Curiosidades

Sepultura de 9 mil anos é achada no Peru e mostra que as mulheres também praticavam a caça

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Quando pensamos nos homens pré históricos e na função que cada um tinha pensamos em homens como sendo caçadores e mulheres como coletoras. Mas essa visão pode ser, na verdade, estereotipada e errada.

Um novo estudo mostra que essa ideia, de que os homens saiam pela terra com lanças, enquanto as mulheres ficavam em casa para cuidar dos filhos e fazer comida, na verdade, é infundada.

A verdade é que, aproximadamente, metade dos caçadores que, viveram há cerca de 10 mil anos, eram mulheres. Com essa descoberta, novas possibilidades interessantes são abertas para ver como realmente era a vida dessas mulheres antigas.

Descoberta

No estudo publicado, uma equipe de arqueólogos explica que essa ideia a respeito dos papéis que cada gênero desempenhava tem atrasado a ciência.

“Vários estudiosos teorizaram que tal divisão de trabalho teria sido menos pronunciada, totalmente ausente ou estruturalmente diferente entre nossos primeiros ancestrais caçadores-coletores. Mas apesar de tais considerações teóricas, alguns estudiosos relutaram em atribuir a funcionalidade de caça para ferramentas associadas a enterros femininos”, disse a equipe.

Esse descuido é atribuído parcialmente pelos arqueólogos por conta do preconceito de gênero contemporâneo. Entretanto, os restos que foram descobertos no Peru, em2 013, dão grandes evidências da ideia oposta.

O primeiro autor do estudo e professor assistente de antropologia na UC Davis, Randall Haas, disse em um comunicado que essas descobertas mudaram totalmente a maneira como ele imaginou as sociedades antigas.

“Nossas descobertas me fizeram repensar a estrutura organizacional mais básica dos antigos grupos de caçadores-coletores, e grupos humanos em geral. Possivelmente por causa de suposições históricas sexistas sobre a divisão de trabalho na sociedade ocidental, descobertas arqueológica de mulheres com ferramentas de caça simplesmente não se encaixavam nas visões predominantes do mundo. Foi preciso um caso forte para nos ajudar a reconhecer que o padrão arqueológico indicava o comportamento de caça real das mulheres”, disse Haas.

Caça

Os cientistas estudam os povos do Pleistoceno Superior e do Holoceno Inferior, que viveram há cerca de nove a 12 mil anos, que tem muito menos evidências.

E para descobrir como eram esses povos antigos, os acessórios com que eles viveram e com os que foram enterrados podem ser a chave para descobertas.

“Os objetos que acompanham as pessoas na morte tendem a ser aqueles que as acompanharam em vida”, escreveram os autores.

Com as análises dentais, ósseas e proteicas da descoberta no Peru, os cientistas descobriram que é um indivíduo do sexo feminino entre 17 e 19 anos. Junto com essa menina estavam enterrados uma variedade de itens que eram tradicionalmente encontrados em um kit de ferramentas de um caçador de grandes animais.

Ao todo foram encontrados 24 artefatos nesse cemitério que eram relacionados à caça de grandes animais. E para ter a certeza que essa descoberta não tinha sido um caso isolado, a equipe revisou 107 sítios arqueológicos datados da mesma época.

E baseado nas ferramentas encontradas nesses vários cemitérios eles descobriram que tinham os restos mortais de 16 homens e 11 mulheres caçadoras.

“Modelos plausíveis ​​variam entre 30 e 50% da participação feminina, sugerindo que a caça inicial era provavelmente neutra em relação ao gênero ou quase neutra”, escreveram os autores.

Por mais que as descobertas apoiem uma teoria de igualdade de gênero entre os caçadores antigos, os autores dizem que mais estudos são necessários. Isso para que as descobertas com evidências mais recentes sejam reconciliadas.

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