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O que aconteceria se resolvessem atacar o Brasil?

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O Brasil historicamente, é um país que se alinhou de maneira rápida à ordem do modelo econômico ocidental. Nunca houve um embate arriscado entre o nosso país e as grandes potenciais mundiais. As duas grandes guerras que moveram  o mundo foram pautadas sobre os interesses econômicos das nações. A Primeira Guerra se deu principalmente pela disputa dos territórios africanos. A Segunda foi movida pelo interesse de expansão territorial alemão, assim como o fechamento do mercado de países estratégicos como a Itália e a própria Alemanha, que instauraram regimes totalitários.  A Guerra Fria por sua vez, foi a polarização do planeta entre capitalistas e comunistas. Qual foi o posicionamento do Brasil durante esses conflitos?

Retrospecto

O Brasil, durante a Primeira Guerra, declarou guerra à Alemanha, mas não chegou a enviar soldados para o campo de batalha. Na Segunda, a participação brasileira no cenário de guerra foi tímido. Cerca de 25 mil soldados foram enviados para lutar ao lado dos Aliados, mas o território brasileiro permaneceu intacto.

Durante a Guerra Fria, o governo de Jango ousou uma aproximação com a União Soviética, com a implantação de políticas públicas socialistas. Não foi necessário um conflito armado contra o bloco capitalista. Os militares tomaram o poder com a ajuda da Inteligência americana, e assim se instalava um longo período de ditadura no Brasil.

Podemos considerar a Guerra do Paraguai como o maior conflito armado em que o Brasil já esteve inserido. Houve invasão do território brasileiro, pelo Mato Grosso do Sul, e a vitória da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), esmagadora sobre o Paraguai.

No entanto, o Brasil estava em maior número, com o apoio das forças argentinas e uruguaias. A realidade armamentística da época não pode ser comparada a realidade bélica da atualidade. O que abre brechas para indagações: como seria uma guerra no Brasil, se o conflito acontecesse hoje? O nosso país estaria preparado?

Vantagens da guerra

As guerras são movidas por discursos ideológicos, políticos, religiosos e morais. No entanto, há de se considerar que a principal motivação das nações sempre foram os interesses econômicos e territoriais. Sendo que a expansão do território também é uma maneira de ampliar as vantagens econômicas.

Os Estados Unidos só se tornou a grande potencial mundial após a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Como o conflito aconteceu na Europa e no Japão, os Estados Unidos quase não sofreu danos físicos em seu território (com exceção de Pearl Harbor). Isto foi foi fundamental para que o país americano pudesse lucrar sobre às misérias europeias. No período, a  Europa estava destruída, carecia de produção, itens de necessidade básica e investimentos em infraestrutura.

Como os Estados Unidos reagiu? Realizou empréstimos, endividou grande parte das potências europeias e consolidou com conforto, a indústria bélica americana, que assustou e intimidou o mundo com a explosão da bomba nuclear. Estava assim consolidada uma grande potência.

Interesses econômicos

Hoje se sabe que a motivação americana ao invadir o território iraquiano não foi instigado pelo perigo que Saddam Hussein representava para o mundo. Muito menos pelo arsenal de armas químicas que possuía o Iraque, e ameaçavam a paz mundial (o qual nunca ficou comprovado). É de conhecimento geopolítico e histórico que as invasões norte-americanas em territórios árabes, foram motivados tão somente pelo domínio e controle de países capazes de suprir a necessidade de petróleo americana, que depende desse motor sempre abastecido.

Nenhum país entra em um conflito armado sem estipular projeções do que poderá perder. Em contrapartida, o grande questionamento é sempre os benefícios que cada nação poderá obter com uma guerra hipotética.

No Brasil

Para imaginarmos uma possível invasão ao território brasileiro, devemos nos questionar o que poderia motivar o interesse de outro país para atacar o nosso. Quais seriam os interesses estrangeiros sobre nossas riquezas? Especialistas argumentam que assim como o petróleo é o ouro do momento, amanhã a água é que será a verdadeira moeda de troca entre as nações.

O aquecimento global, a larga utilização da água para fins da agropecuária, o aumento da temperatura da terra e a escassez das chuvas, levam ao mundo à crises temporárias no setor hídrico. Cientistas acreditam que em pouco tempo essa crise será perene e a grande motivação de conflitos entre os países.

Segundo matéria veiculada pelo portal Uol, um relatório do serviço de inteligência americana foi encomendado pela secretária de Estado na época, Hillary Clinton. Nele se evidenciou que a partir do ano de 2022, “as secas, alagamentos, e a carência de água potável aumentarão a possibilidade de o recurso ser usado como uma arma de guerra ou um instrumento para terroristas”.

O Brasil é uma grande potência hídrica. Detentora de 11% de toda a água potável no mundo. Diante desse cenário é necessário questionar: o que impediria às grandes potências mundiais de invadirem nosso país para controlar nosso maior patrimônio? Tudo por enquanto é meramente especulativo, mas em cenários de guerra, tudo é possível, e imprevisível.

