Curiosidades

Mãe enfrenta trombofilia na gestação e decora a sala com seringas

0

A maioria das mulheres descobre a gestação no primeiro mês por conta do atraso menstrual. Depois disso, a confirmação é feita através de exames. Cada fase da gravidez traz mudanças e algumas restrições para as futuras mamães. E em alguns casos, as mães podem descobrir algumas complicações.

Esse foi o caso de Natália Ciandela, de 29 anos. Depois de ter sofrido dois abortos, ela recebeu o diagnóstico de trombofilia, que é uma alteração ou deficiência de fatores de coagulação no sangue. Agora, Natália está no oitavo mês de gestação e, para conseguir gerar seu filho, ela precisa de “uma picadinha de amor por dia”.

Por conta da situação vivida pela futura mamãe, o pai do bebê, Lucas dos Santos, de 32 anos, teve a ideia de usar as seringas usadas por Natália como decoração da sala.

Gestação

G1

Em entrevista, Natália, que mora em Praia Grande, no litoral de São Paulo, contou que ela não queria jogar fora as seringas. Ela disse isso ao seu marido, que de acordo com ela, “olhou para os nichos da sala e para injeção, e pensou: ‘vou colocar aqui'”.

“A gente não queria só guardar e colocou ali. Depois, nos outros dias, vimos que realmente se tornaria uma decoração”, disse ela.

Ao todo, até o fim da gestação, ela deve ter mais de 250 seringas. O objetivo do casal não é deixar todas as seringas expostas para sempre. Segundo a futura mãe, eles vão separar algumas para recordação. Contudo, eles só irão descartar todas as outras depois do fim da gestação. Isso porque eles querem fazer fotos de Natália com o bebê e as seringas.

“Eu nunca imaginei colecionar seringas e muito menos decorar minha sala com elas”, contou ela.

Seringas

G1

Desde o começo da gestação a rotina do casal sofreu uma mudança. Todos os dias, antes de dormir, Lucas aplica a injeção com o medicamento anticoagulante em Natália. A própria disse que tem pavor de agulha, mas fez o sacrifício para conseguir realizar o seu maior sonho, que é ter um filho.

“Me sinto forte, porque é um processo doloroso. Tem dias que dói mais do que o normal. Como são todos os dias, não posso mentir e dizer que é tranquilo, porque não é. Todo dia gera uma ansiedade quando está próximo da hora da aplicação”, contou.

Felizmente, Natália conseguiu seu medicamento através do Sistema Único de Saúde (SUS). Mensalmente, ela retira suas seringas na Unidade de Saúde da Família (Usafa), onde ela tem cadastro. Ela precisará tomar as injeções durante sete dias depois do fim da gestação.

“Me sinto forte. Me sinto lutando por um sonho. Eu falo: ‘o problema quem tem sou eu. Ele [bebê] é saudável’. Se eu não tomar a injeção, minhas veias ficam entupidas e não passam para ele o que tem que ser passado para ele desenvolver” concluiu ela.

Trombofilia

G1

De acordo com Claudia Barga, cirurgiã vascular, a trombofilia faz com que o sangue fique mais propenso a formar coágulos, e isso pode influenciar em abortos precoces ou tardios.

Ela também explica que essa condição pode ser adquirida ou hereditária. Além disso, a gestação e o período pós parto, conhecido como puerpério, podem promover a alteração dos fatores de coagulação. Outros fatores que podem influenciar são a presença de varizes, obesidade, tabagismo e uso de hormônios.

“Quando uma gestante é diagnosticada com trombofilia, com antecedentes de trombose, ou abortos de repetição, cabe ao médico prescrever a enoxaparina, um anticoagulante injetável, que é o medicamento aplicado em Natália. As doses podem ser uma vez ao dia [prevenção da trombose] ou duas vezes ao dia [tratamento da trombose]”, explicou a médica.

A médica ressaltou que alguns hábitos, como por exemplo, fazer atividade física, se alimentar bem, beber água e usar meias elásticas que sejam prescritas por um médico, podem ajudar na prevenção da trombofilia na gestação e puerpério. Mas claro que Claudia enfatiza a importância de ir se consultar com um especialista.

Fonte: G1

Imagens: G1

Como a psiquiatria estuda o comportamento de quem pratica maus-tratos contra animais

Artigo anterior

Técnico agrícola cria hotel e hospital para plantas doentes

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido