Por que os ”celulares burros” têm ganhado mais adeptos?

Hoje em dia, é quase impossível não andarmos sempre com nosso celular. A sensação de sair de casa sem ele é a mesma que estar sem roupa. E com o passar do tempo, os celulares foram ficando cada vez mais modernos e sendo capazes de fazer praticamente tudo.

No entanto, por conta de toda a informação e funcionalidade dos smartphones surgiram os dumbphones, ou celulares burros. Eles nada mais são do que como os primeiros modelos de aparelhos que existiram, sem aplicativos e sem nenhuma tecnologia de ponta. Esse tipo de aparelho é ideal para as pessoas que buscam um estilo de vida sem querer estar “dentro” da internet o tempo todo.

Em abril do ano passado, Lars Silberbauer, diretor de marketing da HMD Global, deu uma entrevista ao “The Washington Times” e disse que esse tipo de celular é para quem quer simplicidade e uma forma de escapar do cansaço digital.

Celulares burros

TechTarget

Esses dumbphones têm tela com uma resolução baixa e um teclado numérico. Alguns modelos são flip, os que abrem e fecham. A digitação nele é através do alfabeto que fica dividido nas teclas de números e para mandar mensagem tem que ser o bom e velho SMS. E o entretenimento desses celulares são joguinhos como o conhecido “jogo da cobrinha”.

A Nokia, da HMD Global, é a pioneira na fabricação desses celulares e tem uma linha específica para o modelo. A linha tem até um slogan: “telefone idiota, escolha inteligente”.

Esses modelos têm uma bateria muito resistente, durando dias. Por isso também que pessoas que querem um dispositivo de backup, para emergência ou para usar em alguma viagem vão atrás deles.

Consumo

I’m team flip phone revolution . Maybe I can write the theme song guys 💪💪💪💪 pic.twitter.com/yOJgCdAgNq

— camila (@Camila_Cabello) January 13, 2023

De acordo com a Counterpoint Research, empresa de pesquisa, análise e consultoria estratégica da indústria de tecnologia, o mercado dos dumbphones contribuiu com um pouco mais de 2% de todas as vendas de celulares nos Estados Unidos.

Ainda de acordo com a empresa, em 2022, quase 80% das vendas de celulares burros vieram do Oriente Médio, da África e da Índia.

O consumo desses dispositivos parece estar também entre as celebridades. Tanto é que a cantora Camila Cabello, de 26 anos, disse ter um e ser adepta desse modelo. “Eu sou a revolução do telefone flip da equipe. Talvez eu possa escrever a música tema, pessoal”, escreveu ela em seu Twitter.

Dispositivo

O Hoje

Por mais que o consumo dos dumbphones esteja crescendo, a maioria das pessoas ainda tem e preferem os smartphones. Mas com todos os recursos que eles possuem, os dispositivos viraram um objeto bastante visado para furtos e roubos.

Então, o Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou uma ferramenta para bloquear o celular em casos de furto ou roubo, o programa Celular Seguro.

O serviço foi lançado no fim do ano passado e depois de uma semana já estavam bloqueados 3.896 aparelhos roubados, furtados, perdidos ou extraviados. De acordo com informações do ministério, até o começo da tarde do dia 26 de dezembro, a ferramenta teve 658 alertas de usuários vítimas de roubos. Além desses, mais 1.154 alertas foram feitos também por furtos, 801 por conta de perdas e 283 por motivos variados. Para se ter uma ideia, somente no dia 20 de dezembro foram 1.113 medidas restritivas.

O estado com maior número de alertas de bloqueio é São Paulo, com 1.011. Depois dele vem Rio de Janeiro (453); Pernambuco (286); Bahia (272) e Minas Gerais (259).

O programa Celular Seguro foi disponibilizado no dia 19 de dezembro e é uma iniciativa do governo contra roubo e furto de celulares e aplicativos digitais no Brasil. Através do site e do aplicativo é possível que as vítimas comuniquem sobre o crime e peçam o bloqueio imediato do celular, aplicativos de banco e de novos acessos no dispositivo.

Conforme o ministério, 700.697 pessoas acessaram o aplicativo através da plataforma gov.br. Dessas, 513.098 fizeram o registro dos números das linhas de telefone que queriam bloquear remotamente. Ainda de acordo com o ministério, é possível acessar o app informando o CPF, deixando de registrar os dados do celular.

Além disso, cada pessoa que se cadastra no Celular Seguro pode colocar uma pessoa de confiança que também terá o poder de efetuar o bloqueio no seu nome. Até o dia 26 de dezembro, mais de 467,8 mil pessoas de confiança já tinham sido cadastrados.

No caso do dono do celular furtado ou roubado, ele pode fazer o bloqueio acessando o site celularseguro.mj.gov.br. Não existe um limite para a quantidade de números que podem ser cadastrados, mas eles têm que estar vinculados com o CPF para que o bloqueio possa ser feito.

Outro ponto importante a se saber é que não existe bloqueio temporário. Se o celular conseguir ser recuperado, o dono terá que entrar em contato com a operadora de telefonia e com os outros parceiros do projeto, como os bancos e aplicativos, para que os acessos sejam resgatados.

Fonte: G1, CNN

Imagens: TechTarget, Twitter, O Hoje