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Singapura revogará lei que proíbe relações sexuais entre homens

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Não podemos dizer que o preconceito foi extinto de nossa sociedade. Pelo contrário, parece que está cada vez mais presente e devemos lutar veemente contra isso. Por sorte, as coisas estão mudando para melhor, como por exemplo, o fato de que Singapura irá descriminalizar o sexo entre homens.

O anúncio foi feito por Lee Hsien Loong, primeiro-ministro de Singapura, no último domingo. Essa lei do país é uma herança da época da colonização britânica e condena as relações sexuais entre homens com pena de até dois anos na prisão.

“O governo vai revogar a lei e descriminalizar o sexo entre homens. Acho que é a coisa certa a fazer, e algo que a maioria dos singapurenses aceitará agora”, disse Loong.

Revogação da lei

G1

De acordo com o primeiro-ministro, hoje em dia, os homossexuais são mais aceitos pela sociedade, principalmente entre os jovens de Singapura. Portanto, essa revogação “colocará a lei em sintonia com os costumes sociais atuais e espero que dê um respiro aos singapurenses gays“, disse Loong.

No entanto, ele acrescentou que o governo do país não tem a intenção de mudar a definição legal de casamento em Singapura. Ou seja, ela continuará sendo a relação entre homem e mulher.

“A maioria dos singapurenses não quer que a revogação da lei leve a uma mudança drástica em nossas normas sociais. Portanto, mesmo que revoguemos a lei, vamos defender e proteger a instituição do casamento”, pontuou.

Há muito tempo os ativistas LGBTQIAP+ argumentam que essa lei vai contra a cultura de Singapura, que é cada vez mais moderna. Tanto que, no passado, esses ativistas entraram com dois processos com o objetivo de derrubar essa lei, mas não tiveram sucesso. Agora, esse anúncio feito pelo primeiro-ministro animou os ativistas.

“A revogação da Seção 377A é o primeiro passo no longo caminho para a igualdade total para as pessoas LGBTQ+ em Singapura. Mas o verdadeiro impacto da revogação será determinado pela forma como os singapurenses respondem a ela e tratam uns aos outros, nos próximos dias e meses”, disseram os ativistas em uma nota em conjunto de mais de 20 grupos.

Singapura

O tempo

Essa cidade-Estado localizada no extremo sul da Península da Malásia é o maior porto do sudeste asiático. Além disso, é um dos mais movimentados do mundo. Seu crescimento e prosperidade, em grande parte, se deve à sua posição geográfica. Conhecida como “A Pérola da Ásia“, Singapura é composta de apenas 5,6 milhões de habitantes e é hoje um dos maiores centros financeiros do mundo. Ou seja, a cidade-Estado “produz” mais milionários e é a mais cara de se viver, segundo um estudo da “Economist Intelligence Unit”.

Mas nem sempre essa foi a realidade de Singapura. Há 50 anos, o local era uma região precarizada e com poucos recursos naturais. Contudo, a ilha pobre é hoje um dos países mais ricos do mundo e praticamente se transformou da água para o vinho.

Depois de deixar para trás o domínio britânico e conseguir a independência da Malásia em 1965, Singapura se tornou um Estado autônomo liderado por Lee Kuan Yew. Ele ocupou o cargo de primeiro-ministro por mais de 30 anos e foi o arquiteto do chamado “milagre econômico”. Lee elaborou um extenso programa de reformas para tirar Singapura do que descreveu como “buraco negro da miséria e da degradação”. Para, assim, transformá-la em um país industrializado e moderno, sob um modelo rígido de controle estatal.

O segredo de Lee para o sucesso é que ele estava comprometido com seus princípios. “Criamos Singapura literalmente do nada. Começando com 150 almas em uma vila de pescadores pobres, eles construíram uma das maiores cidades do mundo”, comentou o chefe de Singapura sobre a prosperidade de seu país. O primeiro-ministro queria erradicar a corrupção e estava determinado. “Se você quer derrotar a corrupção, deve estar pronto para enviar seus amigos e familiares para a prisão”, disse ele.

A equipe governamental criou uma espécie de mídia independente que cobria a vida dos políticos 24 horas por dia. Ou seja, Lee usou os meios de comunicação para fomentar a maneira como as coisas deveriam ser regidas dali em diante. “Se o poder do estado que gerimos não é usado para melhorar a vida da maioria, mas para encher os bolsos de uma minoria da hierarquia de poder, então teremos que ser ruins”, pontuou.

Fonte: G1, Época negócios

Imagens: G1, O tempo

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