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Polvos sentem dor emocional?

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Um estudo recente apresentou a informação de que os cefalópodes, mais especificamente os polvos, sentem dores físicas e emocionais, assim como os seres humanos. De acordo com a pesquisa, essa dor seria maior que um simples reflexo a estímulos ou lesões prejudiciais, sendo um estado emocional complexo, que pode levar à angústia ou ao sofrimento.

Os polvos são considerados os invertebrados neurologicamente mais complexos da Terra. Porém, são poucas pesquisas que focam no sentimento de dor dessa espécie.

O novo estudo sobre os cefalópodes

Getty Images

Por meio de medições detalhadas sobre os comportamentos associados à dor espontânea e à atividade neural, os especialistas identificaram três linhas que indicam que os polvos podem ser capazes de sentir estados emocionais negativos ao serem confrontados com a dor. Os métodos utilizados para medir a dor dos polvos foram os mesmos que já haviam sido usados em roedores.

Depois de uma sessão de treinamento em uma caixa de três câmaras, os polvos, que receberam uma injeção de ácido acético, uma substância que provoca dor, em um braço, mostraram total aversão ao ácido. Enquanto os invertebrados que tiveram injetados uma solução salina não prejudicial, em contrapartida, não mostraram tal aversão.

Ainda de acordo com a pesquisa, os polvos que receberam uma injeção dolorosa, e um analgésico em seguida, preferiram a câmara em que sentiram alívio instantâneo da dor. Já os que receberam apenas a solução salina não se importaram com a câmara onde o analgésico foi aplicado.

Mesmo que o sistema nervoso do polvo seja organizado de forma diferente dos vertebrados, as reações e características identificadas durante a pesquisa costumam ser encontradas em mamíferos.

Além disso, vale ressaltar que a preferência por um local, livre de danos, é visto como uma forte evidência de que os vertebrados podem sentir dor afetiva.

A dor dos polvos

iScience

Utilizando registros eletrofisiológicos, a equipe de pesquisa conseguiu mostrar, indiretamente, uma pequena resposta, comparada ao longo caminho de estudo, sobre o cérebro do polvo, que parece comprovar a intensidade da dor experimentada pelas injeções de ácido. Assim, essa sensação é rapidamente silenciada após o uso de um analgésico, que expõe a experiência de dor da espécie.

Outra demonstração do estudo é que todos os polvos que tiveram injetados o ácido mostraram comportamentos de limpeza no local da injeção ao longo dos 20 minutos de treinamento. Eles conseguiram remover uma pequena parte da pele utilizando o próprio bico.

Anteriormente, dor contínua, em oposição à dor transitória, só havia sido confirmada em mamíferos. Agora, com o novo estudo, estão sendo levantadas questões éticas sobre como o ser humano trata os cefalópodes, assim como sobre a possibilidade de uma nova origem evolutiva para a experiência da dor entre os animais.

Fonte: Socientifica

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