Curiosidades

Menina de 11 anos com peso de 200 quilos consegue direito à bariátrica

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Lutar contra o peso é difícil. Isso porque muitas pessoas simplesmente não conseguem perder aquela gordurinha a mais. No entanto, esse problema é um pouco mais sério para outras pessoas, como o caso da menina de 11 anos com mais de 200 quilos. Seu nome não foi revelado, mas sua história sim.

Em junho desse ano (2022) ela foi diagnosticada com uma mutação genética rara. Essa condição compromete seus receptores cerebrais, provocando assim a obesidade precoce. De acordo com a endocrinologista pediatra Julienne Carvalho, do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, trata-se de algo realmente raro.

O pior é que não há tratamento disponível para isso. A mutação faz com que o cérebro não entenda que o corpo está saciado após comer. No Brasil, o Ministério da Saúde só autoriza a cirurgia de redução para adolescentes com 16 anos acima. No entanto, o caso de M. (como foi identificada) é um pouco mais delicado.

Ao lado da família, a menina buscou por diagnósticos por mais de nove anos. Além disso, fizeram alguns tratamentos sem sucesso. Para a mãe da jovem, ter conseguido o direito à cirurgia é uma vitória diante de toda a luta. Ela ainda ressaltou que embora a cirurgia tenha riscos, esses são os mesmos causados pela mutação devido à obesidade da criança.

Reação da menina ao saber da cirurgia

A menina recebeu a notícia da cirurgia de surpresa, um dia antes do procedimento. Isso fez com que ela chorasse bastante, totalmente emocionada e feliz. Foi o choro de quem lutou por anos, que enfrentou inúmeros desafios por conta dessa mutação.

A garota e sua mãe deram entrada no hospital no dia 28 de outubro, um mês depois de a Justiça autorizar o procedimento cirúrgico. A chegada ao local foi sem data prevista para a cirurgia e então elas começaram uma rotina preparada para o pré-operatório.

“Ela perdeu cerca de 15 quilos nesses dias no hospital, antes da cirurgia. É toda uma rotina de acompanhamento de fisioterapeutas, de psicólogos e psiquiatras. Tem também o acompanhamento da nutricionista”, disse a mãe. Embora estejam longe de casa e da família, as duas recebem todo o apoio que precisam para enfrentar essa fase.

“Eu me preparei muito, porque eu achei que ser muito difícil [no hospital], mas aqui dentro está sendo tão bom, as pessoas nos acolheram. Os profissionais nos acolheram. Ela é a princesa, ela está amando. Tem dia que ela fala que nem quer ir embora, porque é muita atenção, né?”, completou.

A menina completou 11 anos enquanto estava internada e a equipe do hospital ainda preparou uma festa surpresa para ela.

Mutação sem tratamento

De acordo com Julienne, a endocrinologista responsável pelo caso, essa mutação faz com que um receptor no hipotálamo não funcione bem. Ele é responsável por comandar a produção de hormônios e regular o metabolismo humano.

“Uma proteína, que é a melanocortina 4, deve se ligar nos receptores para que o cérebro receba algumas mensagens importantes, como o controle de apetite, da fome. Quando essa proteína se liga, o nosso corpo entende que nós já estamos satisfeitos e que não precisamos comer mais. Mas pode acontecer uma mutação de receptor onde essa melanocortina 4 deve se ligar, que faz com que esse receptor não funcione, então a pessoa não sente que está satisfeita”, explicou.

De acordo com a profissional, essa mutação acontece no momento da formação do embrião e acompanha por toda a vida. Essa alteração então resulta em obesidade. Ainda de acordo com a profissional, a obesidade por mutação no receptor da melanocortina é responsável por 2% a 4% dos casos infantis.

“Pacientes que têm esse tipo de mutação e desenvolvem o quadro de obesidade estão sujeitos a mais complicações, quanto maior for o grau. Podem desenvolver hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares e […] na questão ortopédica, ter desconfortos, dor e até deformidades”, finalizou.

Fonte: G1

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