Ciência e Tecnologia

Fundo de um antigo oceano envolve o núcleo da Terra

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De acordo com uma nova pesquisa publicada nesta terça-feira (5), descobriram como se classifica a camada localizada entre o núcleo da Terra e o manto, chamando de zona de velocidade ultrabaixa (ULVZ).

Sua constituição provém do fundo antigo do oceano que afundou gradualmente durante milênios.

Essa camada é consideravelmente densa e diminui a propagação de ondas sísmicas que chegam à superfície.

Samantha Hansen, geóloga e principal autora do estudo, afirmou que as investigações sísmicas fornecem uma imagem mais precisa e detalhada da estrutura interna do nosso planeta, revelando uma complexidade maior do que acreditava-se anteriormente.

Via Terra

Zona de velocidade ultrabaixa

De acordo com a pesquisadora, o estudo fornece informações valiosas sobre as conexões entre a estrutura superficial e profunda da Terra, bem como os processos que movem o planeta.

Utilizando sinais sísmicos, foi possível mapear toda a região, que se mostrou consideravelmente mais fina em comparação com outras camadas.

A pesquisa indica que a zona de velocidade ultrabaixa se originou a partir de antigos assoalhos oceânicos que afundaram em regiões de subducção, onde uma placa tectônica mergulha sob outra.

À medida que as placas tectônicas se moviam, porções do fundo do oceano foram acumuladas entre o manto e o núcleo, explicando as propriedades da ULVZ observadas na pesquisa, que se assemelham a montanhas com alturas que variam de 5 a 40 quilômetros.

Compreensão do núcleo da Terra

A fim de entender melhor a camada limite entre o núcleo e o manto da Terra, uma equipe de pesquisadores estabeleceu uma rede de 15 estações na Antártica.

A partir dessas estações, as ondas sísmicas geradas por terremotos em todo o mundo foram observadas, permitindo a criação de uma imagem interna detalhada do planeta.

Enquanto isso, através da análise de milhares de gravações sísmicas, foi possível detectar zonas anômalas de material fino no CMB em todos os locais estudados.

Via G1

A espessura do material varia de alguns quilômetros a dezenas de quilômetros, sugerindo a presença de montanhas no núcleo. Em alguns lugares podem ter altura até cinco vezes maior que o Monte Everest.

Edward Garnero, coautor do estudo, destaca a importância do método de imagem de alta definição utilizado pela equipe para identificar essas características únicas da camada limite.

Esses achados oferecem novos insights sobre a estrutura interna do planeta e os processos que ocorrem dentro dele.

A compreensão da camada limite entre o núcleo e o manto é crucial para desvendar a evolução da Terra ao longo do tempo. Assim, poderão entender as mudanças geológicas que ocorrem em nosso planeta.

Essa pesquisa destaca a importância da implementação de novas tecnologias e métodos avançados para a investigação de processos geológicos. Dessa forma, podem permitir a obtenção de informações mais precisas sobre o nosso mundo.

Importância

Via Forbes

Acredita-se que a zona de velocidade ultrabaixa tenha um papel importante na dissipação do calor do núcleo.

Essa camada também pode ser responsável por erupções vulcânicas que emergem das profundezas da Terra.

Além disso, os pesquisadores foram capazes de investigar em alta resolução o hemisfério sul do planeta. Assim, puderam examinar os ecos das ondas sísmicas geradas pela ULVZ. Esse é um avanço significativo na compreensão dessa camada.

Apesar dos avanços recentes na compreensão da zona de velocidade ultrabaixa, ainda é um assunto pouco explorado.

Isso porque não existem caminhos únicos na extensão geográfica, e o hemisfério Sul, por exemplo, não conta com tanta atividade sísmica.

Por isso, os pesquisadores estão trabalhando em novas tecnologias para investigá-la com mais detalhes.

Antes de publicar mais conteúdo, é importante avaliar cuidadosamente as descobertas e as implicações que elas têm para a nossa compreensão do planeta.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: G1, Terra, Forbes

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