Ciência e Tecnologia

O que os cientistas diriam se descobrirem vida extraterrestre?

0

O que será que os cientistas diriam ao achar vida extraterrestre? Claro, isso está longo de acontecer, mas a tecnologia evolui tão rapidamente que já podemos começar a pensar nesse cenário.

Até o momento, não existem evidências de vida fora do nosso planeta. No entanto, se isso vier a acontecer, como os cientistas comunicariam essa descoberta ao mundo?

E, além disso, como teriam certeza de que realmente encontraram extraterrestres?

Para responder a essas questões, astrobiólogos, comunicadores de ciência e outros especialistas se reuniram em um workshop organizado pelo Programa de Astrobiologia da NASA.

Durante o evento, os participantes debateram como os pesquisadores poderiam identificar evidências de vida alienígena e como comunicar essas descobertas ao público.

Jack Madden, um astrobiólogo que se tornou artista, disse que seria um esforço multidisciplinar, em que compartilhariam o conhecimento que possuíram e aprenderiam sobre o trabalho dos outros.

Parte do objetivo do projeto era para reduzir esse estranhamento entre tantos profissionais e suas áreas.

Para alcançar isso, os participantes realizaram quatro reuniões, nas quais discutiram as lições aprendidas com a astrobiologia até o momento e aquelas que podem ser aplicadas no futuro.

No entanto, surge o primeiro problema: não podemos afirmar com certeza a existência de vida fora da Terra, e mesmo se existir, não podemos prever se será encontrada.

Via Nasa

Em busca de respostas

Os participantes buscaram respostas para essas perguntas ao analisar eventos passados, como a descoberta do meteorito Allan Hills.

Essa rocha espacial, proveniente de Marte há mais de 16 milhões de anos, foi encontrada na Antártida e sujeita a várias análises. O meteorito parecia apresentar estruturas semelhantes a bactérias antigas, além de conter moléculas orgânicas.

Essa descoberta poderia ter sido a primeira evidência de vida em outro mundo e gerou diversas especulações. No entanto, a confirmação de sinais de vida nunca existiu. Várias décadas se passaram e os cientistas ainda debatem os resultados.

O consenso é que a composição química da rocha e suas estruturas, anteriormente consideradas indícios de microrganismos antigos, podem ser explicadas pela geologia e pela química, não necessariamente pela biologia.

Achar vida extraterrestre

O debate desencadeado pelo caso do meteorito representa uma etapa significativa no processo científico e na construção do conhecimento.

Victoria Meadows, astrobióloga da Universidade de Washington, acredita que a descoberta da vida será um processo gradual. A menos que algo apareça diante da câmera e se comunique com a gente, ou codifique o número pi e o transmita em um sinal de rádio, não será definitivo.

E também existirão muitas discussões após achar vida extraterrestre, ou, ao menos, uma pequena prova de que ela existe.

Como o público reagiria?

Via PxHere

Os participantes do evento também expressaram preocupação com a possibilidade de o público não considerar essa incerteza, ou de descartar a ideia de que mais pesquisas seriam necessárias para confirmar a existência de vida fora do nosso planeta.

Portanto, se um dia os cientistas conseguirem achar vida extraterrestre, o processo teria que ser gradual. Não apenas por conta das provas, mas pela possibilidade de surgirem tantas notícias falsas que seria impossível controlar.

Assim, uma das conclusões gerais do grupo foi que, se algum organismo vivo for encontrado fora da Terra, é essencial discutir os procedimentos para confirmar essa descoberta, levando em conta as incertezas envolvidas.

Sarah Rugheimer, astrobióloga da Universidade York, comentou que, para ela, a comunidade científica precisaria aceitar o fato de que existe pouco que eles podem fazer para ter cautela nesse momento.

Isso porque, se existisse uma descoberta empolgante como essa, ninguém seria cauteloso nas palavras, e estaria tudo bem. A questão seria o pós, e, claro, ter provas o suficiente para evitar o caos na mídia.

 

Fonte: Canaltech

Imagens: PxHere, NASA

Síndrome da autocervejaria faz corpo produzir álcool, mesmo sem beber

Artigo anterior

Cartas sugerem que Van Gogh era bipolar

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido