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Sonda encontra “aranhas” na região polar de Marte; saiba o que são

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Dentre os planetas do sistema solar, Marte foi sempre uma grande fonte de mistérios. Com o passar dos anos, as pesquisas foram ficando mais intensas e os robôs enviados para lá nos dão informações e imagens cheias de detalhes. Mesmo assim, com o passar do tempo, as tecnologias são cada vez mais aprimoradas para que mais coisas sejam descobertas.

Contudo, por mais que os avanços tenham sido grandes, até hoje nunca foi encontrada vida no Planeta Vermelho. No entanto, as sondas da Agência Espacial Europeia (ESA) capturaram fotos de Marte mostrando a superfície do planeta cheia de estruturas escuras e ramificadas em um formato que se parece com aranhas.

Claro que não se tratam de fato de aranhas em Marte, na realidade, o visto pelas sondas Mars Express e Traces Gas Orbiter são erupções de dióxido de carbono, o CO2. O local onde elas fizeram esses registros foi na chamada Cidade Inca, que fica no polo sul do planeta.

“Aranhas” em Marte

Canaltech

Nesse local estão aglomerados estruturas escuras cheias de ramificações. Essas estruturas são, na verdade, canais gasosos que aparecem quando o clima no hemisfério sul de Marte começa a esquentar com a chegada da primavera. Isso faz com que o dióxido de carbono congelado derreta e as camadas  inferiores de gelo sublimem, ou seja, tornem-se gasosas.

À medida que o gás vai se expandindo, ele acaba explodindo para fora das camadas de gelo e leva junto com ele a poeira escura da superfície. Depois disso, os jatos de poeira saem do gelo e caem de novo na camada superior, o que faz com que os padrões vistos nas fotos tiradas pelas sondas se formem.

Com relação ao local onde elas foram vistas, a Cidade Inca, ela é formada por fendas lineares. Por conta disso que no passado os cientistas pensavam que elas eram dunas petrificadas ou geleiras marcianas antigas. Contudo, a Mars Orbiter deixou claro que essa não era a realidade.

Conforme os dados da sonda, a Cidade Inca é parte de uma estrutura circular que possivelmente seja uma cratera de impacto antiga. Se esse for o caso, as fendas geométricas podem estar relacionadas com os fluxos de magma que foram espalhados pela superfície de Marte.

Procura

Como dito, a vida ainda não foi encontrada em Marte, mas esforços para deixar essa tarefa mais simples são feitos com frequência. Como, por exemplo, um novo modelo de inteligência artificial. Essa inteligência artificial foi feita a partir de referências do nosso próprio planeta para poder compreender como a vida se prolifera mesmo nos lugares inóspitos.

Essa rede neural foi feita pelos cientistas do Instituto SETI e analisou um lugar chamado Salar de Pajonales. Ele é uma bacia na fronteira entre o deserto de Atacama e o planalto do Altiplano. Esse lugar foi escolhido porque os cientistas o consideram como sendo um dos melhores análogos na Terra com o ambiente que é encontrado em Marte.

O local é pobre em oxigênio, seco e, por conta da sua grande altitude, bastante exposto aos raios UV. Mesmo assim, ele é um antigo leito de rio e onde vida pode ser encontrada em suas formações minerais.

Sabendo disso, os pesquisadores coletaram 7.765 imagens e 1.154 amostras para analisar e fazer a procura por bioassinaturas de bactérias como carotenoides e pigmentos de clorofila. As imagens simulando Marte foram feitas por drones e os pesquisadores criaram mapas topográficos em 3D.

Tudo isso foi usado para que a inteligência artificial pudesse ser treinada para reconhecer estruturas que tivessem uma probabilidade maior de revelar bioassinaturas. Felizmente, esse treinamento deu certo. A rede neural conseguiu identificar, de forma correta, os padrões na distribuição da vida microbiana no local analisado até 87,5% das vezes.

Para se ter uma noção do quanto essa inteligência artificial foi melhor do que outros métodos, esses outros acertaram apenas 10% das vezes. Isso mostra que usando a inteligência artificial os pesquisadores não irão economizar somente tempo, mas também diminuir a quantidade de terreno para serem feitas as varreduras em até 97%.

De acordo com Freddie Kalaitzis, um dos autores do estudo, “tanto para as imagens aéreas quanto para os dados em escala centimétrica baseados no solo, o modelo demonstrou alta capacidade preditiva para a presença de materiais geológicos com forte probabilidade de conter bioassinaturas”.

Por conta de tudo isso, os pesquisadores esperam que os astrobiólogos usem o modelo feito por eles nessa procura por vida em outros planetas, principalmente Marte, porque ele tem várias características parecidas com a Terra. Isso faz com que ele tenha mais probabilidade de ter bioassinaturas de vida antiga.

Fonte: Canaltech, Terra

Imagens: Canaltech, YouTube

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