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Ataques de cachorro são comuns, de certa forma. Todo mundo conhece ou já teve uma mordida de cachorro em sua vida, geralmente rendendo uma ferida pequena que se cura em poucos dias após uma boa lavagem. Porém, o caso é um pouco mais sério quando esse cachorro é de uma raça maior e mais forte, como o pitbull.
Esse foi o caso do menino Nicolas Paz Vieira Souza do Nascimento, de 10 anos, que foi atacado por um pitbull no final de junho numa rua de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Porém, ele conta que não lembra de muita coisa do ataque. Ele afirma que, apesar do ataque, ele não culpa o cachorro e ainda afirma que não terá medo do animal daqui para frente.
“Só lembro uma parte, quando o cachorro sacudiu a minha perna e arrancou um pedaço”, contou Nicolas. Com isso, a criança passou dez dias internada. Nicolas recebeu alta depois de passar por uma cirurgia de reconstrução do músculo da panturrilha e se recupera em sua casa.
Assim, sua mãe, a dona de casa Roberta Paz, conta que seu filho demonstrou uma força inimaginável após o ataque. “Foi pauleira, mas a gente conseguiu. Ele teve dilaceração do músculo da panturrilha esquerda. Estava muito aberto. O pitbull arrancou um bom pedaço da perninha dele. Falaram que ele estava muito forte porque em momento algum ele chorou. Ele não chorou, tentava me acalmar todo tempo. Graças a Deus ele foi muito forte, foi meu guerreiro. É meu heroizinho”, disse a mãe.
Menino atacado por pitbull não terá medo de cachorros
Mesmo depois da experiência que muitos considerariam traumática, Nicolas afirma que a culpa não é do cachorro. “A culpa é do dono. Não vou ter medo de cachorro, porque ele é meu bicho favorito”, disse o menino.
A mãe de Nicolas estava na igreja que se localiza na esquina de uma rua sem saída. Enquanto isso, Nicolas e seu irmão brincavam na rua, como de costume, quando o animal apareceu de repente. O ataque aconteceu na frente da casa da família e uma câmera de segurança que fica no alto de um poste na rua flagrou o acontecimento.
No momento de desespero, o irmão e um vizinho começaram a chutar o pitbull para tentar impedir o ataque. Porém, só depois de alguns momentos que o vizinho conseguiu fazer o cachorro se soltar e então colocou o menino no colo para afastar o animal.
A mãe de Nicolas prestou depoimento sobre o ocorrido, mas a polícia ainda procura o tutor responsável pelo cachorro.
Pitbull: perigoso ou não?
Reprodução/Chácara Pet
O site da Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (da sigla em inglês, ASPCA) afirma que “um pitbull bem socializado e bem treinado é um dos cães mais agradáveis, inteligentes e gentis que se possa imaginar”.
Em geral, os pitbulls não são agressivos com as pessoas, mas são “menos tolerantes” com outros cães do que muitas outras raças, diz Pamela Reid, doutora, vice-presidente do Centro de Comportamento Animal da ASPCA em Nova York. Eles também têm “grande tenacidade. Eles colocam sua mente em algo, e eles fazem isso. É isso que os torna ótimos cães para esportes como musculação. Eles são animais muito fortes e atléticos”, diz Reid.
Assim, a especialista aponta que existem alguns fatores que podem levar à agressividade, como abuso, negligência e treinamento inadequado. Ela também ressalta que não há evidências de que essa raça seja mais propensa a causar ataques, principalmente porque a maior parte dos casos não chegam a necessitar de atendimento médico.
“Em qualquer dia, provavelmente 10 pessoas são mordidas por um cachorro”, diz Jim Gorant, editor sênior de Sports Illustrated e autor do livro The Lost Dogs, que documenta a redenção dos pitbulls de Michael Vick, que passou quase dois anos preso após ser pego em um esquema de briga de cachorros. “Mas só é notícia quando é um pit bull.”
“Cada cão é um indivíduo”, diz Gorant. “Os pitbulls são apenas cães e, se não forem criados adequadamente, socializados e tratados corretamente, podem ter problemas de comportamento. Mas eles não são mais problemáticos do que qualquer outra raça por natureza.”
Fonte: G1
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