Natureza

Renascimento histórico: novos kiwis nascem em Wellington após 150 anos

0

Em uma região de colinas em Wellington, capital da Nova Zelândia, ambientalistas estão comemorando o nascimento de kiwis, marcando o retorno dessa espécie icônica à vida selvagem após mais de 150 anos.

Os quatro filhotes, fruto dos esforços do Projeto Capital Kiwi em 2022, representam um marco significativo para a ave, símbolo nacional ameaçado de extinção.

A descoberta surpreendente ocorreu quando voluntários, encarregados de monitorar os animais, encontraram acidentalmente os kiwis recém-nascidos em um ninho sob uma árvore.

Antes da reintrodução dos kiwis no ano anterior, foi crucial lidar com seus predadores.

Armadilhas foram instaladas para capturar arminhos, mamíferos carnívoros que representam uma ameaça às aves. Além disso, palestras foram ministradas aos moradores locais para alertar sobre o perigo representado por cães domésticos para a espécie.

Via Wikimedia

O kiwi, nativo da Nova Zelândia, destaca-se por sua pelagem, bico longo e a ausência de asas, o que o torna incapaz de voar. No entanto, compensa essa limitação com sentidos extremamente apurados de tato, audição e olfato.

Antes da chegada dos exploradores europeus, a Nova Zelândia abrigava milhões de kiwis. No entanto, em 1998, a população havia declinado para menos de 100 mil, atingindo cerca de 70 mil em 2008.

A espécie enfrenta desafios significativos, com apenas cinco filhotes de cada 100 ovos depositados em tocas na floresta conseguindo alcançar a idade adulta.

Predadores como furões, cães e gatos domésticos representam ameaças sérias. A média de 27 kiwis mortos por predadores a cada semana aumenta os temores de que a ave possa ser extinta ainda em nossa geração.

Sobre os kiwis

Os kiwis são pássaros únicos e distintos originários da Nova Zelândia, conhecidos por sua aparência peculiar e características singulares.

Existem várias espécies de kiwis, sendo o Kiwi Marrom, o Kiwi Manchado e o Kiwi de Little Barrier alguns dos exemplos. Cada espécie tem suas próprias características distintivas.

No entanto, todos possuem pelagem densa e um bico longo e curvado, o que justifica seu nome semelhante à fruta. Ambos têm a mesma coloração e a fruta apresenta pequenos fiapos semelhantes a pelos.

No entanto, eles se classificam como aves não voadoras, pois não possuem asas funcionais. Enquanto isso, apresentam pernas fortes e adaptadas para correr, sendo ágeis no solo. Era isso que permitia sua fuga dos predadores, embora estivessem em desvantagem.

Além disso, embora não voem, os kiwis compensam isso com sentidos altamente desenvolvidos. Seu tato, audição e olfato são notavelmente aguçados.

Ainda, os kiwis são aves noturnas, preferindo atividades durante a noite. Seu estilo de vida noturno contribui para sua evasão de predadores naturais, especialmente felinos e outras espécies diurnas.

Sem conseguir voar, eles precisam se alocar no solo ou em pequenas altitudes, exigindo mais energia para ficarem vigilantes.

Em comparação com o tamanho do corpo, os kiwis botam ovos relativamente grandes. O ovo é uma parte significativa do corpo da fêmea, e, por isso, muitos cuidadores tinham dúvidas sobre o nascimento da espécie novamente, visto ser um processo complexo para a mãe.

Extinção

Via Conexão Planeta

Infelizmente, os kiwis estão ameaçados de extinção devido à perda de habitat, introdução de predadores e outros fatores humanos.

Eles também enfrentam desafios significativos, como a predação por mamíferos introduzidos, incluindo furões, cães e gatos domésticos, quando próximos das áreas urbanas. Esses desafios têm contribuído para a diminuição de sua população.

Mesmo assim, programas de conservação, como o Projeto Capital Kiwi, tentam salvar e reintroduzir essas aves na natureza para garantir sua sobrevivência.

O kiwi é um símbolo nacional da Nova Zelândia e tem grande importância cultural para os maoris, o povo indígena da região. Com os quatro novos filhotes, será possível recuperar a esperança de tê-los novamente na natureza.

 

Fonte: Conexão Planeta

Imagens: Conexão Planeta, Wikimedia

“Escurecer o Sol” pode ajudar a proteger a Terra; especialista explica

Artigo anterior

‘Não serve para nada’: por que é tão difícil ensinar matemática no Brasil?

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido