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Igreja medieval usada como abrigo durante incêndio no Reino Unido fica intacta

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Enquanto incêndios avançam por partes da Europa, incluindo Portugal, Espanha e França, uma igreja medieval no Reino Unido se tornou abrigo para cidadãos da cidade de Wennington, no leste londrino, na última terça-feira (19).

A Igreja de Santa Maria e São Pedro é uma paróquia medieval que conseguiu ficar intacta depois de quase ser tomada por chamas. Nas imagens, é possível ver como a construção no Reino Unido se destaca ao lado da grama queimada.

O fogo se alastrou em decorrência dos ventos quentes em meio à onda de calor recorde de 40,3º C na terça-feira. Vale ressaltar que a Europa como um todo passa por um dos períodos mais quentes da história, com temperaturas ultrapassando 45ºC, por exemplo, na Espanha.

Sendo assim, uma característica marcante desses incêndios de “sexta geração” é a dificuldade de controlar as chamas. Apesar do empenho de quase 100 bombeiros, até 19 casas na aldeia foram destruídas pelo fogo. Algumas famílias relataram que “perderam tudo” no incêndio.

“Nós dissemos esta manhã ‘não temos nada, tudo se foi’. É um pouco desconcertante, mas eu digo apenas graças a Deus que estamos todos vivos e todos estão bem, você sabe”, disse o morador da cidade do Reino Unido, Timothy Stock para a Reuters.

Em relação a como os moradores conseguiram entrar na igreja medieval durante o incêndio, Stock disse: “Abrimos a igreja porque eu tenho as chaves, colocamos todos dentro, as pessoas estavam cobertas de fuligem, estavam bebendo água, mas então isso começou enchendo de fumaça, então tivemos que tirar todo mundo de novo”.

Incêndios na França

Sarah Meyssonnier

No sudoeste da França, perto da costa atlântica, um morador local descreveu as cenas como “pos-apocalípticas”. “Nunca vi isso antes”, disse Karyn, que mora perto de Teste-de-Buch, à agência AFP.

O incêndio nessa região e ao sul de Bordeaux devastou quase 10 mil hectares (100 quilômetros quadrados ou cerca de 10 mil campos de futebol). Portanto, uma equipe grande de bombeiros foi acionada, com aproximadamente 3 mil pessoas.

Christophe Nader e seu genro estão em um abrigo perto de La Teste-de-Buch, depois que foram forçados a abandonar a casa na aldeia de Cazaux, levando só a roupa do corpo.

Assim sendo, Nader disse à BBC que espera voltar para resgatar seu gato. Vale destacar que os resgates de animais estão sendo organizados, mas avançam em ritmo lento, segundo informações de Jessica Parker, da BBC. No mesmo abrigo temporário há centenas de outras pessoas.

“Tudo foi tão rápido — o fogo também foi enorme, enorme”, disse Manon Jacquart, 27, à BBC. Ela foi evacuada da área de acampamento em que trabalha na manhã de quarta-feira (13) e está dormindo em um abrigo perto de La Teste-de-Buch, na costa oeste da França.

A situação dos incêndios está preocupante por conta da onda de calor que atinge a Europa, com temperaturas que chegaram a 47ºC em Portugal e acima de 40ºC na Espanha. Isso porque a temperatura elevada deixa o campo seco, perfeito para o fogo se espalhar rapidamente.

Por conta desse calor, mais de 300 pessoas já morreram, segundo a agência de notícias espanhola. Efe. Gemma Suarez, uma agricultora espanhola evacuada de Casas de Miravete, chorou ao dizer à agência de notícias Reuters: “Que noite. Não dormimos a noite toda. Uma assistente social veio me ver para buscar meu tio idoso. Passamos a noite em Navalmoral, mas não dormimos nada. Nunca vi um incêndio tão grande.”

Queimada de sexta geração

As queimadas de “sexta geração” geralmente são devastadoras. Na Austrália, Estados Unidos e, agora, no sul da Europa, observa-se uma onda intensa de calor que alimenta esses incêndios. Vale destacar que esse tipo de fenômeno, como o que matou mais de 60 pessoas em Portugal, em 2017, está cada vez mais frequente.

Desse modo, o fogo se torna tão perigoso porque cresce de forma notável e parece resistir aos esforços dos bombeiros. Assim, a intensidade do fogo impede a aproximação das equipes, restando apenas torcer para uma chuva diminuir o problema.

Já o conceito de “geração” aplicado aos incêndios como os que atingem a Espanha diz respeito a como o fogo se comporta no terreno. No caso da “sexta geração”, a energia que o incêndio libera é tanta que consegue alterar o clima ao seu redor. Além disso, pode até gerar novos focos.

“É sabido que as condições climáticas podem aumentar o risco de incêndios e torná-los mais difíceis de extinguir. Mas a relação entre fogo e clima vai além. Os incêndios podem criar seu próprio clima, gerando nuvens pirocumulonimbus e tempestades”, explica o serviço meteorológico do governo da Austrália em seu site.

Fonte: G1

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