Ciência e Tecnologia

O oceano secreto no centro da Terra

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Há 150 anos atrás, o escritor francês Júlio Verne descreveu em seu clássico livro de ficção científica, Viagem ao Centro da Terra, um enorme oceano nas profundezas da superfície do planeta. E agora, o que parecia apenas uma história de ficção, se provou mais real do que se imaginava. Um recente estudo descobriu uma espécie de oceano no centro da Terra.

No artigo publicado na conceituada revista científica Nature, os cientistas descreveram a sua nova descoberta. Um pequeno diamante, encontrado por eles, aponta para a existência de um grande reservatório de água abaixo do manto terrestre. Isso a cerca de 400 a 600 quilômetros abaixo de nós. “Essa amostra fornece, de fato, confirmações extremamente fortes de que há pontos locais úmidos profundos na Terra nessa área”, afirmou o autor do estudo, Graham Pearson, da Universidade de Alberta, no Canadá. E quando falamos grande, queremos dizer muito grande. “Essa zona particular da Terra, a zona de transição, pode conter tanta água quanto todos os oceanos juntos”, continuou Pearson.

O oceano secreto

De acordo com os cientistas, a prova da existência de um oceano nas profundezas da terra vem de um mineral raro que absorve água, o chamado ringwoodite. Esse mineral é originário de uma zona de transição entre as camadas, superior e inferior, do manto terrestre. A análise do material revelou uma rocha com uma grande quantidade de moléculas de água.

“Uma das razões, pelas quais a Terra é um planeta tão dinâmico, é a presença de água em seu interior. A água muda tudo sobre a maneira como o planeta funciona”, explicou o autor.

O tal manto misterioso fica sob a crosta terrestre e se estende até o núcleo da Terra, a uma profundidade de 2.900 quilômetros. Entre a parte inferior e superior do manto, existe uma zona chamada de “transição”, entre 410 km e 660 km de profundidade, e é exatamente nesse ponto que está toda a água.

“Até hoje, ninguém nunca viu ringwoodite do manto da Terra, ainda que os geólogos estejam convencidos de sua existência”, acrescentou o geólogo Hans Keppler. Ele, que é da Universidade de Bayreuth, na Alemanha, e ajudou com o artigo publicado na Nature.

A descoberta

O mineral ringwoodite foi encontrado pela equipe de pesquisadores em 2009, meio que por acaso. Na ocasião, os pesquisadores estavam examinando um diamante sem nenhum valor comercial. Encontrado na cidade brasileira de Juína, no estado do Mato Grosso, foi uma surpresa.

A pequena amostra passou por uma análise detalhada, envolvendo o processo de espectroscopia e difração por raio X. Foi um longo processo até confirmar se tratar de ringwoodite. Essa foi a primeira prova da existência dessa rocha especialmente rara.

A equipe acredita que o diamante tenha chegado até a superfície da Terra durante uma erupção vulcânica. No entanto, a equipe de Person não fala, em nenhum momento, em água na forma líquida, mas sim contida nesse mineral raro.

De acordo com Pearson, há a possibilidade de algumas implicações que acompanham essa descoberta. Se existe mesmo água em grande volume abaixo da crosta terrestre, isso significa um grande impacto nos mecanismos dos vulcões. Afinal, isso poderia alterar o movimento das placas tectônicas.

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