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Neandertais cruzaram com humanos ancestrais há 250 mil anos, diz estudo

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Todo mundo sabe que os humanos modernos são uma mistura de diversos outros hominídeos, que viveram antes de nós: os nossos ancestrais. Segundo a história, os primeiros humanos modernos começaram a emergir na África e se espalharam por toda a Eurásia. Lá, eles se depararam com vários hominídeos mais antigos, tais como os neandertais e os denisovanos.

Contudo, antes mesmo desse encontro com os humanos que migraram para Eurásia, os neandertais já tinham DNA humano. De acordo com um estudo recente, uma linhagem antiga de humanos modernos teria migrado para o continente 250 mil anos atrás. E mesmo depois que eles pararam de existir, traços genéticos foram deixados na população predominantemente neandertal.

“Esse grupo de indivíduos deixou a África entre 250 mil e 270 mil anos atrás. Eles eram uma espécie de primos de todos os humanos vivos hoje, e eram muito mais parecidos conosco do que os neandertais”, disse Alexander Platt, cientista sênior de pesquisa da Escola de Medicina Perelman, da Universidade da Pensilvânia, no Estados Unidos.

Essa população faz parte da árvore genealógica humana, mas até o momento não estava no registro fóssil e genômico. “Como não temos sequências de DNA de fósseis de seres humanos modernos de muito tempo atrás, a identificação dessas sequências lançará luz sobre a evolução dos seres humanos modernos muito antigos na África”, afirmou Daniel Harris, pesquisador de pós-doutorado na universidade.

Cruzamento dos neandertais

Superinteressante

Segundo o estudo, esses cruzamentos que foram feitos pela migração 250 mil anos atrás teriam feito com que os neandertais herdassem pelo menos 6% do genoma dos humanos modernos.

O acreditado é que a maioria dos cruzamentos entre os humanos e os neandertais tenha acontecido na Eurásia ao invés da África. Contudo, o estudo ressaltou que várias populações subsaarianas têm semelhanças em seu DNA com o código genético de neandertais.

Mesmo assim, eles não conseguiram determinar a origem dele. Não ficou claro se ele teria surgido do encontro dos humanos que migraram para a África e tiveram um encontro com os neandertais na Eurásia, ou se ele veio de um encontro anterior tido por esses dois grupos.

Na tentativa de uma melhor compreensão, o estudo foi atrás de evidências da ancestralidade neandertal em um conjunto de genomas de 12 populações diferentes. Com isso, os pesquisadores compararam o genoma dos neandertais com os de populações indígenas modernas da África Subsaariana.

Essa comparação foi feita entre o DNA de um neandertal, vivo há aproximadamente 120 mil anos, com 180 pessoas de Camarões, Botsuana, Tanzânia e Etiópia. Como resultado, os pesquisadores viram que todas as populações tinham DNA parecido com o dos neandertais. Outra conclusão foi de que a origem dele, na maior parte dos casos, foi de uma linhagem que migrou há 250 mil anos.

Além disso, o estudo também mostrou que a maior parte do DNA humano moderno se concentrava em regiões não codificantes do genoma neandertal. Isso dá a entender que a presença desses genes iria ser prejudicial para a adaptação.

“Um alelo de neandertal pode funcionar muito bem em neandertais, mas se você o colocar em um genoma humano moderno, ele causará problemas. Tanto os humanos modernos quanto os neandertais se livram lentamente dos alelos do outro grupo”, concluiu Platt.

Extinção

RFI

Um estudo publicado na revista PaleoAnthropology aponta que o Homo sapiens pode ter sido responsável pela extinção dos neandertais, mas não por meio da violência, e sim pelo sexo. De acordo com a pesquisa, o cruzamento de Homo sapiens com neandertais poderia ter diminuído o número de neandertais entre si, o que teria resultado na extinção da espécie.

Para o professor Chris Stringer, um dos autores do novo artigo, o acasalamento entre as duas espécies pode ter causado a extinção dos neandertais. Isso teria diminuído a população até o desaparecimento total. No entanto, como existem poucas pesquisas sobre o tema, ainda não é possível ter uma resposta definitiva.

“Nosso conhecimento da interação entre Homo sapiens e neandertais ficou mais complexo nos últimos anos, mas ainda é raro ver discussões científicas sobre como o cruzamento entre os grupos realmente aconteceu”, afirma Stringer.

Os neandertais e Homo sapiens evoluíram em locais diferentes do mundo. Os nossos ancestrais diretos evoluíram majoritariamente dentro do continente africano. Já os neandertais povoaram a Europa e o sul da Ásia, chegando até o sul da Sibéria.

Atualmente sabemos que os Homo sapiens acabaram cruzando com neandertais desde os primeiros sequenciamentos genéticos de nossos ancestrais. A indicação é que as duas espécies se encontraram pela primeira vez quando o Homo sapiens começou a sair da África, cerca de 250 mil anos atrás.

De acordo com informações do portal Terra, existem terapias mapeadas geneticamente datando períodos de até 60 mil anos atrás. No entanto, não existe evidência de DNA de Homo sapiens presente em grupos neandertais mais tardios, de 40 mil anos atrás. É possível que isso tenha ocorrido (processo de mistura entre as espécies), o que pode causar infertilidade nos descendentes.

Além disso, a falta de DNA mitocondrial, herdado por meio das fêmeas, de neandertais em humanos vivos, tem sido apontado como uma evidência de que apenas neandertais masculinos e Homo sapiens femininos poderiam acasalar. Porém, também existem hipóteses de que os híbridos masculinos podem ter sido menos férteis do que as fêmeas.

De qualquer forma, menos neandertais se reproduzindo entre si, em conjunto com a hibridização fora dos grupos familiares neandertais, poderia ter causado a extinção da espécie.

“À medida que mais genomas neandertais são sequenciados, devemos ser capazes de ver se algum DNA nuclear do Homo sapiens foi passado para os neandertais e demonstrar se essa ideia é precisa ou não”, diz Stringer.

Fonte: Galileu, Terra

Imagens: Superinteressante, RFI

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