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Por que o símbolo de coração não tem nada a ver com o órgão?

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Todos conhecemos o famoso símbolo do coração, um dos mais populares de todos os tempos. Ele está em mensagens românticas, emojis, pelúcias e tudo que se possa imaginar. Aquele grande coração vermelho 2D se tornou a verdadeira representação do órgão.

Mas é claro que ele lembra muito pouco do nosso coração de verdade, mesmo se tornando tão difundido na cultura popular e nas comunicações diárias.

Foi justamente essa popularidade que levou pesquisadores do Hospital San Raffaele, na Itália, a examinar documentos e artigos científicos em busca da origem deste desenho.

Os resultados são surpreendentes, pois sugerem uma possível explicação científica para a imagem.

Via Pexels

História

Desde os tempos mais antigos, como o Egito Antigo, as necropsias eram realizadas. Durante o Renascimento Italiano, muitos artistas dissecaram cadáveres para aprimorar suas habilidades em desenho anatômico, como Leonardo da Vinci e Michelangelo. Isso torna ainda mais absurda a popularidade do símbolo “falso” do coração.

Ao observar o coração real, veríamos um músculo assimétrico e um pouco “retorcido”. Isso faz do símbolo de coração um modelo que não segue a anatomia correta.

Atualmente, os puristas podem expressar amor e afeto usando um símbolo mais “preciso” em suas mensagens, graças à inclusão de um emoji bastante próximo do órgão humano no WhatsApp, por exemplo.

Origem do símbolo de coração

Em um artigo publicado na revista The Journal of Visual Communication in Medicine (JVisComm), os pesquisadores discutem possíveis inspirações para a criação do símbolo de coração.

Eles mencionam que uma das inspirações pode ter sido a folha de uma planta chamada sílfio, que crescia na costa norte da África. Além disso, as folhas de nenúfar e hera também são sugeridas como possíveis influências na criação da imagem.

Via DepositPhotos

Além de analisar folhas de várias espécies, os pesquisadores mencionam que existem especulações de que esse símbolo de coração tenha sido modelado a partir da anatomia humana dos seios ou das nádegas. No entanto, não existe uma resposta definitiva para essa questão.

O que é de conhecimento geral é que essa forma começou a se popularizar na Idade Média, por volta do século XIII. Nos séculos XV e XVI, tornou-se ainda mais difundida até se tornar um verdadeiro padrão nos dias de hoje.

Por exemplo, no teclado do sistema operacional Android, existem pelo menos 24 emojis diferentes para representar um coração, cada um com significados diversos.

Existe alguma verdade?

Em um giro histórico, a ciência do século XX levantou a possibilidade de que a inspiração para a forma do coração não seria de plantas ou partes do corpo, mas sim pelo resultado de um experimento anatômico. No entanto, essa é apenas uma suspeita, ainda pouco provável.

Durante uma angiografia coronária, ou cateterismo cardíaco, em nome popular, injetam contrastes nas artérias. Com isso, é possível, em alguns casos, obter uma imagem que se assemelha ao símbolo do coração usando os equipamentos de imagem modernos.

Via Canaltech

No entanto, os pesquisadores explicam que é difícil imaginar que as pessoas que viveram na época das primeiras representações icônicas da imagem do coração conseguiram perceber essa forma cardíaca com base na evidência proporcionada por tais procedimentos.

Conforme relatado pelos autores, médicos examinaram os padrões anatômicos do sistema arterial coronariano pela primeira vez através de injeções post mortem e modelos científicos na década de 1950.

Então, como poderia ter sido possível obter esses resultados em séculos anteriores?

Tecnologia avançada para a época

Ainda falando sobre teorias, é possível que anatomistas, cientistas e artistas tenham realizado procedimentos semelhantes usando materiais menos sofisticados, possivelmente injetando gesso nas artérias coronárias durante autópsias e depois transpondo a estrutura obtida para desenhos.

Dessa forma, a hipótese sugere que cientistas mais antigos poderiam ter obtido uma forma semelhante à do símbolo de coração, contribuindo para sua popularização ao longo dos anos.

No entanto, assim como as outras teorias sobre o símbolo, seria necessário trazer evidências adicionais para respaldar essa ideia.

Via Pexels

Não existe, de fato, um consenso entre os pesquisadores, mas a maioria das análises volta para o mesmo lugar: inspiração na natureza ou em outras partes do corpo humano.

Seja como for, existe uma certa verdade no símbolo de coração que temos hoje, e ele está difundido demais para ser substituído por algo mais verídico. Por isso, segue sendo a representação máxima que temos.

 

Fonte: Canaltech

Imagens: DepositPhotos, Pexels, Pexels, Canaltech

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