Cientistas da Nasa informaram que detectaram uma distorção estranha e inexplicável na borda do Sistema Solar. A descoberta foi realizada através das ondas interestelares Voyager 1 e 2 e do satélite IBEX, da agência.
De acordo com os especialistas, o fenômeno está localizado na região da heliopausa, o limite entre a heliosfera (a bolha de vento solar que abrange o Sistema Solar) e o meio interestelar (o material entre as estrelas).
Enormes ondulações
A equipe de cientistas foi liderada por Eric Zirnstein, pesquisador em física espacial da Universidade de Princeton. Eles identificaram novos detalhes inesperados sobre essa zona.
As observações foram realizadas a partir de um pico na pressão dinâmica do vento solar que aconteceu durante alguns meses em 2014.
Ao analisar os dados obtidos pelos equipamentos da Nasa, os pesquisadores notaram que a superfície da heliosfera é distorcida por enormes ondulações que aparecem em um ângulo inclinado.
“Parece estar faltando uma força motriz para essa assimetria que está conectada ao vento solar e sua interação com o meio interestelar”, disse Zirnstein. “Outros sistemas estelares com astrosferas podem ser semelhantes em sua assimetria, mas tudo depende das propriedades da própria estrela e do meio interestelar ao seu redor”, completou.
As medições realizadas pelas sondas Voyager 1 e 2 também sugerem que a forma da heliopausa muda de forma significativa.
No entanto, os pesquisadores ainda não conseguem explicar o fenômeno. O envio de uma nova sonda em 2025 deve ajudar a solucionar o mistério.
Satélite da Nasa com “lanterna” buscará gelo no polo sul da Lua
Também recentemente, a Nasa divulgou que planeja lançar a missão Lunar Flashlight, um pequeno satélite que usará lasers para investigar água congelada nas crateras do polo sul da Lua.
O satélite tem tamanho parecido com o de uma maleta, e será lançado neste novembro com um foguete Falcon 9, da SpaceX.
De acordo com John Baker, gerente de projeto da missão, o lançamento colocará o satélite em uma trajetória de aproximadamente três meses até chegar à órbita da Lua.
“Depois, a Lunar Flashlight tentará encontrar a água congelada na superfície lunar, em lugares que ninguém mais conseguiu olhar”, explicou, em um comunicado.
A Lunar Flash
Depois do lançamento, a nave será guiada à Lua com a ajuda dos navegadores da missão. Logo em seguida, ela será atraída lentamente de volta para a Terra pela gravidade do nosso planeta e o do Sol.
Após isso, ela se acomodará em uma órbita de halo quase retilínea, a mesma que a Nasa planeja usar para a futura estação Gateway.
No ponto mais distante, a nave ficará a 70 mil km da Lua, e no mais próximo, a 15 km do polo sul lunar.
Esta será a primeira missão interplanetária que usará uma espécie de propelente “verde”, com transporte e armazenamento mais seguros que os compostos normalmente usados.
Além disso, a Lunar Flashlight também será a primeira missão que usará um reflectômetro com quatro lasers. Eles funcionarão como “lanterna” capaz de “iluminar” e sinalizar onde há gelo de água na Lua.
Os astrônomos acreditam que as moléculas de água vieram “de carona” em cometas e asteroides que atingiram a superfície lunar. Com o tempo, elas podem ter acabado se acumulando como camadas de gelo e armazenadas no interior das “armadilhas frias”.
Por isso, Barbara Cohen, investigadora principal da missão, junto dos demais membros da equipe, planeja coletar informações definitivas sobre a origem do gelo nas regiões em sombra permanente.
“Vamos poder correlacionar as observações da Lunar Flashlight com outras missões lunares, para entender o quão extensa é esta água e se ela poderá ser usada como recurso por futuros exploradores”, disse.
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