Notícias

Piada na internet dá demissão? Jovem desabafa no TikTok e é desligada

0

A demissão por TikTok fez mais uma vítima nessa semana, e viralizou nas redes sociais nos últimos dias.

Carolina Castro, de 25 anos, compartilhou que foi demitida recentemente devido a um vídeo no TikTok.

Em sua postagem, Carolina relatou que participou de uma tendência na plataforma, na qual os usuários contavam experiências vividas no trabalho.

No vídeo, ela mencionou uma situação relacionada a reuniões desnecessárias conduzidas por seu chefe, sem identificar explicitamente a empresa ou a pessoa envolvida.

Posteriormente, Carolina expressou surpresa com a decisão da empresa, questionando como seu conteúdo pessoal nas redes sociais afetava seu desempenho profissional.

Via Revista PEGN

A organização, no entanto, considerou a situação desrespeitosa, especialmente por envolver comentários sobre liderança no ambiente de trabalho.

Em seu desabafo, Carolina admitiu ter se sentido humilhada com a demissão, mas reconheceu que talvez tenha sido o desfecho necessário, dada a tensão no ambiente profissional.

Ela também mencionou que o clima no trabalho não era saudável, sem revelar sua profissão, local de residência ou o nome da empresa em questão.

Demissão por TikTok existe?

Via Pexels

Especialistas afirmam que, embora a legislação trabalhista brasileira não aborde especificamente o comportamento dos funcionários nas redes sociais, certas publicações podem resultar em demissão por Tiktok e outras redes sociais, até mesmo com justa causa.

De acordo com o artigo 482 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), é possível demitir um funcionário por justa causa em casos de “ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem”.

No cenário atual, isso pode se enquadrar em atitudes como divulgar informações, casos ou desabafos públicos nas redes sociais.

Fernanda Garcez, sócia responsável pela área trabalhista da Abe Advogados, concorda que Carolina Castro não mencionou diretamente sua chefe.

No entanto, a especialista alerta que a publicação da jovem tem potencial para causar danos à organização e aos líderes de forma íntima.

Isso porque pessoas conhecidas podem associar o conteúdo compartilhado por ela à empresa em que trabalha, explicam os profissionais.

Por isso, Garcez recomenda cautela na escolha dos conteúdos a serem compartilhados.

Ela reforça que as pessoas têm o direito à livre expressão. No entanto, essa liberdade não inclui ofensas ou danos à imagem dos superiores. É crucial ter consciência desse aspecto ao decidir o que compartilhar.

Tendência entre os jovens

Via Pexels

Essa demissão por Tiktok faz parte de um movimento muito maior que vem tomando conta dos jovens, também millenials e geração Z, no mercado de trabalho e no contexto social.

Há alguns anos existem relatos de trabalhadores mais jovens que não concordam com alguns posicionamentos das empresas e pessoas jurídicas. Exigências por melhores condições de trabalho, remuneração e qualidade de vida fazem parte desse grupo.

Além disso, também criou-se um centro de apoio nas redes sociais, contando com a internet como forma de conectar as pessoas e criar um ambiente confortável de relatos.

Por isso, tendências engraçadas ou mesmo de histórias ganharam força em redes como o Tiktok. Muitos jovens usam essa visibilidade para denunciar assédios, expor situações desagradáveis e conseguir apoio em ambientes tóxicos.

No passado, era comum que parte dessas situações permanecessem no anonimato, seja pela falta de canais de denúncia ou pela coragem para expor o que aconteceu.

Contudo, isso não parece acontecer entre as novas gerações que se posicionam no mercado de trabalho. Com o uso das redes sociais, vídeos e fotos se tornaram uma forma de criar provas, gerar empatia e suporte para diversas ações.

Mesmo relatos engraçados de perfis de influenciadores ou semi-influenciadores acabam abrindo os olhos de outras pessoas para algo que talvez não seja tão comum ou aceitável.

Assim, mesmo com essa demissão por Tiktok e outros relatos parecidos, os jovens parecem não querer parar com as exposições e com essa forma de se proteger de um ambiente corporativo tóxico e inadequado.

 

Fonte: Revista PEGN

Imagens: Revista PEGN, Pexels, Pexels

YouTube começa a testar novo design na versão web e divide opiniões

Artigo anterior

TikTok está substituindo o Google? Entenda nova preferência dos jovens

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido