A ex-BBB Flayslane utilizou as redes sociais para desabafar, nesta terça-feira (17/5), sobre os efeitos do chip hormonal, também conhecido como “chip da beleza”, em sua pele. A cantora revelou que está com o rosto cheio de espinhas.
“Muita espinha? Destruiu minha pele. Agora não tem mais espinhas, estão só algumas manchinhas e estou tratando isso. Agora o efeito do chip acabou, graças a Deus. Nunca tive espinhas no rosto na minha vida inteira, nunca! Tive nas costas durante a puberdade. No rosto, nunca”, afirmou a ex-BBB.
Outros riscos do chip da beleza à saúde
Mesmo sendo popularmente chamado de “chip” o produto é na verdade um tubinho de silicone de cerca de 3 cm inserido no subcutâneo (gordura abaixo da pele) que libera diariamente hormônios no sangue.
O implante hormonal é geralmente vendido como uma forma para perder gordura corporal, aumentar a libido, definir a musculatura, disfarçar celulites, interromper a menstruação, entre outras vantagens. Por isso, o seu uso se torna tão tentador.
Efeitos colaterais
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) já se manifestou algumas vezes contra o uso de chips hormonais com objetivos estéticos. Em nota publicada no site da instituição, a SBEM declara que o uso dos implantes hormonais vem aumentando de “forma avassaladora”. Além disso, por serem produtos “customizáveis”, existem chances de super e subdosagem, sendo um dos efeitos colaterais do chip o aumento de acne.
De acordo com a entidade, os gestrinona e outros hormônios androgênicos podem causar acne, crescimento na oleosidade da pele, perda de cabelo, aumento dos pelos, mudança de timbre da voz e clitoromegalia (hipertrofia do clitóris).
Por que não usar o chip da beleza?
Segundo Fernanda Victor, médica endocrinologista e colunista do portal “Viva Bem”, o principal composto desses “chips” é a gestrinona. O hormônio sintético derivado da 19-nortestosterona pode aumentar os níveis de testosterona (hormônio masculino) no corpo da mulher.
Por causa dessa ação, a gestrinona é reconhecida internacionalmente como anabolizante e encontra-se na lista de substâncias proibidas no esporte pela Wada (da sigla em inglês Agência Mundial Anti-Doping), mesmo que ainda não esteja na lista atualizada (C5) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“A grande questão é que o uso (e abuso!) dessa substância, isoladamente ou em associação a outros hormônios, não está isento de riscos, que nem sempre são esclarecidos ao paciente”, informou a médica.
Também é importante destacar que a gestrinona não é produzida pela indústria farmacêutica brasileira e nem comercializada em drogarias comuns. Por isso, existe uma preocupação com o fato desses implantes serem fabricados em farmácias de manipulação, algumas vezes sem a garantia de um rigoroso controle de qualidade. É igualmente preocupante a falta de informações claras das substâncias e doses contidas na formulação.
Falta de estudos
Considerando essas escassez de estudos e de comprovação de segurança, assim como a falta de regulamentação pela Anvisa, o implante de gestrinona não é uma opção terapêutica reconhecida e recomendada pela Endocrine Society (Sociedade de Endocrinologia Americana), pela North American Menopause Society (Sociedade Americana de Menopausa, NAMS) nem pela Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
“Até o momento, não há estudos robustos que comprovem a segurança e eficácia dessas medicações a longo prazo. Além disso, não há padronização nas formulações, já que são apresentações customizadas sob a forma de manipulados, o que dificulta determinar a dose ideal para cada pessoa, bem como aumenta o risco de superdosagem”, explica a especialista.
A médica ainda relata que qualquer terapia envolvendo hormônios requer uma avaliação criteriosa e individualizada. Assim, é necessário levar em consideração a individualidade de cada paciente. Por causa disso, é recomendado um acompanhamento médico especializado.
“Esteja sempre alerta! Apesar de ser tentadora a ideia de inserir um ‘chip’ que garanta uma silhueta perfeita, será mesmo que compensa colocar a estética acima da sua saúde?”, finaliza a médica endocrinologista.
Fonte: Metrópoles, Viva Bem
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