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O cérebro dos chocos guarda memórias que parecem não desaparecer nunca

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Por muitos séculos, o homem lutou para compreender como funciona o armazenamento de nossas memórias em nosso cérebro. Entretanto, quanto mais descobrimos e conforme as tecnologias foram avançando para nos ajudar nesse processo, mais evidente se tornou a estranheza de como funciona a memória.

Em suma, muitas pessoas podem ter dificuldade de se lembrar do que comeram em alguma noite da semana passada. Ou mesmo o que estavam fazendo nesse momento há um ano. Contudo, o choco pode fazer isso até à velhice. Ele é o primeiro animal que se descobre que não mostra sinais de deterioração na memória com o passar do tempo.

Nos humanos, isso é conhecido como memória episódica, que é “o que, onde, quando” dos eventos passados. Ela é oposta à memória semântica, que é onde as pessoas lembram do passado sem detalhes específicos. Nesse caso, os pesquisadores descreveram uma “memória tipo episódica”. E eles acreditam que pode estar ligada a comportamentos de acasalamento dos chocos.

Memória

 

O que faz com que o choco seja bom para esse estudo é que o animal vive somente por alguns anos. Isso faz com que seja mais fácil comparar as memórias ao longo das suas vidas. E baseado em novos experimentos, parece que as memórias feitas mais tarde na vida ficam nítidas.

“Os chocos podem lembrar o que comeram, onde e quando, e usar isso para orientar suas decisões de alimentação no futuro. O que é surpreendente é que eles não perdem essa capacidade com a idade, apesar de apresentarem outros sinais de envelhecimento, como perda de função muscular e apetite”, disse a psicóloga comparativa Alexandra Schnell,  da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Os pesquisadores fizeram experiências com 24 chocos comuns, os colocando em um treinamento de forrageamento. Nesse treinamento os animais aprenderam quando e onde dois tipos de alimentos estavam disponíveis.

Com testes feitos subsequentemente, eles demonstraram que se lembravam dos elementos do tipo “onde e quando” do seu treinamento. Isso foi uma evidência de memória tipo episódica.

Experimento

Os dois subgrupos de chocos desse estudo, de 10-12 meses de idade, e de 22-24 meses, levaram o mesmo tempo para aprender como encontrar a melhor comida. Além de terem feito a mesma quantidade de escolhas certas.

De acordo com o que sugere os estudiosos, essa recuperação excelente de memória deve ter acontecido por conta do choco não acasalar até o fim da vida. Para que talvez ele se lembrasse do que fez para ter seu parceiro anteriormente.

“Os chocos velhos eram tão bons quanto os mais novos na tarefa de memória. Na verdade, muitos dos mais velhos se saíram melhor na fase de teste. Achamos que essa capacidade pode ajudar os chocos na natureza a se lembrarem com quem acasalaram, para que não voltem ao mesmo parceiro”, disse Schnell.

Chocos

Contudo, ainda existe muito o que trabalhar a respeito de como a memória tipo episódica funciona nos animais. Até porque eles não conseguem falar aos pesquisadores o que está acontecendo.

“Esses resultados sugerem que o sistema de memória episódica em chocos difere da memória episódica em outras espécies não humanas, pelo menos em termos de seu desenvolvimento ao longo da vida do animal. Se essa diferença é o resultado de neuroanatomia diferente possuída por chocos, requer mais atenção”, concluíram os pesquisadores.

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