Ciência e Tecnologia

Os tardígrados, seres ‘indestrutíveis’, podem estar vivendo na Lua

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Recentemente, durante uma tentativa de pouso na Lua, uma espaçonave israelense, chamada Beresheet, acabou caindo com milhares de terráqueos a bordo. Mas não se engane, imaginando que estamos falando de humanos. Os seres, os quais nos referimos, são os tardígrados, ou ursos-d’água, como são mais conhecidos. Essas criaturas microscópicas são virtualmente indestrutíveis.

Os tardígrados podem suportar a radiação extrema, calor escaldante e temperaturas baixíssimas. Além de poderem ficar décadas sem comida. Em outras palavras, eles basicamente podem se adaptar em qualquer ambiente. De acordo com uma organização norte americana, responsável pela viagem, eles podem facilmente ter sobrevivido a queda da espaçonave.

Uma análise da trajetória da Beresheet e da composição de todo o dispositivo, muito provavelmente, sugere que esses primos dos artrópodes foram preservados. “Acreditamos que as chances de sobrevivência dos tardígrados sejam extremamente altas”, disse Nova Spivack, co-fundador da The Arch Mission Foundation.

A espaçonave israelense transportava a primeira biblioteca lunar, um arquivo digital com cerca de  30 milhões de páginas de informação, além de amostras de DNA humano e milhares de tardígrados desidratados. Esses animais podem ‘ressuscitar’ quando em contato com a água. “Os tardígrados são ideais para serem incluídos porque são microscópicos, multicelulares e uma das formas mais duráveis ​​de vida no planeta Terra”, acrescentou Spivack.

“Nós os escolhemos porque são especiais. Eles são a forma mais resistente de vida que conhecemos. Eles podem sobreviver praticamente a qualquer cataclismo planetário”, disse Spivack em entrevista à CNN. “Eles podem sobreviver no vácuo do espaço, eles podem sobreviver à radiação”.

De acordo com William Miller, especialista em tardígrados da Universidade Baker, caso esse seres não tenham se queimado em uma explosão, eles podem vir a resistir a uma pressão quase nula no espaço. Além de possivelmente sobreviverem à minuscula pressão e às extremas temperaturas na superfície lunar.

“Mas para se tornarem ativos, para crescer, comer e se reproduzir, eles precisariam de água, ar e comida”, acrescentou ele. O que não tornaria possível que eles se multiplicassem e formassem uma colônia em nosso satélite natural. Segundo Cassie Conley, astrobióloga da NASA, a sobrevivência dos tardígrados dependeria da condição do local do impacto e das temperaturas as quais eles foram expostos.

Seres especiais

“Se elas (temperatura) não foram muito quentes, é possível que eles possam sobreviver por um bom tempo (muitos anos)”, disse ela. “Eu estaria mais preocupado que os animais seriam afetados por substâncias químicas tóxicas do epóxi ou cola” que foram utilizados para armazená-los, ao contrário de condições no espaço, acrescentou ela.

Mesmo que eles vivam por muitos anos, é bem provável que eles não voltem para a Terra tão cedo. Não existem missões tripuladas para a Lua até o programa Artemis da NASA, programado para 2024. Além do mais, o destino da missão é o Polo Sul lunar, bem longe do local onde ocorreu o acidente com a espaçonave, no Mar da Serenidade.

“É improvável que eles sejam resgatados a tempo, então acho que, mesmo que tenham sobrevivido, estão condenados”, disse Rafael Alves Batista, físico da Universidade de São Paulo e coautor de um artigo sobre os tardígrados, de 2017.

Os pesquisadores estão esperançosos de que, ao menos, boa parte da informação na biblioteca lunar tenha sobrevivido ao impacto. Segundo Spivack, o melhor cenário possível é de que a biblioteca esteja totalmente intacta. Repousando sobre uma encosta arenosa na Lua, onde deve permanecer por muitas eras. “Em um futuro distante, pode ser recuperado por nossos descendentes ou por uma forma futura de vida inteligente que pode evoluir muito depois de termos desaparecido”, disse ele.

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