Curiosidades

Por que garrafas de champanhe estão sendo levadas para o fundo do mar?

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Uma justificativa estranha está explicando por que estão levando garrafas de champanhe para o mar.

Tudo começou em 2010, quando um grupo de mergulhadores fez uma descoberta extraordinária nas águas próximas ao arquipélago de Åland, na Finlândia.

Eles encontraram um navio desaparecido desde 1852, cujo tesouro consistia em 168 garrafas de champanhe ainda lacradas.

Essa revelação resgatou um pedaço da história, e também desencadeou uma série de eventos sobre a apreciação de bebidas finas.

Através da minuciosa identificação das rolhas, os pesquisadores puderam determinar as marcas dos produtos perdidos, revelando que as garrafas pertenciam às renomadas maison Juglar e Veuve Clicquot.

Via Olhar Digital

Essas casas de champanhe, cujas tradições são de séculos atrás, viram seus produtos repousarem no fundo do mar por mais de 170 anos, preservados pelo ambiente subaquático.

A incrível jornada dessas garrafas não parou por aí. Dois anos após sua descoberta, 11 delas foram leiloadas, surpreendendo o mundo ao arrecadar um total de US$ 156 mil, equivalente a quase R$ 770 mil na época.

Este acontecimento não apenas despertou o interesse de colecionadores e entusiastas, mas também reacendeu a curiosidade em torno do sabor preservado ao longo dos anos.

Recentemente, especialistas tiveram o privilégio de degustar o conteúdo dessas garrafas de champanhe centenárias. Com isso, lançam luz a uma nova perspectiva na apreciação de champanhes envelhecidos.

A experiência sensorial revelou nuances e complexidades únicas, redefinindo o valor dessas garrafas para até US$ 190 mil, ultrapassando a marca de R$ 930 mil.

Fundo do mar é o ambiente perfeito para garrafas de champanhe

Philippe Jeandet, renomado professor de bioquímica de alimentos na Universidade de Reims, situada no coração da região de champanhe da França, foi incumbido de conduzir uma minuciosa “análise química e sensorial” nas pequenas amostras provenientes de três das históricas garrafas de champanhe.

O resultado de suas pesquisas, publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, revelou que, após 170 anos de envelhecimento nas profundezas aquáticas, em condições praticamente ideais, essas garrafas adormecidas de champanhe despertaram para narrar um capítulo único na história da produção de vinho.

Durante a fase inicial da degustação, uma equipe de “provadores especializados” descreveu os vinhos utilizando termos intrigantes como “notas animais”, “cabelo molhado”, “redução” e ocasionalmente até “queijo”, conforme detalhado no relatório.

Contudo, ao permitir que o champanhe permanecesse no copo e se oxigenasse, aromas mais agradáveis emergiram, sendo descritos como “picante”, “defumado” e “couro”.

Dominique Demarville, na época o chef de caves da Veuve Clicquot, imergiu-se na experiência de provar o champanhe por três ocasiões distintas, identificando notas de frutas maduras, trufas e mel.

Ele ousadamente afirmou que estava entre os melhores champanhes do mundo. Por outro lado, Philippe Jeandet, limitado a provar “apenas uma gota de uma microseringa”, ofereceu um veredicto extraordinário, conforme compartilhado na revista Smithsonian.

Em fala, diz que nunca experimentou algo assim em toda sua vida e sua carreira de especialista. O aroma persistiu na boca por três ou quatro horas após a degustação.

Essa rica tapeçaria de sabores e experiências sensoriais ressalta a longevidade excepcional do champanhe. Além disso, também conseguiu surpreender e encantar os especialistas, mesmo após décadas de repouso no fundo do oceano.

Nova proposta

Via Freepik

Impressionada com a redescoberta de seu vinho, a Veuve Clicquot está embarcando em uma iniciativa ousada. A marca pertence ao conglomerado de artigos de luxo LVMH, liderado pelo bilionário francês Bernard Arnault.

Buscando recriar as condições únicas que preservaram suas históricas garrafas, a produtora de champanhe planeja afundar dezenas de garrafas de champanhe no mesmo local no arquipélago de Åland.

Além disso, algumas dessas garrafas serão deixadas nas profundezas marinhas por um período impressionante de 40 anos.

A Veuve Clicquot sustenta a crença de que o mar profundo pode proporcionar o ambiente perfeito para o envelhecimento do champanhe.

A baixa salinidade do Mar Báltico, que é 20 vezes menor que a do Oceano Atlântico, combina-se com uma temperatura constante de 4°C. Assim, oferece, segundo a produtora, condições ideais para o repouso da bebida.

Este experimento inovador destaca a busca contínua por métodos de envelhecimento únicos e a exploração de ambientes subaquáticos como uma alternativa promissora.

Contudo, a Veuve Clicquot não está sozinha nessa empreitada. A prática de armazenamento subaquático está rapidamente se tornando a área de desenvolvimento mais acelerada no universo do champanhe.

Lucy Edwards, especialista em champanhe e fundadora da revista do setor Champagne Everyday, revela que tanto os grandes produtores quanto as pequenas casas estão explorando essa abordagem inovadora.

Assim, o mar se torna não apenas um reservatório de mistérios e barcos, mas agora também é um laboratório para a evolução do mundo do champanhe.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Olhar Digital, Freepik

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