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Praticantes de pole dance afirmam ter sofrido preconceito após serem expulsas de barraca de praia

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Um grupo de praticantes de pole dance afirmou que foi vítima de preconceito e constrangimento no domingo (28/08), logo depois de ser obrigado a se retirar de uma barraca na Praia da Sabiaguaba, em Fortaleza.

Elas contaram que foram expulsas minutos após começarem uma apresentação esportiva da modalidade que tenta desmistificar a conotação sensual atribuída à dança. O estúdio que elas fazem parte lançou uma nota de repúdio na segunda-feira (29/08) em defesa das professoras e das alunas que fazem parte do coletivo.

A praticante de pole dance Lorena Medeiros, que faz parte do grupo há dois anos, afirmou que a apresentação do evento chamado de Pole Beach havia sido combinado com antecedência com a administração do estabelecimento. No entanto, ela contou logo após a apresentação começar, foram escutadas reclamações, principalmente por parte de alguns clientes que estavam nas mesas.

“De início fomos bem recebidas por uma funcionária que ficou responsável por nos acolher, começamos a fazer a apresentação na barra do pole dance quando a movimentação ainda era pequena. Com a chegada de mais clientes, começaram as reclamações que foram nos repassadas pela funcionária.”

Segundo ela, “algumas clientes pediram para a gente vestir uma bermuda ou irmos para um lugar mais afastado pois elas estavam se sentindo incomodadas com os olhares dos maridos para nós”, contou.

Retirada do grupo do local

Foto: Arquivo Pessoal/ Universa/ UOL

A participante também contou que o dono da barraca, que não estava no local, falou com o gerente por telefone e solicitou que o grupo deixasse o estabelecimento. Isso porque a apresentação de pole dance estava incomodando as famílias.

“Paramos a apresentação e passamos a andar pelas mesas para explicar as pessoas sobre a modalidade. Tentamos desmistificar essa imagem de que pole dance está ligado apenas à sensualidade ou à prostituição. Mas não houve conciliação e tivemos que sair do local”, explicou.

Por meio de nota, a administração da barraca de praia envolvida no caso informou que tratou o assunto internamente. A barraca reconheceu que o pole dance é reconhecido como um esporte e que em nenhum momento queria que o caso tivesse ocorrido.

Desmistificação do tabu em torno do pole dance

Foto: Arquivo Pessoal/ Universa/ UOL

Em uma publicação nas redes sociais, uma das alunas que participou da apresentação afirmou que a situação serviu para incentivar ainda mais atuação do coletivo e a desmistificar o tabu em torno do pole dance.

“Essa situação só serviu para sustentar e nos incentivar a continuar divulgando cada vez mais o pole e nossa missão de quebrar estereótipos advindos de uma sociedade com cultura machista e preconceituosa”, escreveu.

Já na nota de repúdio da academia de dança é reprovada a decisão do estabelecimento. Além disso, o estabelecimento pediu apoio para lutar contra o que definiram como machismo e preconceito sofrido pelas praticantes.

Logo após deixar o estabelecimento, as praticantes foram para outra barraca, dessa vez na Praia do Futuro. No local, elas conseguiram realizar a apresentação.

Vale destacar que apesar de ter ficado famoso como uma dança sensual, o pole dance ganha cada vez mais o status de esporte. Já existem pelo menos 20 federações de Pole Esporte no Brasil. Além disso, desde 2015 há um campeonato brasileiro que seleciona atletas para participar de competições mundiais.

“O pole dance esportivo tem como objetivo o mesmo que qualquer outro esporte: melhorar a saúde, a estética física e buscar a superação. A própria vestimenta usada, short e top, não está relacionada à sensualidade, mas ao uso de travas que usamos para poder ficar penduradas na barra. A modalidade nos ajuda a nos enxergar mais fortes, portanto ele deve ser praticado como qualquer outro esporte”, afirmou Lorena Medeiros.

Fonte: G1

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