Curiosidades

Radiografias de múmias antigas mostram uma descoberta surpreendente

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A arqueologia é a ciência responsável por estudar culturas e civilizações do passado. E é através das descobertas arqueológicas, que vestígios de antigas sociedades e culturas são descobertos. Assim, pode-se compreender melhor como viveu determinado povo, quais eram seus hábitos e costumes. Até mesmo, o que levou ao seu fim.

E várias das vezes, descobertas podem trazer algo inesperado. Como essa múmia egípcia decorada com o retrato de uma mulher que tinha uma surpresa. Foi encontrado o corpo de uma criança que tinha apenas cinco anos quando morreu.

Depois dessa surpresa, graças às varreduras de alta resolução e micro-feixes de raios-X, os cientistas aprenderam mais a respeito dessa menina e sobre seu enterro.

Radiografia

Então, a tomografia computadorizada de raios-X feita dos dentes e do fêmur da múmia confirmaram sua idade. Embora, ela não tivesse sinais de traumas nos ossos que poderiam sugerir o que causou a sua morte.

Além da idade, os raios-X direcionados também mostraram um objeto misterioso. Esse objeto tinha sido colocado no abdômen da criança. As análises anteriores feitas aproximadamente duas décadas atrás tinham baixo contraste. E vários detalhes eram difíceis de ver.

Nessa nova análise, os pesquisadores fizeram novas tomografias para conseguir ver a estrutura da múmia em sua totalidade. Entretanto, eles se concentraram em regiões específicas. Para isso usaram difração de raios-X. Elas são feitas onde um feixe de raios-X fortemente concentrado ricocheteia nos átomos em estruturas cristalinas.

De acordo com Stuart Stock, professor pesquisador de biologia celular e do desenvolvimento na Feinberg School of Medicine da Northwestern University em Chicago, essa foi a primeira vez que essa difração foi usada em uma múmia intacta.

Múmia

A múmia é conhecida como “Hawara Portrait Mummy No. 4”. Ela foi escavada entre 1910 e 1911 no sítio egípcio de Hawara. A múmia é datada de aproximadamente do século I d.C, época em que o Egito estava sob o domínio romano.

“Durante a era romana no Egito, eles começaram a fazer múmias com retratos presos à superfície frontal. Muitos milhares foram feitos. Mas a maioria dos retratos foi removida das múmias que temos. Talvez apenas 100 a 150 ainda tenham o retrato preso à múmia”, disse Stock.

Por mais que a imagem da múmia mostrasse uma mulher, dentro era uma criança. O corpo dela media menos de um metro. Além do corpo, os pesquisadores viram 36 estruturas parecidas com agulhas. Onze estavam ao redor da cabeça e pescoço, 20 perto dos pés e cinco perto do tronco.

A difração de raios-X determinou que eles eram fios, ou pinos, de metal modernos. E que deviam ter sido adicionados para estabilizar o artefato em algum momento do século passado.

No entanto, o que foi um achado surpreendente foi uma camada irregular de sedimento, no que estava envolvendo a múmia. Stock sugeriu que talvez fosse lama que os sacerdotes usaram para prender as bandagens na múmia.

Descoberta

Além disso, outra descoberta curiosa foi feita. Um pequeno objeto elíptico com aproximadamente sete milímetros de comprimento. Os pesquisadores o acharam no invólucro da múmia sobre o abdômen. Ele foi chamado de “inclusão F”.

Através dos raios-X foi visto que ele era feito de calcita. Uma das possibilidades é que esse objeto fosse um amuleto incluído para que o corpo da criança fosse identificado durante a mumificação.

Os sacerdotes também costumavam colocar um amuleto, como por exemplo um escaravelho, em cima da parte do corpo que estava danificada para proteger a pessoa na vida após a morte.

Mesmo com a resolução mais alta da tomografia não foi possível mostrar detalhes esculpidos nesse objeto. Então ainda não é possível dizer o que ele era ao certo.

“Cada vez que você entra em um estudo como este, obtém boas respostas. Mas então você simplesmente levanta mais questões”, concluiu Stock.

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