Natureza

Pela 1ª vez, Brasil registra áreas áridas de deserto

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Pesquisadores do CEMADEN e INPE conduziram uma análise que revelou a formação de zonas com clima árido, igual desertos, no norte da Bahia. Essa mudança vem acontecendo ao longo das últimas três décadas.

O agravamento das mudanças climáticas, aliado à perda de vegetação natural, está tornando as áreas do Semiárido ainda mais secas, com a disponibilidade de água atingindo condições semelhantes às encontradas em regiões desérticas.

Essa conclusão é resultado de uma nova pesquisa realizada por cientistas do CEMADEN e do INPE, e foi divulgada pelo UOL.

Os pesquisadores basearam sua análise no cálculo de aridez da Convenção da ONU para o Combate à Desertificação (UNCCD), levando em consideração a média de chuvas ao longo de 30 anos e a evaporação potencial.

Via Freepik

Segundo esse cálculo, áreas consideradas áridas foram identificadas no norte da Bahia, no centro do Semiárido nordestino.

Javier Tomasella, pesquisador do INPE e coordenador do estudo, ressaltou que o levantamento usou dados até 2022. No novo mapa, surgiram essas zonas de clima árido, mais precisamente na região norte da Bahia. Isso é inédito no Brasil.

Em entrevista à CNN Brasil, Tomasella apontou as mudanças climáticas das últimas décadas como um fator crucial para o surgimento dessas áreas áridas na região nordestina.

Ele explica que, nacionalmente, a temperatura está aumentando muito, o que, consequentemente, intensifica o processo de evaporação, fator atribuído ao aquecimento global.

Além do clima mais quente e seco, outro problema exacerbado pela mudança climática é a desertificação.

A região de Gilbués, ao sul de Teresina, no Piauí, é uma das mais afetadas por esse processo.

As mudanças começaram entre as décadas de 1940 e 1950, como reflexo de práticas prejudiciais da agropecuária e da mineração. Nas últimas décadas, a escassez de chuvas e o clima mais seco agravaram ainda mais o problema.

Perigos do clima árido

Temperaturas extremamente altas podem representar diversos perigos para a saúde, especialmente em regiões tropicais como o Brasil.

A começar pela temperatura direta, exposição prolongada ao calor intenso pode levar a condições como insolação e golpe de calor, que são emergências médicas.

Os sintomas incluem tonturas, confusão, sudorese excessiva e, em casos graves, perda de consciência.

Além disso, altas temperaturas aumentam a transpiração, levando à perda de líquidos e eletrólitos. A desidratação pode causar fraqueza, tonturas, boca seca e, em casos mais graves, danos aos órgãos.

O calor excessivo pode agravar condições respiratórias, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

A qualidade do ar também pode piorar, aumentando os riscos para pessoas com problemas respiratórios.

Ainda, altas temperaturas, como do clima árido, podem colocar estresse adicional no sistema cardiovascular, aumentando o risco de problemas cardíacos, especialmente em pessoas idosas ou com condições cardíacas preexistentes.

Ainda, vale reforçar que a exposição prolongada ao sol sem proteção adequada pode levar a queimaduras solares, envelhecimento prematuro da pele e aumentar o risco de câncer de pele.

O calor intenso pode contribuir para o estresse térmico, afetando o bem-estar mental. Além disso, eventos climáticos extremos relacionados ao calor podem causar ansiedade e preocupações com a segurança.

Via Freepik

Como se prevenir

Para mitigar esses riscos, é essencial adotar medidas preventivas, como manter-se hidratado, evitar a exposição prolongada ao sol durante os períodos mais quentes do dia, usar roupas leves e proteção solar.

Essas dicas são comuns em zonas de clima árido de verdade, como desertos. No entanto, como o Brasil está replicando essa condição, também é importante ter atenção nessas cidades do Nordeste.

Outra dica é garantir que ambientes fechados estejam adequadamente ventilados e refrigerados. Dessa forma, diminui as chances de problemas de saúde no dia a dia.

As autoridades também desempenham um papel crucial ao fornecerem alertas e orientações à população durante ondas de calor. Quanto mais pessoas tiverem conhecimento sobre as temperaturas, melhores as formas de prevenção.

Nos próximos dias, é possível que o calor se torne ainda maior, enquanto a onda não se dissipa. Entretanto, vale reforçar que o Brasil é um país tropical, e o aumento das temperaturas globais está fazendo com que a média cresça da mesma forma.

Assim, a expectativa é ter um verão igualmente quente, mas com as chuvas que acometem o país, diminuindo a secura, o ar prejudicial e as características de clima árido que estamos enfrentando atualmente.

 

Fonte: ClimaInfo

Imagens: Freepik, Freepik

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