Ciência e Tecnologia

Japão pode se tornar quinto país a pousar na Lua nesta sexta (19)

0

Continuando com a intensa série de missões lunares não tripuladas, é agora a vez da Jaxa, a Agência Espacial Japonesa. Ela planeja realizar sua tentativa de efetuar um pouso suave na Lua.

Se bem-sucedida, o Japão se tornará o quinto país a conquistar essa proeza, seguindo os passos da Rússia (então parte da antiga União Soviética), Estados Unidos, China e Índia.

A sonda Slim (acrônimo para Smart Lander for Investigating Moon, ou Pousador Inteligente para Investigação da Lua) marca a primeira iniciativa oficial japonesa para realizar uma alunissagem.

A tentativa acontece após anos da bem-sucedida missão orbital de mapeamento lunar com a espaçonave Selene (também conhecida como Kaguya), que operou entre 2007 e 2009.

Nova tentativa

Via Nasa

Entretanto, esta não é a primeira tentativa da Agência Espacial Japonesa de pousar um artefato na Lua. No ano anterior, a empresa japonesa ispace não obteve sucesso em sua tentativa de alcançar a superfície lunar com seu módulo Hakuto-R. Por isso, inaugurou uma série de missões privadas que incluiu o lançamento do módulo Peregrine, da empresa americana Astrobotic, em 8 de janeiro deste ano.

O módulo enfrentou uma complicação em seu sistema de propulsão, com a ruptura de um tanque e vazamento de propelente, resultando na condenação da missão.

Incapaz de efetuar o pouso lunar e com o objetivo de evitar a geração de detritos espaciais no espaço cislunar, a Astrobotic optou por direcionar a espaçonave em uma trajetória de retorno à Terra. Em seguida, ela será consumida pela atmosfera, marcando o evento para esta quinta-feira (18).

A Jaxa mantém a esperança de obter sucesso com a Slim, buscando não apenas demonstrar a capacidade de aterrissar na Lua, mas também fazê-lo com um nível de precisão nunca antes alcançado.

Embora alunissagens com precisão razoável tenham ocorrido no passado, como no notável caso da Apollo 12, que pousou a menos de 200 metros da sonda Surveyor 3, então comandada por um ser humano, Pete Conrad, em novembro de 1969.

Estratégias da Agência Espacial Japonesa

A Slim visa elevar essa capacidade a um novo patamar, almejando um pouso a menos de 100 metros de um alvo designado. “O pouso de precisão é uma tecnologia imperativa para a próxima geração de exploração lunar”, afirma Shin-ichiro Sakai, gerente do projeto Slim na Jaxa.

A tecnologia de alunissagem é crucial para acessar locais de difícil alcance. São neles que existe um considerável interesse científico ou a possibilidade de explorar recursos naturais, como o gelo de água.

Os japoneses esperam demonstrar essa capacidade por meio de uma missão com uma nave leve, não tripulada e de custo relativamente modesto. Estima-se que a agência japonesa tenha investido cerca de US$ 120 milhões no projeto.

Com uma massa modesta de 590 kg, a Slim foi lançada ao espaço em 6 de setembro de 2023. O resultado veio através de um foguete H-IIA, partindo do Centro Espacial de Tanegashima.

Seguindo uma trajetória de baixa energia em direção à Lua, a sonda entrou em órbita ao redor do satélite natural em 25 de dezembro. Até o momento, tem operado conforme o previsto.

No último domingo (14), a espaçonave concluiu com sucesso a manobra de circularização de sua órbita. Dessa forma, estabilizou-se a uma distância aproximada de 600 km da superfície lunar.

A partir desse ponto, a sonda realizará manobras para gradualmente reduzir o perilúnio até alcançar meros 15 km da superfície. Esse é o ponto de máxima aproximação com a Lua.

Por volta do meio-dia desta sexta-feira (19), a nave iniciará seu procedimento de descida em direção à cratera Shioli. Ela está situada próxima ao equador lunar, prevendo que a operação seja concluída em cerca de 20 minutos.

Via Jaxa

Pouso

O módulo de pouso adotará uma estratégia inédita, em que a descida ocorrerá verticalmente, e somente após o contato das pernas traseiras com o solo é que o veículo se assentará na horizontal.

Se tiver sucesso, essa manobra permitirá que a Slim libere dois pequenos rovers. Um deles será uma réplica do módulo Hakuto-R durante a tentativa frustrada de alunissagem no ano anterior.

Com essa abordagem, a Agência Nacional Japonesa busca equiparar-se à Isro (Agência Espacial Indiana), que cativou o mundo com seu bem-sucedido pouso lunar em 23 de agosto do ano passado, por meio da missão Chandrayaan-3. Contudo, esta certamente não será a última tentativa de alunissagem neste ano.

A empresa americana Intuitive Machines planeja sua primeira tentativa em fevereiro, enquanto a China está programada para lançar sua missão Chang’e-6 em maio, com o objetivo de ser a primeira a coletar amostras do lado afastado da Lua.

A Astrobotic tinha um segundo lançamento previsto para o final deste ano, mas, diante da falha do Peregrine, não está claro se manterá o cronograma original.

 

Fonte: Folha de São Paulo

Imagens: Nasa, Jaxa

Saiba se energéticos realmente funcionam e os riscos de misturá-los com álcool

Artigo anterior

O plano da Amazon para criar uma ‘super Alexa’

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido