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Os empregos em que mentir é importante

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Uma pesquisa recente apontou que uma das razões pelas quais a mentira persiste em alguns empregos é devido à crença de que pessoas com atitudes “flexíveis em relação à verdade” são realmente melhores nesses trabalhos.

Apesar de geralmente uma mentira no ambiente de trabalho ser vista de forma negativa, o estudo dos acadêmicos americanos Brian C. Gunia e Emma E. Levine, publicado em 2019, aponta que existe uma exceção para empregos focado em vendas.

No estudo de marketing, o relacionamento com o cliente é totalmente voltado para satisfazer o consumidor, enquanto o relacionamento de venda se relaciona com o cumprimento das metas do vendedor.

Mentir é natural, até certo ponto

Foto: PIXELFIT

Os pesquisadores Gunia e Levine pediram aos participantes do estudo, que contou com mais de 500 estudantes de negócios e pesquisadores do site de crowdsourcing americano Mechanical Turk, para classifica alguns empregos em termos de orientação de vendas e indivíduos hipotéticos conforme a competência que eles percebiam.

Os entrevistados estimaram que as pessoas que mentiram seriam mais bem-sucedidas em empregos relacionados a vendas e priorizariam a contratação.

Além disso, 84% dos participantes optaram por contratar mentirosos para uma tarefa com alta orientação de vendas. Já 75% decidiram contratar pessoas honestas para uma tarefa com baixo relacionamento com vendas.

No entanto, esses resultados não são definitivos. Isso porque não é certo se as crenças dos entrevistados da pesquisa se traduzem nas ações dos gerentes de contratação.

Existem evidências conflitantes sobre se o relacionamento com o cliente ou se a relação de vendas é mais eficaz na prática, mesmo que o relacionamento aparente ser uma vantagem em termos de fechamento de negócios.

No estudo sobre a relação entre a mentira percebida e a competência, “nós recrutamos estudantes de negócios intencionalmente para que pudéssemos ter certeza de que os estereótipos que examinamos são realmente mantidos por futuros profissionais”, explica Levine, da University of Chicago Booth School of Business.

Além disso, estudiosos que desejam ocupar cargos de gestão “podem realmente acreditar que o engano sinaliza competência nessas ocupações e, portanto, importam essas crenças em práticas futuras de contratação”.

Existe vantagem?

Foto: Blue Jean Images / Alamy Stock Photo

Mentir é natural, até certo ponto. Em entrevistas de emprego, os gerentes de contratação apontam que quase todos os candidatos exageram em suas qualificações.

Além disso, a mentira é necessária em certos trabalhos, e detetives podem atestar isso. Também vale destacar que a diplomacia é sinônimo de mentir, para algumas pessoas.

Essa mentira pode até ser estratégica, como um call center instrui os funcionários a fingirem que estão localizados em um país diferente devido a preconceitos dos clientes.

Enquanto alguns empregos exigem que os trabalhadores mascarem seus sentimentos, outros pedem um desempenho de afabilidade ou cuidado inerentemente parcialmente artificial.

De acordo com Levine, “as pessoas acreditam que indivíduos que podem regular suas emoções são mais competentes do que aqueles que não conseguem”. Deturpação emocional é um comportamento racional.

Pequenas mentiras

Foto: Getty Images

Algumas vezes, a mentira benevolente é considerada a opção mais ética. “Em toda a minha pesquisa, eu encontrei muitas pessoas que ouvem e apreciam mentiras ditas para beneficiá-las”, comenta Levine. Por exemplo, alguns funcionários esperam que seus colegas o protejam de feedbacks que só servirão para ferir o seu sentimento.

A pesquisa aponta que as culturas coletivistas têm maior probabilidade de mentir para salvar a imagem e proteger a harmonia de um grupo.

Um estudo de coautoria de Michele Gelfand, uma psicóloga da Universidade de Maryland, apontou que voluntários dos países mais coletivistas (como a Coréia do Sul e a Grécia) usaram a mentira mais do que os dos países mais individualistas (como Austrália e Alemanha).

Outras pesquisas apontam uma relação entre criatividade e desonestidade, já que as pessoas que trabalham em áreas criativas acham mais fácil racionalizar suas trapaças.

Fonte: BBC

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