Ciência e Tecnologia

Novo estudo sugere que Vênus pode ter abrigado vida no passado

0

Um estudo que saiu recentemente na revista Nature Astronomy sugere que poderia existir vida em Vênus. Isso porque o planeta experimentou deslocamentos de placas tectônicas, semelhantes aos que se acredita terem ocorrido nos estágios iniciais da Terra.

Os pesquisadores especulam que essa dinâmica indicaria a existência de condições propícias à vida em Vênus em um passado distante. Ao mesmo tempo, lança luz sobre a possível origem do nosso Sistema Solar.

Vida em Vênus?

Via UOL

Ao analisar dados atmosféricos de Vênus e realizar simulações computacionais, a equipe liderada por cientistas da Universidade Brown concluiu que a composição atmosférica atual e a pressão superficial do planeta só seriam viáveis por meio de um processo inicial de placas tectônicas.

Essas placas desempenham um papel crucial na criação de condições propícias à vida. Isso porque envolvem movimentos complexos de múltiplas placas continentais, como empurrar, puxar e deslizar umas sobre as outras.

Na Terra, esse processo evoluiu ao longo de bilhões de anos, resultando na formação de novos continentes e cadeias de montanhas.

Além disso, desencadeou reações químicas que estabilizaram a temperatura da superfície, criando um ambiente propício ao desenvolvimento da vida.

Em contraste, Vênus seguiu um caminho oposto, resultando em temperaturas superficiais extremamente altas, capazes de derreter até mesmo o chumbo.

Anteriormente, os pesquisadores atribuíam o calor em Vênus à chamada “tampa estagnada”. Dessa forma, sugeriam que sua superfície possuía uma única placa com movimentos mínimos e liberava quantidades limitadas de gases para a atmosfera. No entanto, o novo estudo desafia essa ideia.

Ao analisar a presença significativa de nitrogênio e dióxido de carbono na atmosfera venusiana, os pesquisadores concluíram que o planeta deve ter experimentado movimentos de placas tectônicas algum tempo após sua formação, que aconteceu 4,5 bilhões de anos atrás.

Isso fortalece a hipótese da existência de vida em Vênus, na forma microbiana, em um passado distante. Também destaca que, em determinado momento, Vênus e a Terra eram mais parecidos do que se pensava anteriormente.

No entanto, isso se aplica a características semelhantes como tamanho, massa, densidade e volume, e localizadas na mesma vizinhança solar.

Surgimento da vida

Via Diário de Notícias

Por outro lado, essa observação não traz muitas certezas sobre a teoria, visto que levaria milhões de anos para termos provas concretas.

Por exemplo, o surgimento da vida na Terra é um enigma complexo, e a data exata é desconhecida. No entanto, as evidências sugerem que a vida na Terra começou há cerca de 3,5 a 4 bilhões de anos.

As formas de vida mais primitivas eram organismos unicelulares, e o processo exato pelo qual a vida se originou, conhecido como abiogênese, ainda não é totalmente compreendido.

Assim, ele pode ter ocorrido em ambientes aquáticos, como oceanos ou lagos, ou terrestres, onde as condições eram propícias para o desenvolvimento de moléculas orgânicas complexas.

O registro fóssil mais antigo de organismos unicelulares data de cerca de 3,5 bilhões de anos atrás.

Condições específicas

Ainda, os cientistas analisam que tipo de vida em Vênus teria surgido do planeta, visto que só conhecemos uma forma.

Nesse caso, a prosperidade da nossa existência se deu por condições específicas, que favoreceram a formação e a evolução de moléculas orgânicas complexas.

Por exemplo, temos abundância de água, um solvente crucial para reações, que desempenhou um papel fundamental na formação e na estabilidade de moléculas orgânicas.

Além disso, a atmosfera primitiva da Terra era provavelmente composta por gases como metano, amônia, vapor d’água e dióxido de carbono.

Essa composição fornecia os elementos necessários para a formação de moléculas orgânicas. Por outro lado, não sabemos quais as condições de Vênus nesse sentido.

Também temos várias fontes de energia, especialmente radiação solar, descargas elétricas em tempestades e atividade vulcânica. Elas contribuíram para gerar as reações que levaram aos organismos estudados atualmente.

Além disso, muitos cientistas acreditam que a vida começou em ambientes aquáticos. A estabilidade que esses locais fornecia foi essencial para o surgimento das novas raças.

Contudo, os estudos sobre a vida em Vênus não abrangem essa possibilidade ainda. Mesmo com algumas chances de ter água, as probabilidades seriam mínimas.

E sem a identificação de moléculas orgânicas ou outros resquícios antigos de micro-organismos, é difícil saber como seria uma evolução mais elevada, com proteínas e ácidos nucleicos, que são essenciais para a vida.

Por isso, a expectativa é positiva com essa nova teoria vinda das movimentações planetárias, mas ainda falta muito para chegarmos em um resultado positivo.

 

Fonte: UOL

Imagens: UOL, Diário de Notícias

Homem afirma viajar no tempo e alerta para “eventos cruciais” previstos para este mês

Artigo anterior

Lavrador esperou 4 dias por ajuda depois de ser picado por cobra peçonhenta no Amazonas

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido