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Saiba se energéticos realmente funcionam e os riscos de misturá-los com álcool

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As bebidas energéticas são aquelas açucaradas e cheias de cafeína que se tornaram muito populares nos últimos anos. Mas, com isso, também veio o alerta sobre o consumo exagerado dessas bebidas, e os riscos à saúde associados a esses estimulantes. Para se ter uma noção, a quantidade de energético que cada brasileiro toma por ano é quase um litro.

Levando em consideração somente os adultos, para quem a bebida promete melhorar a concentração e o rendimento nas atividades físicas, o consumo é ainda maior. E o número só está aumentando.

Para se ter uma ideia, em uma década, o crescimento na produção de energéticos aumentou 200%. De acordo com os dados mais recentes, em 2021, o volume nacional chegou a 185 milhões de litros por ano. Quem fez os cálculos foi a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas não Alcóolicas (ABIR).

Segundo especialistas, esse consumo elevado tem relação com uma mistura perigosa de energético com álcool. Isso porque, conforme mostram pesquisas, a cafeína do energético acaba mascarando o efeito letárgico do álcool e encoraja as pessoas a beberem mais e terem comportamentos de risco, como dirigir depois de beber.

Em 2010, a Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória norte-americana, reconheceu o perigo da mistura de energético com álcool e até proibiu a venda de produtos que tivessem essa mistura.

Outro alerta sobre os energéticos é que eles dão a uma pessoa a metade da recomendação diária de açúcar em somente uma latinha. Além disso, em determinadas marcas, o principal ativo, que é a cafeína, está bem perto do limite recomendável de 400 miligramas por dia.

Energéticos funcionam?

BBC

De acordo com os especialistas, os energéticos realmente funcionam por conta de duas substâncias: a cafeína e o açúcar. Isso porque o açúcar é transformado em glicose e isso gera energia.

Enquanto isso, a cafeína atua no sistema nervoso central. Como suas moléculas são parecidas com as de adenosina, um neurotransmissor que é liberado à medida que a pessoa gasta energia e dá sinais de cansaço, ela acaba confundindo o cérebro e bloqueando a adenosina. Como resultado, a pessoa fica no estado de alerta.

Além deles, algumas marcas dizem ter a taurina, que é um aminoácido existente em grande quantidade no corpo, especialmente nos músculos, cérebro e olhos. E mesmo que vários energéticos tenham quantidades grandes dessa substância, não existe um consenso científico a respeito da função desse estimulante.

É a melhor opção para quem quer energia?

Por mais que os energéticos entreguem o estímulo que eles prometem, os especialistas dizem que eles não são a melhor opção. De acordo com o educador físico Bruno Gualano, que é professor do Centro de Medicina do Estilo de Vida da Faculdade de Medicina da USP, por conta do teor alto de açúcar que a bebida tem, o mais recomendável é uma xícara de café.

“O mecanismo de ação estimulante é o mesmo, que é a cafeína. Não existe evidência de que o energético seja superior ao café. E essas bebidas ainda têm uma quantidade enorme de açúcar. Então, com isso, o café é a melhor opção”, explicou.

Conforme pontua o médico neurologista Marcel Simis, diretor da Associação Paulista de Neurologia, também é necessário ter cuidado com a dose. Já que tomar várias latas de energéticos pode ser prejudicial.

“Os jovens que buscam a cafeína para melhorar desempenho precisam saber que, em excesso, ela, na verdade, piora o desempenho. As doses altas podem gerar o vício e, com ele, as crises de abstinência de café. Os sintomas são a irritabilidade e a fadiga, que é o efeito contrário que quem toma busca”, disse ele.

Mistura com álcool

Saúde & Vitalidade

Mesmo que seja uma mistura comum, ela é perigosa. Isso porque a cafeína e o álcool têm efeitos opostos e, como vários estudos já mostraram, quando elas são juntadas, as substâncias causam reações graves.

Uma delas é que o estimulante da cafeína neutraliza o efeito sedativo do álcool, como consequência isso dá uma sensação falsa de sobriedade. Por isso que a pessoa ingere ainda mais a bebida alcoólica.

Outro problema é a exposição a comportamentos de risco. O álcool por si só já tira a inibição, e isso é reforçado pela cafeína. De acordo com estudos, isso faz com que as pessoas fiquem mais propensas a comportamentos de risco, como por exemplo, se envolver em brigas, fazer sexo desprotegido, dirigir alcoolizado, entre outros.

“O álcool tem efeito depressor, atua inibindo a atividade do lóbulo frontal no cérebro, que controla os nossos impulsos. Por isso, a pessoal alcoolizada fala o que não queria [se estivesse sóbria], fala alto, fica mais agressiva. O julgamento dela piora e, então, se coloca em risco. Isso, combinado com a bebida estimulante, aumenta o potencial de a pessoa se colocar em risco porque o efeito depressor do álcool é mascarado”, concluiu Simis.

Fonte: G1

Imagns: BBC, Saúde & Vitalidade

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