanto, à medida que a doença progride, os sintomas típicos da febre maculosa podem se tornar mais evidentes.
Os sintomas iniciais da febre maculosa podem incluir:
- Febre alta: A febre é um sintoma comum e pode atingir temperaturas acima de 39°C.
- Dor de cabeça intensa: A dor de cabeça é um sintoma característico e pode ser debilitante.
- Calafrios: Sensação de frio intenso acompanhado de tremores.
- Dores musculares: Podem ocorrer dores nas articulações, músculos e dor nas costas.
- Cansaço e fraqueza: Sensação de fadiga extrema e falta de energia.
Casos mais graves
Posteriormente, à medida que a doença progride, outros sintomas podem surgir.
É comum ter erupção cutânea, uma característica marcante da febre maculosa.
Ela geralmente começa como manchas vermelhas ou rosadas nas extremidades, como pulsos e tornozelos, e se espalha para outras partes do corpo, como tronco, palmas das mãos e solas dos pés.
Além disso, traz náuseas e vômitos, perda de apetite e diminuição do interesse em comer.
Eventualmente, pode apresentar desconforto na região abdominal e, em casos mais graves, a febre maculosa pode afetar o sistema nervoso central, resultando em confusão, delírio, letargia e até mesmo coma.
Contudo, é importante ressaltar que os sintomas podem variar de uma pessoa para outra, e nem todas as pessoas afetadas pela febre maculosa apresentarão todos os sintomas mencionados.
Além disso, a gravidade dos sintomas pode variar de leve a grave, ocorrendo complicações graves se não tratar a doença precocemente.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da febre maculosa geralmente é baseado na combinação dos sintomas clínicos, histórico de exposição a carrapatos e resultados de exames laboratoriais. Os médicos podem solicitar exames para confirmar a presença da bactéria no organismo, como:
- Testes sorológicos: Esses testes procuram por anticorpos produzidos pelo sistema imunológico em resposta à infecção, com uso de anticorpos IgM e IgG.
- Reação em cadeia da polimerase (PCR): Essa técnica de laboratório serve para detectar diretamente o DNA da Rickettsia no sangue ou em outros tecidos do paciente.
Além disso, é importante informar ao médico sobre o histórico de exposição a carrapatos, incluindo visitas a áreas endêmicas, picadas recentes de carrapatos e atividades ao ar livre que possam ter aumentado o risco de contato com esses parasitas.
O tratamento da febre maculosa envolve o uso de antibióticos para eliminar a infecção bacteriana.
O medicamento mais comumente prescrito é a doxiciclina, com administração geralmente por via oral. No entanto, a doxiciclina é eficaz no tratamento da febre maculosa somente quando iniciada precocemente.
Além do tratamento com antibióticos, vale administrar cuidados de suporte, como hidratação e controle dos sintomas, como febre e dor.
Como evitar?
Por fim, para evitar a febre maculosa e picadas de carrapatos infectados, é fundamental seguir algumas dicas:
- Evite áreas infestadas por carrapatos, como matas fechadas e arbustos densos.
- Use roupas de proteção, como roupas de manga longa e calças compridas.
- Aplique repelente de insetos contendo DEET na pele exposta.
- Verifique seu corpo em busca de carrapatos após atividades ao ar livre.
- Remova carrapatos corretamente usando uma pinça fina.
- Cuide de animais de estimação e use produtos repelentes recomendados pelo veterinário.
- Mantenha o ambiente limpo e livre de áreas propícias a carrapatos.
Além disso, lembre-se de buscar atendimento médico imediatamente se suspeitar de febre maculosa ou desenvolver sintomas após uma picada de carrapato.
Fonte: GZH
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