Ciência e Tecnologia

Nova descoberta muda percepção da ciência sobre planetas do Sistema Solar

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Uma descoberta surpreendente pode mudar a maneira que os cientistas avaliam os planetas do Sistema Solar.

Isso porque Netuno, o último dos planetas, apresenta uma coloração surpreendentemente distinta. É o que revelou uma nova pesquisa conduzida por astrônomos do Reino Unido e publicada na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Os cientistas constataram que a tonalidade gelada desse planeta é mais similar à de seu vizinho, Urano, do que se presumia anteriormente.

Imagens capturadas pela sonda Voyager 2 da NASA, em 1986 e 1989, inicialmente indicaram que Netuno exibia uma coloração azul anil. Enquanto isso, Urano apresentava uma tonalidade azul esverdeado.

Ao reexaminar essas imagens, aprimoradas para destacar detalhes da atmosfera de Netuno, os pesquisadores concluíram que, na realidade, ambos os planetas compartilham uma tonalidade semelhante de azul esverdeado.

A discrepância na coloração entre os dois planetas reside em um sutil acréscimo de azul em Netuno, atribuído a uma camada de neblina mais tênue presente na atmosfera desse planeta.

Via Revista Fapesp

O que estava errado antes?

A alteração na coloração nas imagens capturadas pela sonda Voyager 2, que resultou em uma tonalidade diferente para ambos os planetas do Sistems Solar, ocorreu devido à ênfase nas cores pelos cientistas da época.

Essa manipulação foi realizada com o intuito de facilitar a visualização de características específicas na atmosfera dos planetas.

O contraste se intensificou para destacar detalhes nas nuvens, faixas e padrões de ventos. No caso de Netuno, essa modificação tornou o planeta mais azul do que sua coloração real, pelo menos conforme representado nas imagens.

Esse procedimento, comum na pesquisa científica, era conhecido pela comunidade científica, mas muitas vezes passava despercebido pelo público em geral.

Isso levou a uma interpretação equivocada da cor do planeta, uma vez que acreditava-se que a tonalidade revelada pelas imagens da sonda era representativa da cor real de Netuno.

Para desvendar a verdadeira coloração dos planetas, os cientistas empregaram dados do Espectrógrafo de Imagens do Telescópio Espacial Hubble e do Explorador Espectroscópico Multi Unidade no Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul. Esses dados foram utilizados para gerar as cores autênticas de ambos os planetas.

Além da revelação acerca de Netuno, a pesquisa revelou que Urano exibe uma tonalidade ligeiramente mais verde durante as estações de verão e inverno, mas assume uma coloração mais azulada durante o outono e a primavera, devido à sua posição em relação ao Sol.

O que muda nos planetas do Sistema Solar?

Via Starwalk

A descoberta da verdadeira coloração de Netuno e a percepção das variações sazonais em Urano representam avanços significativos na astronomia, trazendo implicações e insights valiosos para a compreensão dos planetas do Sistema Solar.

Em relação a Netuno, a correção da coloração proporciona mais facilidade na avaliação da sua atmosfera, principal ponto modificado.

Compreender a tonalidade real do planeta permite uma análise mais refinada das nuvens, composição atmosférica e outros fenômenos específicos. Essa informação é fundamental para os cientistas que buscam decifrar os processos atmosféricos e climáticos que moldam os planetas gasosos. Além disso, contribui para o entendimento mais amplo dos sistemas planetários.

Enquanto isso, nas variações sazonais em Urano, a percepção de que a coloração do planeta se altera com as estações oferece uma visão única sobre a dinâmica atmosférica desse gigante gasoso.

A mudança de cor ao longo do ano, influenciada pela posição em relação ao Sol, fornece dados valiosos para os astrônomos estudarem os padrões climáticos e a distribuição de gases em sua atmosfera.

Dessa forma, a descoberta possibilita a exploração mais profunda das complexidades climáticas dos planetas distantes, desvendando os mistérios que regem seu comportamento atmosférico. E uma vez que eles são tão próximos, será possível aplicar as mesmas tecnologias para análise.

Por fim, essas novidades têm o potencial de ampliar nosso entendimento sobre os processos atmosféricos e climáticos não apenas em Netuno e Urano, mas também em outros planetas fora do nosso sistema solar.

Isso contribui para o avanço contínuo da pesquisa astronômica e expande os limites do conhecimento humano sobre o universo.

 

Fonte: Revista Fórum

Imagens: Revista Fapesp, Starwalk

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