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Luca Kumahara é o primeiro atleta trans da história do tênis de mesa

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O sobrenome continua, mas a vida agora será diferente para Luca Kumahara, o segundo maior atleta da história do tênis de mesa feminino do Brasil. Antes de sua transição de gênero, Luca disputou os Jogos Olímpicos de Londres em 2012, no Rio de Janeiro em 2016, e em Tóquio em 2020 sob o nome de Caroline Kumahara.

Com três Olimpíadas disputadas e diversas medalhas no tênis de mesa, Luca Kumahara é uma das referências da categoria feminina. Quem o acompanha nas redes sociais, já deve ter notado que por meio de seus post o atleta já fala no masculino.

De acordo com o Globo Esporte, Luca se preocupou em comunicar todas as pessoas próximas, os atletas, a sua confederação. Há meses o assunto vem sendo tratado internamente e ele foi acolhido durante todo o processo.

Em entrevista ao GE, Luca Kumahara contou que desde a infância se sentiu como um menino.

“Para mim a palavra transição é até um pouco fora do contexto. No termo, ela faz sentido, mas para mim, no meu caso, eu nunca me entendi como menina, eu nunca me senti uma menina. Então, desde criança, desde as primeiras lembranças que eu tenho, eu sempre me senti um menino. Eu não tive essa fase do “será”? Teve a fase do tentar me encaixar no que socialmente é mais aceito, a cis-heteronormatividade, mas eu sempre me senti um menino mesmo, desde criança. Eu não tive o sofrimento, essa passagem de dúvida. Sempre foi uma certeza pra mim. A única coisa que mudou de uns tempos para cá foi ter contato com informações e conhecimentos.”

Apoio Total

Foto: Reprodução/ Yahoo

São comuns os casos de pessoas trans não serem bem aceitas. No entanto, para Luca Kumahara, o cenário foi o oposto. Ele contou com o apoio dos pais, dos irmãos, dos amigos e de todas as pessoas próximas.

“Eu acho que eu tenho um privilégio muito grande de ter pessoas ao meu redor muito tranquilas em relação a isso e a cada vez mais eu venho descobrindo que eu tenho mais e mais pessoas, que eu não imaginava que ia ser tão tranquilo. Isso me dá uma confiança e tranquilidade para seguir adiante com toda essa questão da transição.”

Dentro do ambiente de trabalho, Luca também foi apoiado pelos treinadores, atletas, comissão e até internamente na Confederação.

“Ele contou com um sorriso no rosto. Se ele está feliz, eu também fico feliz por ele. É difícil o processo de adaptação do nome, falei para ele, mas acho que todo mundo consegue se adaptar. Ele contou para equipe, e eu vi que todo mundo ficou feliz. Eu sinto que dá um gás a mais. Ele está mais livre, consegue fazer as coisas sem receio, me deixa bem”, disse a atleta Laura Watanabe.

Paris 2024

Foto: ADEK BERRY/ AFP via Getty Images

Luca Kumahara objetiva buscar uma vaga com a equipe feminina para as Olimpíadas de Paris 2024. Em relação à sua carreira como atleta, tendo um ciclo tão curto, ele não irá fazer nenhum procedimento, por enquanto, o que faz com que nada mude para a disputa. 

No entanto, ele busca oficialmente a mudança de nome para ser tratado da forma correta.

“Eu ainda tenho objetivos para cumprir com a seleção brasileira feminina. Tenho uma ideia de hormonizar, mas ainda não sei quando e não quero traçar algo, porque pode mudar com o tempo. Então quero cumprir com meus objetivos com a seleção. Quero continuar contribuindo como puder, o máximo que eu puder e depois a gente vê o próximo passo.”

Jogar no masculino

Luca Kumahara também contou que deseja competir um dia no time masculino. “A minha ideia era tornar público só quando esse dia chegasse”.

O atleta ainda apontou que tornou a decisão pública para diminuir o desconforto de ainda não poder jogar no masculino menor.

“É bem difícil a decisão (de continuar jogando no feminino). Porque para mim é uma coisa muito importante que eu estou esperando há muito tempo para fazer. Então, assim, ter que esperar mais por questão profissional é bem difícil. Mas é colocar na balança e saber que é uma decisão para vida toda.”

Fonte: Globo Esporte

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