Política

Morte de Prigozhin, líder do Grupo Wagner: o que se sabe e o que falta esclarecer

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As circunstâncias em torno da morte de Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner, confirmadas pelo governo russo, ainda permanecem obscuras.

O mercenário, que desafiou o presidente Vladimir Putin e desencadeou a maior crise em solo russo desde o início do conflito com a Ucrânia, teria estado a bordo de uma aeronave que se acidentou na quarta-feira, não deixando sobreviventes.

De acordo com a Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya), o nome de Prigozhin, de 62 anos, consta na lista de 10 passageiros do jato particular Legacy, fabricado pela Embraer, que caiu na região de Tver, na Rússia. O avião havia partido de Moscou com destino a São Petersburgo.

Além da confirmação do governo russo de que o líder mercenário de fato estava na aeronave, um canal ligado ao Grupo Wagner no Telegram assegurou que a aeronave particular, pertencente ao mercenário, foi abatida por defesas aéreas.

O Grupo Wagner afirmou que Prigozhin teria falecido “como resultado de ações de traidores da Rússia”.

A lista de passageiros divulgada pelo Ministério de Situações de Emergência da Rússia apontou que 10 pessoas estavam a bordo da aeronave acidentada.

Via Folha PE

Passageiros

A Rosaviatsiya divulgou os nomes das vítimas, que incluem três tripulantes (o comandante, o copiloto e a comissária de bordo) e mais sete passageiros:

  • Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner;
  • Sergei Propustin;
  • Eugene Makaryan;
  • Alexandre Totmin;
  • Valery Chekalov;
  • Dmitry Utkin, comandante e co-fundador do Wagner;
  • Nikolai Matuseev;
  • Aleksei Levshin, comandante;
  • Rustam Karimov, copiloto;
  • Kristina Raspopova, comissária de bordo.

A possibilidade de o jato particular ter sido alvo de um atentado de origem desconhecida também não está descartada.

Além de Putin, o líder do Wagner tinha uma extensa lista de inimigos, resultante da atuação do grupo militar privado na Ásia e no continente africano.

Outra aeronave

Também é cogitada a possibilidade de que Yevgeny Prigozhin não tenha embarcado na aeronave que sofreu o acidente.

Esse cenário ganha força, especialmente porque um segundo jato particular, também de propriedade do mercenário russo, aterrissou em Moscou duas horas após o relato do Kremlin sobre a queda da primeira aeronave.

Conforme informações da plataforma Planespotters, dedicada à monitorização do tráfego aéreo, outra aeronave pertencente ao Grupo Wagner decolou. Era um Embraer Legacy 650 com a matrícula RA-02748, saindo de São Petersburgo no final da tarde. Ela aterrissou algumas horas depois no aeroporto executivo de Ostafyevo, nos arredores de Moscou.

Até o momento, não se dispõe de informações sobre os ocupantes desse avião que pousou em segurança na capital russa.

O mesmo avião tem um voo programado para Baku, no Azerbaijão, na quinta-feira (24/8).

Histórico anterior de “morte” de Prigozhin em acidente

Vale lembrar que o líder do grupo mercenário russo já teve sua suposta morte noticiada erroneamente anteriormente.

Em 2019, a mídia russa divulgou que ele estava a bordo de uma aeronave militar An-72 que caiu na República Democrática do Congo, vitimando oito pessoas.

Esse incidente foi relembrado pelo The Washington Post, com base em relatos da mídia russa.

Naquela ocasião, as informações iniciais indicavam que Prigozhin estaria entre as vítimas do acidente aéreo em solo africano, mas essas informações foram posteriormente desmentidas.

Via Nikkei

Exílio na Bielorrússia

Cerca de dois meses após o fracasso da tentativa de rebelião contra o Kremlin, o grupo teria concordado com um suposto exílio na Bielorrússia, sob mediação de Aleksandr Lukashenko, presidente desse país vizinho e aliado de Putin.

No entanto, na última quinta-feira (17/8), Lukashenko afirmou que Prigozhin, na verdade, estaria em solo russo.

Esse recuo ocorreu em meio ao anúncio do governo russo de que perdoaria o líder do grupo militar e seus seguidores.

Em uma mensagem de áudio, o comandante do Wagner declarou que estavam “revertendo movimentos e indo na direção oposta”.

No final de junho, o mercenário havia ocupado a cidade de Rostov, mas posteriormente abandonou o quartel-general e as ruas da cidade.

A partir dali, uma coluna se deslocou até ficar a apenas 200 km de Moscou, momento em que recebeu ordens para recuar.

O acordo incluiu garantias de segurança para o Grupo Wagner. Aqueles membros que não aderiram à ação devem se unir ao Ministério de Defesa russo.

A tensão entre os mercenários e o governo da Rússia atingiu um ponto crítico quando Prigozhin se rebelou, acusando as forças aliadas do exército de atacar um de seus acampamentos na Ucrânia.

Lista de adversários

Prigozhin era o líder do Grupo Wagner, uma força de mercenários que atuou em várias guerras, incluindo a atual invasão russa no território ucraniano.

Fundado em 2014, esse grupo russo é uma empresa privada de mercenários que se envolve em conflitos ao redor do mundo.

Isso porque, desde sua fundação, a milícia esteve presente na península ucraniana da Crimeia e chegou a apoiar as forças separatistas apoiadas pela Rússia na tomada da região.

Inicialmente, essa milícia paramilitar, contratada pelo Kremlin, operou ao lado da Rússia na guerra contra a Ucrânia.

No entanto, depois se revoltou quando Prigozhin acusou as forças do exército de Putin de lançarem um ataque com foguetes que resultou na morte de dezenas de combatentes do Grupo Wagner.

 

Fonte: Metrópoles

Imagens: Folha PE, Nikkei

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