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Roupas tecnológicas geram calor, recarregam celular e viram tela touch

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A indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo. De acordo com os dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), ela, sozinha, é responsável por 10% das emissões globais anuais de carbono. E infelizmente, todos precisam de roupas, então, todo mundo movimenta essa indústria, quer seja comprando em um comércio local ou em uma grande fast fashion.

No entanto, várias mudanças estão sendo pensadas para que o consumo seja mais consciente com o passar do tempo. Com isso em mente, várias pessoas trabalham com esse objetivo, como por exemplo, o engenheiro têxtil André Correa Marcilio. De acordo com o diretor da AG Têxtil, fabricante de tecidos especiais de Americana, interior paulista, seu plano é usar os fios de algodão condutores de energia para fazer uma almofada que seja capaz de funcionar como controle remoto. Essa almofada irá ter botões bordados que serão sensíveis ao toque e irão dar à pessoa a possibilidade de comandar sua smart TV.

Esses fios especiais enrolados em um novelo são parte de um campo da engenharia têxtil chamado de eletrônica vestível. O plano da empresa é produzir tecidos ou películas flexíveis que sejam capazes de produzir eletricidade, assim como os fios de cobre fazem.

Projetos

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Muitas pessoas podem ter dúvidas sobre a segurança desse material, mas ele é inofensivo para quem o usa. Tanto é que ele já começou a ser usado em roupas, calçados e acessórios. Um exemplo disso é a Levi’s e o Google, que criaram uma jaqueta que consegue controlar o celular através de um dispositivo com uma antena Bluetooth e uma bateria no punho removível da peça. Essa roupa foi lançada em 2019, mas já não está mais disponível no site da loja.

Além dessa jaqueta, a AG Têxtil produziu uma bolsa de praia que tem uma bateria e uma antena bluetooth capaz de se conectar com o celular e reproduzir músicas nos alto-falantes embutidos na bolsa. Nesse mesmo ponto, em um futuro um pouco distante, tecidos devem ser capazes de produzir e armazenar eletricidade para carregar um smartphone.

O Centro de Componentes Semicondutores e Nanotecnologias da Universidade Estadual de Campinas (CCSNano-Unicamp) também tem a sua criação: uma película flexível de nanografite que junta o silicone com propriedades condutoras e é usada na palmilha da bota para aquecer os pés das pessoas que trabalham em temperaturas baixas.

No caso da AG Têxtil, ela desenvolveu seus fios condutores de eletricidade em parceria com o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), em Campinas, interior paulista, junto com o apoio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) da FAPESP. Marcilio disse que até tentou comercializá-los, mas as pessoas só queriam os produtos prontos.

“Uma empresa queria centenas de bolsas com logos que acendiam; outra, assentos de carros que pudessem ser regulados por meio de botões bordados sensíveis ao toque; e uma terceira roupas de cama com sensores que monitorassem o sono das pessoas”, relatou.

Roupas

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Infelizmente, não tinha como esses pedidos serem atendidos. “O gargalo está no escalonamento da produção para atender ao volume dessas demandas”, disse a química Renata Nome, responsável pelo desenvolvimento dos fios.

De acordo com o físico Osvaldo Oliveira Júnior, do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), as pesquisas internacionais mostram que existem três grandes áreas para o desenvolvimento dos dispositivos vestíveis. “Uma delas é a saúde, com sensores capazes de monitorar diversas propriedades do corpo por meio do suor e de outros fluidos”, disse.

Além deles, outros campos promissores são os de dispositivos relacionados a roupas, sapatos e acessórios que dão a eles a possibilidade de gerar e armazenar eletricidade através de roupas e outros vestíveis que conseguem regular a temperatura do corpo nos lugares muito frios ou quentes.

Fonte: Tilt

Imagens: Tilt

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