Mundo Animal

Pesquisa aponta que os morcegos praticam distanciamento social quando estão doentes

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Uma pesquisa apontou que que morcegos se distanciam socialmente quando estão doentes, passando menos tempo perto de outros e interagindo menos com os companheiros.

O estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, em 2020, observou a prática em morcegos-vampiros selvagens em Belize, na América Central. A pesquisa foi publicada na revista Behavioral Ecology.

Os cientistas monitoraram um grupo de morcegos que morava dentro de uma árvore oca, equipando-os com minúsculos sensores de proximidade para descobrir como eles interagiam socialmente.

Os pesquisadores injetaram em 16 morcegos uma substância chamada lipopolissacarídeo. Isso fez com que os seus sistemas imunológicos reagissem temporariamente como se estivessem doentes, para observar se o seu comportamento mudaria.

Ao todo, havia 31 morcegos na árvore. Os 15 animais restantes receberam injeções de solução salina que não provocaram mudanças em seu sistema imunológico.

De acordo com os pesquisadores, nenhum dos morcegos foi ferido durante o experimento.

Menos interação social

Foto: PA MEDIA/ BBC

Foi notado que os morcegos “doentes” interagiram com aproximadamente quatro morcegos a menos em comparação com os animais saudáveis.

Eles não queriam participar dos rituais e cuidados recíprocos. Além disso, se moviam menos e agiam de maneira mais sonolenta do que os outros.

Essa diferença comportamental diminuiu seis horas depois da injeção e quando os morcegos dormiam ou saíam em busca de comida.

Depois de 48 horas, os efeitos da injeção desapareceram completamente, e os morcegos voltaram a ser sociáveis como antes.

De acordo com os pesquisados, ao se sentirem mal, os morcegos diminuíram a probabilidade de espalhar um vírus ao passar menos tempo com morcegos saudáveis.

O principal autor do estudo, Simon Ripperger, chama isso de “distanciamento social passivo”. Para ele, esse comportamento pode ser mais comum no reino animal do que sabemos.

“Os sensores nos deram uma janela nova e surpreendente para como o comportamento social desses morcegos mudava de hora em hora e mesmo de minuto a minuto durante o dia e a noite, mesmo enquanto eles estavam escondidos na escuridão de uma árvore oca”, afirma Ripperger.

O distanciamento social passivo pode ser comparado aos humanos ficarem de cama quando se sentem mal, em vez de estar perto de outras pessoas. Esse comportamento é útil porque diminui as chances de uma doença se espalhar.

Prefeitura afirma que 14 morcegos com vírus da raiva foram identificados este ano em BH

Foto: Hertz Figueiredo dos Santos/ Arquivo Pessoal/ G1

Ainda falando sobre morcegos doentes, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) confirmou, no dia 09 de agosto, que apenas em 2022 já foram identificados 14 morcegos positivos para a raiva.

São cinco na regional Centro-Sul, um na Oeste, dois em Venda Nova, dois na Leste, três na Pampulha e um na Nordeste. Conforme repercutido pelo G1, a circulação do vírus da raiva é mantida sob vigilância contínua pela Secretaria Municipal de Saúde.

A PBH afirmou que sempre que é feito o recolhimento de algum animal com suspeita da doença são realizadas ações de prevenção e bloqueio vacinal para evitar novos casos em animais domésticos.

Já em contato ao Estado de Minas, a PBH informou que a população não deve tocar ou tentar remover um animal com comportamento anormal. A recomendação é acionar imediatamente os serviços de zoonoses para que uma equipe faça o recolhimento de forma adequada.

A raiva é transmitida aos seres humanos quando a saliva do animal infectado entra em contato, através de mordida, com a pele lesionada, mucosa ou arranhão. 

Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde de BH está realizando medidas preventivas e de bloqueio vacinal de cães e gatos próximos aos locais onde os morcegos estão sendo encontrados.

No município, não há registro de raiva em humanos desde 1984.

Fonte: BBC, G1

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