Por 
Contrariando o estereótipo corporativo que diz para valorizarmos nossa individualidade e a autopromoção, um novo estudo revela ser humilde no trabalho pode ajudar a impulsionar a sua carreira.
Aparentemente, a era das pessoas super-centradas, egocêntricas e seguras de si passou, e outra postura vem sendo mais valorizada.
Essa pesquisa, envolvendo mais de 600 líderes em diversas áreas, mostra que a humildade na liderança traz benefícios para organizações inteiras, aumentando o desempenho e a motivação da equipe.
A avaliação, embora envolvendo apenas uma parcela representativa do mundo corporativo, foi suficiente para trazer novos insights de como se portar com colegas e superiores.
O que diz o estudo?
Via Freepik
Os resultados das entrevistas e levantamento de dados indicam que avaliações positivas da humildade dos líderes geralmente se relacionam com bons desempenhos em todas as outras áreas analisadas.
A mentoria informal também surgiu como uma das ferramentas mais cruciais na trajetória de um líder humilde.
Ou seja, ajudar os demais de maneira não-oficial, com dicas, recomendações e suporte no ensino. Isso traz mais prestígio na organização, pois compartilhar habilidades, dicas e truques cria um valioso capital social, conforme observou a equipe responsável.
Com isso, é possível construir uma rede de pessoas que se torna um grupo de indivíduos altamente talentosos, motivados e confiantes, o que é extremamente vantajoso no cenário.
Por isso, ser humilde no trabalho seria visto com bons olhos de ambos os lados, entre colaboradores, e também entre chefes em relação ao seu pessoal.
Equilíbro é importante
No entanto, o estudo também alerta sobre os perigos de ser humilde no trabalho sem equilibrar essa posição.
Um colaborador ou chefe com humildade excessiva pode traz problemas para o ambiente, como admitir publicamente erros de forma frequente.
Reconhecer falhas em meio a uma competição por promoção, com outras pessoas querendo o mesmo cargo, por exemplo, torna o candidato mais vulnerável aos olhos de quem seleciona.
Ainda, um líder de respeito precisa saber reconhecer quando erra, mas também assumir uma posição de confiança em seu trabalho e nas suas decisões.
Caso contrário, a equipe toda pode sofrer com essa falta de posição e estrutura em relação aos concorrentes, por exemplo.
Isso reforça também a importância de cultivar uma rede de apoio com relações próximas entre colaboradores, mantendo conexões com colegas e subordinados.
Dessa forma, existe a possibilidade de ser humilde no trabalho, ser visto com bons olhos, mas, quando errar, ter um ambiente confortável e seguro para acolhimento e correções.
O oposto também preocupa
Enquanto isso, também existem levantamentos que mostram que o oposto ainda segue preocupante.
Ou seja, optar por uma personalidade narcisista na empresa, em vez de ser humilde no trabalho, pode acarretar uma série de riscos mais sérios para a sua carreira.
Por exemplo, ajuda a atrair potenciais concorrentes e gerar inimizades no círculo social que deveria ser de acolhimento.
Claro, é importante ter confiança no seu trabalho, saber se posicionar e defender suas ideias. No entanto, essa personalidade mais ‘acessível’ ainda se mostra menos benéfica que a humildade, em termos de comparação.
E, claro, ao mesmo tempo, ter um chefe narcisista, que não assume erros e acredita estar sempre certo, acaba com a moral da equipe e torna o trabalho ainda mais desafiador.
Por isso, mesmo que buscar o equilíbrio seja complicado, é algo gratificante no meio corporativo.
Via Freepik
Como ser humilde no trabalho?
De acordo com os pesquisadores, existem várias formas de promover uma personalidade e liderança humilde nas empresas.
Internamente, os colaboradores precisam desenvolver suas soft skills e saber se posicionar diante de erros, pedidos de desculpa e feedbacks construtivos para a sua trajetória.
Enquanto isso, para os chefes, existem alternativas em conjunto com a própria empresa, como incentivar o reconhecimento dos colegas de equipe, em vez de receber os créditos por todas as ações bem-sucedidas.
Ainda, promover a mentoria informal, a valorização de uma orientação cuidadosa em cargos superiores e a implementação de programas de treinamento também são alternativas interessantes.
Dessa forma, todos os níveis da empresa conseguirão assumir essa postura menos agressiva, colhendo os benefícios de ter um ambiente acolhedor, com pessoas que sabem reconhecer como melhorar e estão abertas à mudanças.
Fonte: Revista Galileu
Comentários