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QIAPN+: entenda como novas letras da sigla LGBT reforçam busca por representatividade

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No dia 28 de junho é celebrado o Dia do Orgulho LGBT+. No entanto, fazer parte da comunidade sempre foi algo difícil. Para começar, dentro de casa e depois, fora. Mesmo no cinema e na TV, somente no final dos anos 1990 é que personagens começaram a se tornar mais aceitos pelo público. Contudo, ainda hoje, percebemos que é difícil que esses personagens existam. Mesmo assim devemos valorizar os que chegaram até lá.

Conforme o tempo vai passando, a comunidade LGBT vai conquistando seus direitos para que, o que todos esperam que aconteça, um dia se alcance a tão sonhada igualdade.

Uma dessas conquistas pode ser vista na própria sigla. Ela começou bem pequena e cheia de tabus ao seu redor. Tanto é que, até meados dos anos 1990 ela era GLS, significando gays, lésbicas e simpatizantes da causa homossexual. Depois de anos ela começou suas mudanças e passou a ser LGBT. Nela, foi dada a visibilidade aos bissexuais, transexuais e travestis.

Com pouco tempo depois, o “+” veio ao final do LGBT e dava indícios do quão maior a sigla poderia se tornar  e, de fato, se tornou. Tanto é que, nos últimos anos, a sigla tem aumentado cada vez mais para dar visibilidade a mais grupos. Hoje, ela tem quase 10 letras, sendo: LGBTQIAPN+

Na visão de Stela Cristina de Godoi, socióloga da  Faculdade de Ciências Sociais da PUC-Campinas, essa transformação na sigla é um reflexo das mudanças sociais e, principalmente, mostra a luta constante por representatividade.

“A gente não pode simplesmente enxergar como um rótulo, uma etiqueta que a gente coloca na testa das pessoas. Nem as pessoas precisam responder a essa demanda de dizer o que é, se classificar, se rotular. Não se trata disso. É importante o surgimento dessas novas nomenclaturas”, disse Godoi.

“Se surgiram, é resultado de uma demanda de indivíduos e de grupo que não estavam confortáveis dentro das nomenclaturas anteriores e que precisam ser respeitados na sua diversidade, no seu direito a existir tal como são, fora dos rótulos, da normatização e da patologia”, continuou.

LGBTQIAPN+ e seu significado

LGBT

Biodokick

Mesmo que seja uma sigla muito vista pelas pessoas, boa parte delas não sabe o que de fato quer dizer cada uma dessas letras. Conforme explica Godoi, essa sigla busca representar os diferentes grupos existentes por sua diversidade.

A primeira coisa é a respeito do sexo biológico, que são as características físicas e tudo aquilo que envolve o corpo. Isso inclui o masculino, feminino e intersexo. Depois a representação da identidade de gênero, que é a maneira como as pessoas se identificam como seres psicossociais, incluindo o feminino, masculino, entre outros. E por fim, a orientação sexual, que diz respeito às pessoas com quem se relacionam.

Todos esses fatores são vistos na sigla atualmente. Para quem não sabe, mostramos aqui o que cada uma delas significa.

L – lésbicas: aquelas que se identificam como femininas e se relacionam com outras pessoas do mesmo gênero.

G – gays: quem se identifica como masculino e se relaciona com outros do mesmo gênero.

B – bissexuais: pessoas que se relacionam tanto com o gênero masculino como o feminino.

T – transexuais e travestis: aqueles que não se identificam com o gênero atribuído no momento do nascimento.

Q – queer: aqueles que não se identificam com os padrões que a sociedade impõe e não se limitam a um único gênero ou orientação.

I – intersexo: quem possui características biológicas do sexo feminino e masculino ao mesmo tempo.

A – assexuais: pessoas que não têm atração sexual, o que não quer dizer falta de libido, e nem há relação com questões psicológicas ou biológicas.

P – pansexuais: aqueles que se relacionam com pessoas de todos os gêneros.

N – não binários: aqueles que não se identificam com o gênero masculino e nem com o feminino. Eles podem se identificar com mais de um ou com nenhum.

LGBT além da nomenclatura

LGBT

Correio de Carajás

Claro que as nomenclaturas são importantes, mas Godoi ressalta que elas não podem ser entendidas como um glossário. Até porque, elas são muito mais do que isso.

Do ponto de vista sociológico, elas são marcadores que ajudam na regulação do funcionamento de instituições sociais, como por exemplo, a família e o casamento.

“Todas essas ideias são muito mais do que só ideias ou sentimentos individuais. Elas ganharam ao longo da história uma consistência maior no sentido de prescrever determinadas formas de conduta às quais os indivíduos devem obedecer para estar incluindo e ser funcional. Essa é uma perspectiva mais funcionalista, que é muito comum no pensamento sociológico e ajuda a entender as nomenclaturas LGBT”, disse ela.

E como isso é uma construção social, a comunidade LGBTQIAPN+ está aberta a novas formas de diversidade. Por isso que novas letras vão surgindo e sendo adicionadas.

“É importante destacar que não se trata apenas de a gente construir definições para um glossário de termos que explique o que é cada uma dessas letras na sigla. Lógico que isso é importante também para que as pessoas entendam as diferentes identidades, quem são as pessoas por trás dessas siglas”, pontuou Godoi.

Fonte: G1 

Imagens: Biodokick, Correio de Carajás

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