Saúde

Quanto café por dia é muito café? Especialistas apontam o limite

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Mesmo sendo uma bebida presente no cotidiano brasileiro, você pode estar bebendo muito café, e sofrendo as consequências!

O café pode assumir várias identidades: uma rotina matinal, uma expressão de tradição cultural, um truque para aumentar a produtividade e até mesmo uma escolha saudável de bebida.

Além disso, pesquisas indicam que os apreciadores de café tendem a viver mais e apresentam menores riscos de desenvolver diabetes tipo 2, doença de Parkinson, problemas cardiovasculares e certos tipos de câncer.

No entanto, diante das diversas xícaras consumidas no café da manhã, no expresso após o almoço e na cafeína noturna, surge a questão: é possível estar bebendo muito café? E, se sim, como determinar o ponto de equilíbrio?

Quais os riscos de beber muito café?

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O café é composto por milhares de substâncias químicas, muitas das quais podem impactar a saúde, conforme observa Marilyn Cornelis, professora associada de medicina preventiva na Faculdade de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern.

No entanto, a cafeína, principal componente do café para a maioria das pessoas, é onde residem a maioria dos potenciais riscos.

Jennifer Temple, professora de ciências do exercício e nutrição na Universidade de Buffalo, destaca que o consumo excessivo de cafeína pode levar a batimentos cardíacos acelerados, nervosismo, ansiedade, náuseas ou distúrbios do sono.

Além disso, Adrienne Hughes, médica toxicologista e professora assistente de medicina de emergência na Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, acrescenta que a ingestão excessiva de cafeína também pode provocar dores de cabeça, refluxo ácido e, em casos extremos, tremores ou vômitos.

No entanto, Cornelis acredita que a maioria das pessoas está atenta às reações do corpo à cafeína e tende a diminuir o consumo ao detectar sintomas mesmo leves de excesso.

Portanto, é incomum experimentar efeitos colaterais perigosos do café, conforme ela afirma.

Quanto é demais?

Geralmente, as overdoses de cafeína ocorrem quando se consome grandes quantidades em formas concentradas, como em pós ou suplementos, e em um curto espaço de tempo.

Por exemplo, de acordo com a especialista, seria necessário ingerir pelo menos 10 mil miligramas de cafeína. Isso seria o equivalente a cerca de 50 a 100 xícaras de café, dependendo da concentração, para que houvesse um potencial risco de fatalidade.

Além disso, a cafeína pode ocasionar um aumento temporário na pressão arterial e na frequência cardíaca, especialmente se você não estiver acostumado a consumi-la regularmente, mas isso geralmente não é prejudicial.

Estudos indicam que o consumo habitual de café não parece elevar a pressão arterial ou aumentar o risco de arritmias cardíacas a longo prazo.

No entanto, Hughes alerta que se você é propenso a arritmias cardíacas ou se experimenta palpitações após o consumo de cafeína, pode ser mais sensível aos seus efeitos e deve evitar exceder a quantidade habitual ou consumir grandes doses de fontes concentradas, como suplementos ou injeções energéticas.

Van Dam adverte ainda que o consumo excessivo de cafeína durante a gravidez é desaconselhado, pois está associado a um maior risco de aborto espontâneo.

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Qual o limite diário?

Conforme informações da Food and Drug Administration (FDA), a maioria das pessoa na idade adulta pode consumir até 400 mg de cafeína por dia sem sofrer os riscos.

Na prática, seria o equivalente a quatro xícaras de café de torra média bem passada, ou seis doses de café expresso.

No entanto, se estiver grávida, o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas recomenda não ultrapassar 200 miligramas diários.

É importante observar que o tamanho das xícaras e a força do café podem variar. Uma xícara padrão de 240 ml contém aproximadamente 80 a 100 miligramas de cafeína, conforme informações da FDA.

Porém, em locais como a Starbucks, uma bebida de tamanho “alto” de torra média pode conter cerca de 235 miligramas de cafeína, aproximadamente o mesmo que uma dose tripla de café expresso.

Além disso, existem outros alimentos que consumimos com cafeína, como refrigerantes, chá, chocolates e até mesmo remédios.

Considerando essas informações, van Dam defende que a diretriz de 400 mg de cafeína por dia é razoável para a maioria dos adultos.

Essa quantidade está dentro dos limites para aproveitar os benefícios à saúde e ao mesmo tempo evitar efeitos colaterais indesejados. Ele sugere que consumir de duas a quatro xícaras por dia seria uma medida ideal.

Organismo também ajuda

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Van Dam observa que as pessoas metabolizam a cafeína em ritmos diferentes. Assim, enquanto 400 mg podem ser excessivos para alguns, outros podem consumir muito café regularmente sem experimentar efeitos colaterais.

De acordo com Cornelis, dependendo da sua genética, pode levar de 2 a 10 horas para eliminar metade da dose de cafeína do sangue.

Se você estiver no extremo mais longo desse espectro, uma dose de café expresso à tarde pode interferir no sono, enquanto aqueles que metabolizam a cafeína mais rapidamente podem não enfrentar problemas à noite.

É importante considerar que fumar tabaco pode acelerar significativamente o metabolismo da cafeína, levando os fumantes a precisarem consumir mais cafeína para se manterem alertas.

Por outro lado, estar grávida ou tomar contraceptivos orais pode retardar esse processo, como explica van Dam.

No final das contas, é fundamental prestar atenção no seu corpo e saber a dosagem. Se sentir tontura, nervosismo ou ansiedade, vale a pena maneirar no café.

 

Fonte: Globo

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