A resposta brasileira

Dado um cenário plausível para a ameaça externa ao nosso território, devemos prosseguir com os questionamentos. Quais seriam as reais possibilidades de resposta das forças armadas brasileiras diante de uma invasão territorial? O nosso país estaria preparado para a magnitude de uma guerra? A população estaria protegida?

Segundo reportagem veiculada pelo portal G1, a resposta para esse indagamento não é nada animadora. A realidade é que o exército, sendo o maior efetivo entre as três forças (Marinha, Aeronáutica e Exército), está sucateada desde 2012.

Relatos divulgados pelos generais estimam que a munição disponível para uma resposta de guerra, duraria cerca de uma hora, ou menos, e só.

“A quantidade de munição que temos sempre foi a mínima. Ela quase não existe, principalmente para pistolas e fuzis. Nossa artilharia, carros de combate e grande parte do armamento foram comprados nas décadas de 70, 80. Existe uma ideia errada de que não há ameaça. Mas se ela surgir, não vai dar tempo de atingir a capacidade para reagir”. Esclarece o general Carlos Alberto  Pinto Silva, ex-chefe do ex-chefe do Comando de Operações Terrestres (Coter), para o G1.

Não estamos preparados

“Nenhuma nação pode abrir mão de ter um Exército forte, que se prepara intensivamente para algo que espera que nunca ocorra. A população tem que entender que é preciso ter essa capacidade ociosa, sempre, para estar pronto para dar uma resposta se um dia for necessário”. Argumenta o general Fernando Vasconcellos Pereira, diretor do Departamento de Educação e Cultura do Exército.

A principal preocupação da Defesa brasileira é o controle das fronteiras. A região amazônica é densa e pode ser uma porta de entrada fácil para invasões estrangeiras. A Estratégia Nacional de Defesa, inclusive entregou um relatório ao Congresso Nacional onde se destacava no texto, a existência de “ameaça de forças militares muito superiores na região amazônica”.

Ranking das potencias militares no mundo

De acordo com o último levantamento divulgado pelo site especializado em Geopolítica e militaria, a Global Firepower, o Brasil ocupa o 17º lugar, no ranking dos países com as forças armadas mais poderosas do mundo. Dada a população gigantesca do nosso país, os números não fazem sentido. O poderio militar de nações menores como o Egito encontram-se em décimo lugar, o Paquistão em décimo terceiro. Até mesmo o Vietnã está a frente do Brasil, em décimo sexto.

Como é de se esperar, os Estados Unidos ocupa a primeira posição. Seguido da Rússia, e da China, em terceiro.

Só se pode entender a defasagem das forças armadas brasileiras quando analisamos o baixo investimento do PIB nesse setor. Além disso, o brasileiro que vivenciou a ditadura no país, acredita que outros setores como educação e saúde devem ser favorecidos. O que faz com que a classe política mantenha o investimento nessas áreas, em detrimento do setor de defesa e ataque do país.

Questão Venezuelana

Outro fator a ser levado em consideração é a questão da Venezuela. Se o país fosse apenas uma nação com ideologias comunistas, que não interferisse nas vantagens econômicas de grandes potencias, o país provavelmente seria negligenciado, assim como foi durante tanto tempo, a Coréia do Norte.

O problema é que a Venezuela é uma região estratégica, rica em petróleo e um dos principais fornecedores de combustível do mundo. Só os Estados Unidos, importam cerca de 777 mil barris de petróleo por dia da Venezuela. Ficando atrás apenas do Canadá e da Arábia Saudita, segundo matéria da Folha de S. Paulo.

A questão é sensível, de fato. O regime de Maduro sabe que tem a faca e o queijo na mão. Por outro lado, a crise econômica no país é alarmante. Casos de maiores prejuízos, como a elevação dos preços nas bombas de combustível nos EUA, poderia levar a um conflito armado.

Guerra Civil

Isso se uma guerra civil dentro da própria Venezuela não for deflagrada. O que de qualquer maneira poderia respingar no Brasil, devido à fronteira entre os dois países e os interesses brasileiros no confronto.

“O Brasil precisa, portanto, estar preparado para lidar com o colapso da Venezuela, evitando ao máximo que o território brasileiro seja contaminado. A Turquia, que é um país com similaridades ao Brasil, viu seu cenário interno se deteriorar ao não saber lidar com a guerra civil na vizinha Síria”, aponta o jornalista Guga Chacra, para O Estado de S. Paulo.

Balanço final

Resultado: não podemos eliminar a possibilidade real de uma ameaça ao território brasileiro. Os números mostram que se fôssemos invadidos, nossas forças não seriam capazes de nos proteger. Essa é uma situação alarmante, e de pouco impacto e conhecimento da população brasileira.

Mas e você? O que pensa sobre essa questão? Não esqueça de deixar o seu comentário. Aproveite também para compartilhar a matéria a fim de envolver mais pessoas nesse debate tão polêmico e sensível para o país.

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