Ciência e Tecnologia

Planetas se movem em sincronia em sistema solar “perfeito” recém-descoberto

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Um estudo recentemente publicado na revista Nature, a públic nesta quarta-feira (29), revela a descoberta de um novo sistema solar próximo.

Uma equipe internacional de cientistas indica a existência de seis planetas em uma coreografia orbital perfeitamente sincronizada.

Sob a liderança do astrônomo Rafael Luque, do Departamento de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Chicago, nos EUA, essa pesquisa oferece uma oportunidade única para compreender a formação e evolução dos planetas.

Esta descoberta pode se tornar um ponto de referência para investigar como os exoplanetas, o tipo mais comum de planetas fora do nosso sistema solar, se formam, evoluem, sua composição e se apresentam com as condições adequadas para sustentar a existência de água líquida em suas superfícies, afirma Rafael Luque, o astrônomo da Universidade de Chicago e autor principal do estudo.

De acordo com o artigo, os seis mundos orbitam ao redor da estrela denominada HD110067, localizada a apenas 100 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Coma Berenices.

Via PxHere

Como é esse novo sistema solar próximo

No ano de 2020, o telescópio TESS (Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito), da NASA, identificou reduções no brilho de uma estrela, indicando a passagem de planetas diante dela.

A análise conjunta dos dados provenientes do TESS e do Satélite ExOPlanet (Cheops), da Agência Espacial Europeia (ESA), revelou uma configuração até então inédita.

Embora sistemas com múltiplos planetas sejam comuns na Via Láctea, a observação de formações gravitacionais estreitas, conhecidas como “ressonância”, é menos frequente para os astrônomos.

No sistema solar HD110067, o planeta mais próximo da estrela completa três órbitas, enquanto o seguinte realiza duas. Essa é uma dinâmica conhecida como ressonância 3/2.

Esse padrão se replica entre os quatro planetas mais internos. Já entre os mundos mais externos, ocorre um padrão de quatro órbitas para cada três órbitas do planeta seguinte (uma ressonância de 4/3), e esse padrão se repete duas vezes.

A sincronia dessas órbitas provavelmente persiste desde a formação do sistema, há bilhões de anos, de acordo com as afirmações dos cientistas.

Sistemas em ressonância orbital desempenham um papel crucial na compreensão da formação e evolução planetária.

Embora muitos planetas se formem nesse alinhamento, eles podem ser facilmente perturbados por eventos cósmicos ou interações gravitacionais, o que contribui para a modelagem de cenários de pesquisa.

Sistema único

Luque ressaltou a singularidade do sistema HD110067, observando que apenas aproximadamente 1% dos sistemas permanecem em ressonância.

Além disso, essa é uma porcentagem ainda menor quando se trata da sequência de planetas nessa configuração.

No entanto, é fundamental obter medidas mais precisas das massas e órbitas dos seis planetas para aprofundar a compreensão sobre a formação desse sistema.

Via Flickr

Diferenças entre o sistema solar próximo e o nosso

Para esclarecer as diferenças entre o nosso sistema e o sistema solar próximo, o HD110067, é importante destacar duas coisas: sincronia e tamanhos.

Isso porque a descoberta apresenta uma configuração orbital com maior sincronia, seguindo padrões específicos sempre em uníssono.

Por ser algo incomum na maioria dos sistemas planetários conhecidos, ele se destaca das demais referências.

Além disso, essa precisão coreográfica nas órbitas é apontada como uma característica única, até o momento.

Em comparação com o nosso sistema solar, existe uma diversidade de órbitas planetárias sem uma ressonância orbital tão marcante.

A singularidade desse sistema solar próximo fornece aos cientistas uma oportunidade única de estudar e compreender processos de formação planetária em condições orbitalmente alinhadas, algo que não é comum em nossa vizinhança cósmica.

Além disso, o sistema abriga uma estrela brilhante, simplificando a busca por sinais de vida nas atmosferas dos planetas.

Pequenos planetas

Ainda, vale mencionar que o sistema solar próximo é composto por seis pequenos planetas, que levam o nome de sub-Netunos, por serem maiores que a Terra, mas menores que Netuno, que é quatro vezes maior.

Dessa forma, nosso sistema não possui esses sub-Netunos, sendo até comuns na galáxia, mas não na nossa órbita. Mesmo assim, sabe-se relativamente pouco sobre eles.

Também se diferencia a composição desses planetas, que apresenta características rochosas, gasosas e aquosas ao mesmo tempo.

Essas condições são ideais para a vida humana, mas o sistema solar próximo ainda traz perguntas sem resposta para os cientistas e astrônomos.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Flickr, PxHere

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