Um embate histórico está movimentando o setor de comunicação e tecnologia, visto que pode existir o banimento do iPhone de militares na Coreia do Sul.
A administração militar do País está considerando proibir o uso desses modelos por seus oficiais devido a preocupações com segurança de dados e vazamentos.
Segundo o jornal The Korea Herald, fontes internas indicaram que em 11 de abril um aviso foi enviado aos militares, alertando sobre a proibição de dispositivos que não permitem o controle total por parte de aplicativos de terceiros.
Os iPhones foram especificamente mencionados como exemplos de dispositivos que poderão ser banidos.
O foco da proibição parece estar em um aplicativo de terceiros desenvolvido pela National Defense Mobile Security, que restringe funções essenciais como câmera, internet e microfone nos dispositivos.
Uso de aplicativo em iPhone de militares
Atualmente, oficiais de alto escalão devem ter o aplicativo em seus celulares para acessar áreas sensíveis das bases militares. Quem utiliza o iPhone precisa deixá-lo na entrada.
A intenção é ampliar esta exigência para todas as unidades subordinadas militares, abrangendo um grupo que pode chegar a quase 500 mil pessoas.
Contudo, o iphone de militares atualmente impedem que aplicativos de terceiros controlem as funções essenciais do dispositivo, o que impossibilita o uso do aplicativo criado em 2013.
Inclusive, esse tipo de restrição é ilegal em alguns estados dos Estados Unidos, como a Califórnia.
Enquanto isso, os smartphones que utilizam o sistema operacional Android permitem tais restrições e, portanto, receberiam autorização para uso pelos militares, teoricamente.
Isso abrange smartphones e relógios de várias empresas, incluindo a marca local Samsung.
Críticas
A exigência de instalação do aplicativo já recebeu críticas como uma restrição excessiva aos direitos humanos pela Comissão Nacional de Direitos Humanos da Coreia.
Como resultado, a entidade sugeriu que essa regra atinja apenas aos oficiais de patente mais alta.
O Korea Herald também observou que essa iniciativa pode “ampliar a disparidade entre os usuários de Android e iPhone para militares no futuro”.
Essa situação ficaria ainda mais grave com a possibilidade recentemente cogitada pelo ministro da Defesa da Coreia de estender o horário para o uso de celular pelos militares de três para 15 horas diárias.
Rigidez
Essa restrição curiosa sobre o iPhone dos militares pode parecer estranha, mas não é uma surpresa.
Isso porque o Exército sul-coreano é conhecido por sua rigidez e altos padrões de exigência entre os associados e também entre os civis que possuem alguma relação com a instituição.
E não apenas quanto à postura, vestimenta e comportamentos, mas também pequenos detalhes, como o telefone que se usa e aplicativos de rastreamento.
Por conta disso, qualquer nova exigência, por mais mínima que seja, geralmente levanta discussões e debates na internet, entre usuários do ocidente que não conhecem, ou se familiarizam, com a forma que o exército funciona.
Agora, esta medida de proibição de iPhone para militares oficiais, juntamente com a obrigatoriedade de instalar um aplicativo específico nos smartphones, reflete a preocupação com a segurança e o controle das informações sensíveis nas bases.
Por outro lado, essas políticas também podem gerar controvérsias e questionamentos sobre questões de privacidade e liberdade dos membros das Forças Armadas.
E uma vez que o modelo acaba trazendo padrões norte-americanos, torna-se inviável para o uso entre os oficiais que precisam desse monitoramento de seus superiores.
Não é costume que muitas informações internas vazem para a mídia, e civis podem não conseguir acompanhar o desdobramento dessa exigência. Contudo, é algo que exemplifica os padrões e a rigidez de uma cultura muito diferente da que vivemos atualmente.
Fonte: Canaltech