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Muitas pessoas já ouviram alguém recomendar pular o jantar para emagrecer, ou falando que tem muito tempo que não come durante a noite.
Seja para controlar o peso ou com a ideia de que isso ajudará com algum problema de estômago, essa prática acabou se tornando comum.
Restringir a alimentação à noite, mas comer de manhã e no almoço, também é uma forma de jejum intermitente, um regime alimentar no qual se limita a ingestão de calorias durante um período específico.
Dado o aumento global da obesidade, essa prática tem sido recebida com entusiasmo por cientistas e médicos, pois pode se tornar uma ferramenta útil para combater esse problema.
Por outro lado, é fundamental reforçar que pular o jantar não é uma solução mágica para emagrecer e não funciona para todos da mesma maneira.
Os testes comprovam
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A tradição de fazer três refeições diárias vem de tradições culturais e dos primeiros estudos sobre saúde e doenças, que concluíram que o café da manhã, o almoço e o jantar proporcionam os nutrientes e a energia necessários para as atividades diárias.
Atualmente, o jejum intermitente é um dos regimes mais estudados pelos cientistas. Ele ganhou fama principalmente pelos resultados de testes realizados em animais, que mostram os potenciais benefícios para a saúde.
Mas e no corpo?
As pesquisas em humanos continuam em andamento e são promissoras, porém os resultados são conflitantes. Além disso, até o momento, não traz todas as informações sobre os efeitos de pular o jantar, quais os efeitos colaterais e suas implicações de longo prazo.
Por essa razão, os especialistas consultados alertam que, se você deseja adotar essa prática, é melhor buscar a orientação de um profissional de saúde.
Claro, existe a possibilidade de perda de peso, que vem da redução do consumo calórico diário. Quando combinado com exercícios físicos, os resultados podem ser ainda melhores.
No entanto, não está claro se essa perda de peso é sustentável a longo prazo.
Pular o jantar e adotar o jejum intermitente também pode levar a melhorias nos marcadores metabólicos, como níveis de açúcar no sangue, pressão arterial, colesterol e inflamação.
Porém, os pesquisadores ainda não esclareceram se os benefícios metabólicos observados são resultado da perda de peso ou do jejum intermitente.
Lado ruim
Por outro lado, um estudo japonês que investigou os hábitos alimentares de estudantes universitários que pulavam o jantar concluiu que essa prática estava associada ao ganho de peso, sobrepeso e obesidade.
Algumas teorias tentam explicar esse fenômeno: pular o jantar pode desregular o apetite, levando a um maior consumo de calorias de uma só vez.
Além disso, pessoas com esse padrão tendem a ter dietas de baixa qualidade e a consumir mais lanches.
De acordo com essa pesquisa, o jantar se tornou um fator importante na prevenção desses problemas, da mesma forma que não pular o café da manhã. Esses dados foram publicados na revista científica Nutrients.
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A sua vida pode ficar mais curta
Uma preocupação ao pular o jantar por conta própria são as preocupações de saúde.
Um estudo recente da Associação Americana do Coração investigou os efeitos da restrição de tempo de alimentação na redução do risco de morte por todas as causas, incluindo problemas cardíacos.
Estudos anteriores sugeriam que o jejum intermitente poderia reduzir esse risco a curto prazo.
No entanto, os resultados indicaram que a restrição do tempo de alimentação a longo prazo pode aumentar significativamente o risco de morte por doenças cardíacas.
Cérebro pode mudar
Adotar uma dieta saudável com propriedades anti-inflamatórias pode ajudar nos estágios iniciais da depressão, e certos nutrientes são especialmente úteis no tratamento tanto da depressão quanto da ansiedade.
Contudo, embora a alimentação individual esteja cada vez mais ligada a condições psiquiátricas, os mecanismos por trás disso ainda não são tão claros.
Além disso, existem alguns padrões comuns que se observa. Por exemplo, problemas de saúde mental podem afetar os padrões alimentares, levando à compulsão alimentar.
E para quem tem um humor depressivo, pular o jantar pode facilitar a busca por alimentos de conforto, como aqueles ricos em gordura e açúcar.
O conselho psiquiátrico é ficar atento a quaisquer novos sintomas que surjam após mudanças na dieta. Essa abordagem pode ajudar a prevenir problemas físicos e mentais.
Contraindicações
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E sempre existem as contraindicações, especialmente em dietas que costumam pular o jantar e comer de 12 em 12 horas.
Diminuir as refeições pode ser arriscado para certos grupos e condições de saúde, incluindo pessoas com diabetes, indivíduos com doenças renais e pacientes com problemas cardíacos.
Ainda, mulheres grávidas e pessoas em recuperação também não podem pular o jantar, e devem seguir as orientações médicas à risca.
Além disso, se o objetivo é perder peso, a melhor dieta é aquela que é adaptada ao paciente, ou seja, personalizada.
Pular o jantar pode ser uma opção para quem precisa reduzir um pouco a ingestão calórica diária, mas não é adequado para todos. Por isso, procure coisas sustentáveis a longo prazo.
Fonte: UOL
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