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Saiba quando mostrar o dedo do meio passou a ser insulto

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Sempre te falaram que mostrar o dedo do meio é ofensivo, certo? Então, evitamos fazer isso sem querer e, quando queremos xingar alguém silenciosamente, é ele que levantamos.

Mas você já parou para pensar por que isso acontece? Afinal, quando erguer o dedo do meio se tornou algo contra as regras de etiqueta? A resposta é curiosa, e vem dos temos antigos, provavelmente do homem pré-histórico.

Por que mostrar o dedo do meio é ofensivo?

Via Segredos do Mundo

Isso se deve a uma tradição cultural que remonta à Antiguidade, provavelmente herdada de costumes ancestrais do homem na pré-história.

Um grupo de antropólogos sugere que esse gesto é uma variação de uma estratégia agressiva observada em alguns primatas, que exibiam seu órgão genital ereto aos seus inimigos como forma de intimidação.

Com o avanço da civilização, o ser humano teria substituído esse gesto pelo uso do dedo médio erguido para ofender alguém.

Um dos primeiros registros escritos desse comportamento grosseiro remonta ao ano 423 a.C., quando o poeta grego Aristófanes escreveu a peça “As Nuvens”.

Em um dos diálogos da peça, o personagem Estrepsíades faz uma piada comparando o dedo médio ao órgão genital masculino.

A ofensa da Grécia se disseminou até Roma, onde era conhecida como “digitus infamis”, ou seja, o “dedo obsceno”. Uma vez que remetia ao órgão masculino, popularizou-se a associação.

Outras provas

Por isso, o zoólogo britânico Desmond Morris, em seu livro “Gestures, their Origin and Distribution” (“Gestos, sua Origem e Distribuição”), sugere que o imperador Calígula (12-41) humilhava seus súditos, obrigando-os a beijar seu dedo médio em vez de sua mão.

O ato representava mais que subsirviência, mas também uma atitude que remetia diretamente ao membro do imperador, de maneira menos exposta publicamente.

Com o passar dos séculos, esse gesto de origem latina se espalhou pela maioria dos países do mundo, tornando-se um símbolo quase universal.

Dedo do meio em cada cultura

No entanto, diferentes povos desenvolveram formas criativas de expressar o mesmo tipo de insulto. Isso explica por que um sinal pode ser considerado inocente em um país e ofensivo em outro.

Para que essa “transformação” ocorra, é necessário que um grupo estabeleça um acordo cultural em torno do significado desse gesto.

Em outras palavras, um gesto só é considerado ofensivo se todas as pessoas do grupo compreenderem e concordarem com o seu significado.

Hoje em dia, para evitar mal-entendidos e lidar com as diferenças culturais, as multinacionais muitas vezes fornecem guias de comportamento aos seus executivos que viajam frequentemente.

Essas publicações explicam quais gestos são apropriados ou não ao visitar outros países, ajudando a evitar gafes.

Isso destaca a importância de entender as nuances culturais em gestos e comunicações não verbais ao interagir em contextos internacionais.

A antropóloga Rosali Telerman, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, menciona esse fenômeno e a necessidade de sensibilidade cultural nesse aspecto.

Via Superinteressante

Outros exemplos

Outro exemplo é o gesto que fazemos com o polegar e o indicador formando um círculo, conhecido como o sinal “ok”.

Ele é amplamente popular em muitas partes do mundo como um símbolo de aprovação, concordância ou que algo está tudo bem.

No entanto, é importante ressaltar que em algumas culturas e contextos, esse gesto pode ter uma interpretação de forma negativa ou ofensiva.

Por exemplo, na França, o gesto “ok” é famoso como “faire un rond” ou “faire un zéro” e serve para indicar que algo não vale nada ou é insignificante.

Em algumas partes do Brasil, especialmente nas regiões sul e sudeste, o gesto “ok” é uma forma a se referir ao ânus, também como uma ofensa popular.

Enquanto isso, em alguns países da América Latina, como a Venezuela, bem como na Grécia, o gesto “ok” pode ser considerado ofensivo, semelhante a mostrar o dedo médio. O mesmo vale para a Turquia, onde “ok” é algo vulgar.

Assim, vale ficar atento para o significado dos símbolos em cada cultura, evitando conflitos com um simples levantar do dedo do meio.

 

Fonte: SuperInteressante

Imagens: SuperInteressante, Segredos do Mundo

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