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Papa Francisco canoniza dois novos santos

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Em diversas religiões ao redor do mundo, aqueles que dedicam suas vidas ao bem e vivem por cultivar nobres sentimentos e boas ações costumam ser atribuídos alguns títulos. Dentro da igreja católica, essas pessoas são chamadas de santos. Para ser um santo, o religioso precisa ter devotado sua vida a Deus e também passar por um processo até ganhar o título.

No catolicismo existem vários santos, e recentemente, os fiéis ganharam mais dois. Isso porque, na missa do último domingo, no Vaticano, o papa Francisco fez o rito de canonização de dois beatos. Foram eles João Batista Scalabrini e Artêmide Zatti que foram declarados santos.

Na celebração, quando o papa falou sobre o bispo Scalabrini, que fundou duas Congregações para o cuidado de migrantes, e sobre Zatti, que emigrou para a Argentina, onde administrou um hospital missionário, ele lembrou de dramas atuais, como por exemplo, a crise migratória na Europa e os refugiados da guerra na Ucrânia.

Além disso, o papa também ressaltou que é “escandalosa a exclusão dos migrantes” que “morrem diante de nós” no Mediterrâneo, que agora é “o maior cemitério do mundo”.

Papa

G1

Com isso, o líder da Igreja Católica fez questão de lembrar que a igreja tem relação com perseguições e migrações forçadas e que por isso é um dever da instituição ser “instrumento de paz e comunhão entre os povos”.

“Neste momento, aqui na Europa, há uma migração, que nos faz sofrer tanto e nos impele a abrir o coração: a migração de ucranianos que fogem da guerra. Não esqueçamos hoje a martirizada Ucrânia! Scalabrini olhava mais além, olhava lá para diante, para um mundo e uma Igreja sem barreiras, sem estrangeiros”, disse ele.

“Por sua vez, o irmão salesiano Artemide Zatti, com a sua bicicleta, foi um exemplo vivo de gratidão: curado da tuberculose, dedicou toda a sua vida a favorecer os outros, a cuidar com amor e ternura dos doentes. Conta-se que o viram carregar aos ombros o corpo morto dum dos seus doentes. Cheio de gratidão por tudo o que havia recebido, quis dizer o seu ‘obrigado’, ocupando-se das feridas dos outros. Dois exemplos”, continuou.

Novos santos

G1

João Batista Scalabrini era conhecido como “Pai dos Migrantes”. Ele nasceu perto de Como, na Itália, em 1839. Neste ano, ele foi ordenado e atuou como professor seminarista e colaborador nas paróquias da região. Quando tinha 36 anos, ele foi nomeado bispo de Piacenza.

Em sua missão para ajudar os milhares de migrantes italianos que deixavam o país, ele fundou a Congregação dos Missionários de São Carlos Borromeu, que atualmente são conhecidos como padres scalabrinianos. Além disso, Scalabrini também criou a Sociedade São Rafael, que é um movimento leigo a serviço dos migrantes, e Congregação das Missionárias de São Carlos Borromeu, atualmente conhecidas como irmãs scalabrinianas.

O homem morreu em 1905, aos 61 anos de idade.

O outro novo santo é Artêmide Zatti. Ele nasceu em Borreto, na Itália, em 1880, e quando jovem foi com sua família para a Argentina. Zatti trabalhava em uma fábrica de tijolos e frequentava uma paróquia dirigida por Salesianos.

Quando ele tinha 20 anos, Zatti foi para o seminário salesiano e se tornou um leigo professor. Nessa mesma época, ele começou a cuidar de um padre que estava com tuberculose e acabou contraindo a doença. Felizmente, Zatti conseguiu se curar e depois dedicou sua vida a cuidar dos enfermos.

Por conta disso, ele se formou como farmacêutico e enfermeiro e foi o responsável por um hospital missionário que atendia pessoas de duas cidades argentinas: Viedma e Patagones. O homem morreu aos 70 anos vítima de câncer.

Tornando-se santo

Nossa sagrada família

O processo para santificar uma pessoa é chamado de canonização. Já foram canonizadas mais de 3 mil pessoas, ao longo da história. Entretanto, o número exato de santos é desconhecido. Isso porque nem todos eles foram canonizados oficialmente. De acordo com a igreja, é importante ressaltar que o papa não faz de ninguém um santo, a santificação apenas reconhece aquilo que Deus já havia preparado.

Por muitos séculos, as canonizações eram realizadas ouvindo a opinião pública. Entretanto, no século X, o papa João XV criou todo o processo oficial de santificação. Ao longo dos últimos mil anos, esse processo passou por diversas revisões. A mais recente delas aconteceu em 1983, sob a responsabilidade do papa João Paulo II.

João Paulo II canonizou aproximadamente 300 pessoas. Enquanto revisava o processo de canonização, o papa realizou diversas mudanças importantes, o que incluiu a eliminação do “advogado do diabo” do processo de revisão. O advogado do diabo era alguém designado para contra argumentar as evidências apresentadas, em favor da canonização de uma pessoa.

Todo o processo de santificação pode levar décadas, ou até mesmo séculos, para ser concluído. Ao todo, cinco etapas devem ser concluídas para que alguém se torne santo.

1 – Um bispo local investiga a vida do candidato à santificação. Isso, em busca de evidências que comprovem suas virtudes heroicas. Todas as informações apuradas pelo bispo são enviadas então para o Vaticano.

2 – Tais informações passam pelo crivo de uma equipe de teólogos e cardeais da Congregação para as Causas dos Santos.

3 – Caso seja aprovado, o papa então proclama a candidatura, o que significa que aquela pessoa é um símbolo das virtudes católicas, mesmo que ainda não tenha se tornado um santo.

4 – Nesta próxima etapa, acontece a beatificação, permitindo que a pessoa seja honrada por um grupo ou região. Para isso, deve ser comprovado que a pessoa realizou algum milagre póstumo. No entanto, existe uma exceção. Os mártires, aqueles que morreram por sua causa religiosa, podem ser beatificados sem evidência de um milagre.

5 – Na última etapa, para que, finalmente, a pessoa seja considerada santa, é preciso provar um segundo milagre póstumo realizado por ela. Caso haja a evidências e comprovação do milagre, a pessoa é canonizada. Uma vez que a pessoa é santificada, ela é recomendada, pelo alto escalão da igreja, para ser venerada.

Fonte: G1

Imagens: G1, Nossa sagrada família

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