Curiosidades

Lágrimas de sangue, um caso clínico raro e incomum

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Recentemente, uma jovem de apenas 25 anos resolveu buscar ajuda médica após perceber que seu ciclo menstrual havia ocasionado uma enxurrada de lágrimas de sangue. O caso, obviamente, surpreendeu os especialistas, pois, conforme apontou os resultados dos exames, a jovem tornou-se foco de uma convergência altamente incomum de duas raras condições.

Lágrimas de sangue e menstruação vicária

O ciclo menstrual da mulher em questão desencadeou um sangramento cíclico fora do útero, conhecido como menstruação vicária e, com isso, acabou provocando também a hemolacria – ato de chorar sangue. Ambas as condições ocorrem por inúmeros motivos, os quais variam de pessoa para pessoa.

Embora o caso das lágrimas carmesim da mulher em questão tenha deixado os médicos em estado de alerta, os profissionais, após realizarem uma bateria de exames, descobriram que a situação não exigia uma intervenção de urgência. E foi exatamente neste momento que o caso se tornou curioso.

Como os resultados mostraram que não havia qualquer sinal de anormalidade nos seios da face da jovem, bem como nos dutos lacrimais, os médicos identificaram a menstruação vicária. A condição, conforme apontam os especialistas, é responsável por provocar sangramento no nariz, orelhas, pulmões, mamilos e intestinos – mas não nos olhos.

Como a hemolacria – condição ocasionada por doenças do aparelho lacrimal – foi provocada pela menstruação vicária, o caso acabou transformando-se em objeto de estudo. A jovem foi tratada com anticoncepcionais orais e, após três meses de terapia hormonal, não teve mais nenhum incidente envolvendo sangramento.

Pesquisa

Publicado na revista BMJ Case Reports, o estudo revelou que certos tipos de tecido ocular podem ser afetados por alterações hormonais; por exemplo, a curva e a espessura da córnea podem variar “durante as diferentes fases do período menstrual, gravidez e lactação”, o que poderia explicar porque a menstruação da mulher desencadeou sangramento nos olhos.

“Este é um caso clínico raro e incomum”, escreveram os médicos, acrescentando que não havia nada semelhante descrito em qualquer literatura científica recente. Por ser algo único, mais pesquisas devem ser realizadas pelos profissionais envolvidos.

Casos

De acordo com o portal de notícias Olhar Digital, em junho de 2020, uma garota de 11 anos da Índia apresentou o mesmo quadro que a mulher que citamos em nossa matéria. O caso, que aconteceu na cidade de Nova Déli, também foi relatado em uma edição da revista BMJ Case Reports.

O fenômeno, se houvesse ocorrido em outro período da história, provavelmente seria atribuído como sobrenatural. Obviamente, isso dependeria muito da cultura local. No entanto, com o avanço da medicina, a hemolacria acabou sendo desvendada, bem como as diversas provaveis causas.

Outro caso que chamou bastante atenção envolvendo a condição foi o de um norte-americano de 52 anos. O sujeito apresentou o mesmo quadro clínico em 2018. O caso acabou sendo relatado em um estudo publicado no New England Jornal of Medicine.

O que torna ambos casos intrigantes é o fato da menina e do americano não terem relatado “nenhum trauma orbital, ocular ou nasal, assim como nenhuma história hemolacria, epistaxe, sangramento gengival ou hematomas faciais”.

Uma série de exames clínicos precisos revelou que ambos indivíduos foram acometidos por uma hiperemia conjuntival, ou seja, um aumento do fluxo sanguíneo ocasionado por uma conjuntivite.

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