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Grit: O jornal que vendia positividade

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Nos anos de 1960, um novo jornal era criado nos Estados Unidos (EUA), o Grit. Buscando se diferenciar dos consagrados Time ou Reader’s Digest, o Grit vendia manchetes de paz e positividade para a sociedade.

Conquistando os americanos, em 1969, o Grit conquistou a marca de 1,5 milhões de assinantes. Objetivando não produzir notícias sensacionalistas sobre a guerra, mesmo que muitas tivessem sido publicadas depois do seu lançamento, em 1880, o jornal produzia conteúdos considerados leves.

Vale reforçar que as colunas do Grit não apresentavam notícias sobre assassinatos, tragédias ou assaltos. Além disso, os colunistas não opinavam sobre as políticas recorrentes.

Todas as matérias deveriam ser boas. Tanto que o fundador, Dietrick Lamade, disse para sua equipe: “Sempre evite que Grit seja pessimista. Não faça nada que incentive o medo, a preocupação ou a tentação. Sempre que possível, sugira paz e boa vontade aos homens. Dê aos nossos leitores coragem e força para suas tarefas diárias. Coloque pensamentos felizes, alegria e contentamento em seus corações”.

Para Lamade, era importante se distanciar de conteúdos como os de Randolph Hearst, que chegou a ser acusado de apoiar a Guerra Hispano-Americana, devido às suas publicações sobre o conflito em Cuba. Dietrick, filho de imigrantes alemães, queria mudar o cenário da produção dos jornais.

Criação do Grit

Jamie, Flickr

Quando foi criado, o Grit era um jornal vendido para um público rural, por isso não despertava a atenção que Lamade desejava. Como uma forma de expandir a marca para o resto do país, o empresário teve a ideia de recrutar crianças para distribuir o jornal.

Visto que ele não tinha contato com esses jovens, ele colocou um anúncio em um período na esperança de achar pessoas que quisessem a função. Para as pessoas que se inscreveram, era necessário assinar o formulário de vendas semanalmente e usar um alfinete no peito. Além disso, o dinheiro coletado deveria ser enviado semanalmente ao Grit.

A divisão dos valores arrecadados era realizada da seguinte forma: para cada edição do jornal, que custava 10 centavos, o vendedor teria que mandar 7 centavos de volta para o Grit e ficava com o resto. No geral, uma criança vendia entre 5 e 450 cópias por semana.

Ascensão do jornal

Amazon

Entre os anos de 1932 e 1969, a circulação do Grit passou de 400 mil cópias para 1,5 milhão. Essa mudança contou com o trabalho de cerca de 30 mil crianças, que entregavam o jornal de porta em porta. Com essa estratégia, que foi considerada bem sucedida, o jornal foi um dos poucos nos Estados Unidos a não depender da publicidade para sobreviver.

Também é importante ressaltar que o Grit atingiu um público que antes não era explorado. Isso porque estima-se que 65% das cópias das suas cópias eram vendidas em cidades com população inferior a mil habitantes.

Apesar da aposentadoria de Lamade, em 1936, e sua morte aos 78 anos, em 1938, o jornal seguiu vendendo positividade pelo país.

Após a morte, o Grit foi herdado pelos filhos de Dietrick, George e Howard Lamade, e em seguida pelos netos. No entanto, devido a grande concorrência com outros meios de comunicação, acabou diminuindo os colaboradores e os lucros. 

Por isso, em 1981 a família Lamade vendeu o Grit para uma empresa norte-americana, após 97 anos sendo um negócio familiar. Já em 2006, o Grit abandonou o modelo de jornal e se tornou uma revista bimestral. Porém, o formato positivo segue até hoje.

Fonte: Mega Curioso, Mental Floss

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