Ciência e Tecnologia

O Telescópio Espacial James Webb descobriu um “monstro cósmico” que desafia as suposições do Universo primitivo

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Uma recente imagem divulgada pelo telescópio espacial James Webb (JWST) revela uma gigantesca galáxia envolta em poeira, onde centenas de estrelas nascem a cada ano, e foram descritas como monstro cósmico.

Essa percepção desafia as ideias anteriores sobre a escassez desses berçários estelares no Universo primordial.

As representações artísticas retratam a AzTECC71 como uma presença fantasmagórica, indicando possíveis revisões nas concepções científicas sobre a frequência da formação estelar.

Os astrônomos da colaboração COSMOS-Web identificaram a AzTECC71 como uma galáxia em processo de formação estelar. Nela, a poeira obscurece sua visibilidade, mesmo enquanto ela gera numerosas estrelas.

Especialistas que avaliam mais sobre o caso acreditam que esta galáxia pode ter surgido quase um bilhão de anos após o Big Bang.

Dessa forma, contraria a crença anterior de que tais galáxias eram incomuns no Universo primitivo.

Essa descoberta, juntamente com mais de uma dúzia de outras candidatas, desafia as suposições anteriores, sugerindo que elas podem ser de três a 10 vezes mais comuns do que se esperava.

Monstro cósmico

Via Twitter

Apelidada de “verdadeiro monstro” por Jed McKinney, um pesquisador de pós-doutorado da Universidade do Texas, em Austin, a AzTECC71 está gerando centenas de estrelas anualmente, proporcionando insights potenciais sobre uma população oculta de galáxias.

Se essa constatação for validada, pode sugerir que o Universo primordial continha muito mais poeira do que se acreditava inicialmente.

O projeto COSMOS-Web, liderado em conjunto por Caitlin Casey, professora associada da UT, tem como objetivo mapear até 1 milhão de galáxias em uma porção do céu equivalente a três luas cheias.

Focada na investigação das primeiras estruturas do Universo, a equipe, composta por mais de 50 pesquisadores, obteve 250 horas de tempo de observação no primeiro ano do JWST.

Mais dados

Com isso, conseguiram receber o primeiro conjunto de dados em dezembro de 2022, com expectativa de mais dados até janeiro de 2024.

Dessa forma, atualizações sobre o caso serão enviadas mais rápido do que se imagina, mas somente se nada atrapalhar o cronograma de recepção.

Isso porque galáxias envoltas em poeira em processo de formação estelar, como a AzTECC71, apresentam desafios à observação na luz visível devido à absorção e reemissão de poeira em comprimentos de onda mais extensos.

Antes da chegada do JWST, essas galáxias eram conhecidas como “galáxias escuras do Hubble”.

McKinney destaca um viés na compreensão da evolução galáctica ao longo da história, dado que observações anteriores estavam limitadas a galáxias menos obscurecidas e com menor presença de poeira.

A AzTECC71, o monstro cósmico, se identificou inicialmente como uma área de emissão de poeira pelo Telescópio James Clerk Maxwell, no Havaí. Posteriormente se confirmou com dados do telescópio ALMA, no Chile.

Observações realizadas pelo JWST em um comprimento de onda de 4,44 mícrons revelaram uma galáxia sutilmente presente no mesmo local.

Dessa forma, destaca a capacidade do novo telescópio em revelar objetos cósmicos previamente invisíveis.

As revelações do JWST indicam poeira cósmica

Via Tempo

Além disso, as galáxias envoltas em poeira, frequentemente esquivas nas observações ópticas devido à absorção e reemissão de poeira, agora estão acessíveis graças ao JWST e suas avançadas capacidades infravermelhas.

Este telescópio poderoso consegue penetrar densos véus de poeira, possibilitando aos cientistas estudar as propriedades dessas galáxias escuras.

Inclusive, essa visão é possível tanto no espectro óptico quanto no infravermelho.

A sensibilidade do JWST amplia nossa visão até os cantos mais distantes do Universo. Além disso, também revela os mistérios ocultos por trás de espessas camadas de poeira cósmica.

Enquanto telescópios anteriores não conseguiam enxergar além da poeira cósmica, o JWST é capaz de realizar observações tanto no espectro óptico quanto no infravermelho.

A equipe de pesquisa, liderada pelos astrônomos McKinney e Casey da UT Austin, tem como objetivo explorar e compreender a natureza dessas galáxias envoltas em poeira.

Com a capacidade do JWST de penetrar através da poeira, a equipe pode aprofundar os detalhes da formação e evolução dessas galáxias.

Desse modo, conseguirá fornecer informações valiosas sobre uma população de objetos cósmicos anteriormente oculta.

O primeiro passo registrado, com o monstro cósmico identificado pelos pesquisadores, é um marco que representa avanço significativo em nossas capacidades de observação.

Graças ao telescópio e mais limites alcançados, conseguiremos desvendar os segredos de galáxias que outrora estavam envoltas em poeira cósmica. Esse feito inédito na história da ciência poderá expandir nossa compreensão do início do Universo.

 

Fonte: Tempo

Imagens: Tempo, Twitter

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