Ciência e Tecnologia

James Webb celebra dois anos do seu lançamento com belas imagens de Urano

0

Para comemorar seu segundo aniversário de atividade, o Telescópio James Webb (JWST), que começou a navegar pelo universo no Natal de 2021, trouxe alguns presentes para seus admiradores, incluindo imagens das luas de Urano.

Muitos consideram esse como o planeta mais incomum do Sistema Solar pelas suas características únicas.

Como bola de uma grande árvore de Natal cósmica apagada, o gigante gelado aparece com seus anéis mais escuros e compactados, 14 das suas 27 luas, tempestades, características atmosféricas e uma calota polar sazonal.

Além disso, também possui uma cor azul-esverdeada única, que existe por conta do metano na atmosfera, e, claro, o eixo “deitado” de 98 graus.

Essas e outras imagens foram possíveis graças aos quatro filtros do James Webb. Ele usou sua NIRCam avançada, com dois recursos a mais do que as imagens que ele compartilhou no início do ano.

Agora, relevaram detalhes no espectro do infravermelho próximo nas tonalidades F140M (azul), F210M (ciano), F300M (amarelo) e F460M (laranja).

Os estranhos anéis de Urano

Via Lorena

Em meados da década de 1980, a sonda espacial Voyager-2 capturou Urano em comprimentos de onda visíveis, apresentando-o como uma esfera azul sólida e compacta.

Contudo, ao utilizar os filtros infravermelhos do JWST, detalhes inéditos dos anéis do planeta foram desvelados. Estes anéis revelam-se em dois conjuntos distintos: um sistema interno composto por anéis estreitos de tonalidade cinza-escuro, e dois anéis externos, um de coloração avermelhada e outro azul.

Organizados por proximidade com o planeta, os anéis recebem designações de letras gregas e números, como Zeta, 6, 5, 4, Alfa, Beta, Eta, Gama, Delta, Lambda, Epsilon, Nu e Mu. Alguns dos anéis mais amplos encontram-se envoltos por cinturões de poeira fina.

Além disso, as recentes capturas do JWST possibilitaram observações inéditas do notável Anel Zeta. Esse é o anel mais longo, e fica mais próximo ao planeta, com uma largura de 6,2 mil quilômetros.

A imagem também proporciona a visualização de uma das características atmosféricas mais marcantes de Urano: sua cobertura sazonal de nuvens no polo norte.

Em comparação com as imagens divulgadas no início deste ano, os detalhes do “boné” tornam-se mais evidentes, destacando uma calota interna branca e luminosa, juntamente com uma faixa escura inferior.

As luas de Urano

Enquanto isso, as recentes imagens do JWST também revelam as 14 luas de Urano, identificadas na foto acima.

Essas luas receberam nomes inspirados em personagens das peças do renomado dramaturgo britânico William Shakespeare.

Por isso, inclui nomes como Oberon, Titânia, Umbriel, Julieta, Perdita, Rosalind, Puck, Belinda, Desdêmona, Cressida, Ariel, Miranda, Bianca e Portia.

Uma peculiaridade adicional é que, devido à rotação lateral do planeta, o hemisfério oposto ao Sol mergulha em um inverno extremamente frio e escuro durante um quarto do ano uraniano.

Assim, considerando que cada ano em Urano equivale a 84 anos terrestres, esse inverno se estende por 21 anos.

Sobre o James Webb

O Telescópio Espacial James Webb é uma das conquistas mais notáveis da astronomia moderna.

Lançado no Natal de 2021, o JWST representa uma colaboração internacional surpreendente. Afinal, envolve a NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadense (CSA).

Este telescópio espacial é projetado para operar no infravermelho, permitindo observações mais precisas e detalhadas de objetos celestes.

Via Terra

Sua tecnologia avançada e capacidades únicas o tornam uma ferramenta essencial para explorar o universo em diversas áreas. Desde a formação de estrelas e galáxias até a caracterização de exoplanetas, ele contribuiu.

O JWST também é notável por seu grande espelho primário, composto por 18 segmentos hexagonais dourados, que juntos formam um refletor com cerca de 6,5 metros de diâmetro.

Essa impressionante abertura proporciona uma sensibilidade sem precedentes no infravermelho, permitindo a observação de objetos astronômicos distantes e fracos.

Além disso, o telescópio possui instrumentos avançados, como o Near-Infrared Camera (NIRCam), que permite observações em diferentes filtros infravermelhos, revelando detalhes ocultos nos objetos cósmicos.

O JWST também tem o Near-Infrared Spectrograph (NIRSpec), que analisa a luz infravermelha para desvendar informações sobre a composição química e física de objetos astronômicos.

O principal objetivo é responder a perguntas fundamentais sobre a origem do universo, a formação de estrelas e galáxias, e a possibilidade de vida em outros planetas.

Seu lançamento marcou um novo capítulo emocionante na exploração espacial e na busca pelo entendimento mais profundo dos mistérios do cosmos.

 

Fonte: Tecmundo

Imagens: CNN, Lorena

NASA transmite vídeo de gatinho das profundezas do espaço; entenda

Artigo anterior

Brasil salta duas posições e se torna a nona economia do mundo em 2023

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido