Por 
O nosso planeta é extremamente grande e, é claro, diverso. É impossível falar sobre diversidade no mundo sem citar os animais. E é justamente essa diversidade que encanta as pessoas ao redor do mundo. Como é o caso dessa perereca amazônica.
Essa perereca, chamada “milk-frog” (Trachycephalus resinifictrix), conhecida como perereca-de-leite, mede nove centímetros e se destaca dos outros animais da espécie por conta dos seus tons azuis. No entanto, a maior surpresa está dentro do corpo desse anfíbio. Os ossos, os músculos e até a parte de dentro da boca dessa perereca também são azuis.
“Alguns anuros, sapos, rãs e pererecas, podem apresentar coloração diferente nos ossos, como é o caso da perereca-de-leite. Só que até hoje o motivo para isso acontecer não é bem conhecido e também não se sabe as possíveis consequências que pode acarretar, é um mistério que intriga a comunidade científica”, explicou o especialista em anfíbios Diego Santana.
Perereca
G!
Entretanto, as cores dessa perereca que ficam à vista têm uma explicação do porquê de existirem. “Cores vibrantes na natureza podem significar que a espécie é tóxica, que é o caso dos Trachycephalyus. A ‘cola’, substancia grudenta que eles soltam quando são capturados, é tóxica. Muitas vezes essas cores mais fortes podem servir de alerta para os predadores”, disse o especialista.
No caso dessa perereca, ela é vista em grande parte da floresta Amazônica, mas também ultrapassa as fronteiras brasileiras. O anfíbio é encontrado também em alguns outros países da América do Sul, como Guiana, Suriname, Equador e Colômbia.
Embora ela seja tóxica, a toxina expelida pela perereca-de-leite não traz riscos à saúde dos seres humanos. Ela serve, na realidade, para deixar o anfíbio com um gosto ruim e forte, além de causar um tipo de urticaria na região da mucosa de um possível predador.
Pet
G!
A cor dela também nem sempre é azul. Ela pode variar entre tons marrons, azuis e brancos. O brilho da cor também muda entre os indivíduos da espécie, sendo os mais novos mais brilhantes e os mais velhos mais opacos.
“Essa espécie é muito procurada como pet. É proibida a comercialização no Brasil, mas por ela ocorrer em outros países, a perereca-de-leite é comercializada e está em diversas casas, zoológicos e criadores dos Estados Unidos e da Europa, principalmente. Nesses casos, a cor dos indivíduos pode variar com esses diferentes tipos de ambientes externos”, disse Santana.
Por conta da espécie ter um apelo no mercado de pet no exterior, isso gera um alerta para o tráfico de animais. E mesmo que essa espécie de perereca não conste como ameaçada nem na lista internacional (IUCN), nem na lista brasileira do ICMBio (MMA), essa procura pode acabar impactando na sua população.
Habitat
G!
Normalmente, a perereca-de-leite fica perto de riachos e raramente desce para o chão da floresta. Ela geralmente está no topo das árvores por conta dos seus discos adesivos, que são uma estrutura parecida com ventosas nas pontas dos dedos. Isso faz com que o anfíbio consiga escalar os troncos
Um fato curioso é que quatro espécies de pererecas da Amazônia, tendo a ‘milk frog’ como a mais conhecida, são chamadas pela população local de “cunauaru”. Essa é uma palavra indígena usada para esses anfíbios que cantam no alto das árvores.
Diferenças
Portal dos animais
Muitas pessoas podem saber a terminologia, mas não sabem de fato o que diferencia um sapo, de uma rã, de uma perereca.
O sapo é um anfíbio que tem a pele áspera e coberta por glândulas e verrugas. Além disso, normalmente, ele é terrestre.
A rã é uma espécie que tem a pele lisa e é mais relacionada com os ambientes aquáticos, enquanto que a perereca tem a pele mais fina e geralmente tem o hábito arborícola.
Fonte: G1
Imagens: G1,Portal dos animais
Comentários