Na quarta tentativa de uma empresa enviar uma sonda privada à Lua, a SpaceX, em colaboração com a Intuitive Machines, planejava lançar o foguete Falcon 9 na madrugada desta quarta-feira, às 2h57.
No entanto, o envio foi adiado para quinta-feira, dia 15. Esta missão representa outro marco na competição entre empresas de diversos países para alcançar o satélite natural.
O Falcon 9 é a primeira sonda da SpaceX a ser enviada, partindo do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, com o objetivo de transportar o módulo lunar Nova-C, conhecido como Odysseus para a Lua. A previsão é de que o pouso ocorra em 22 de fevereiro, em uma cratera próxima do polo sul do satélite.
O módulo tem um peso de 675 kg e conta com o suporte da NASA, que tem um programa de incentivo para missões comerciais de transporte lunar. Segundo informações, a Intuitive Machines obteve um financiamento de US$ 118 milhões para carregar seis cargas da empresa.
A carga útil do módulo Nova-C abriga instrumentos destinados a aprimorar nossa compreensão do ambiente lunar, enquanto a NASA se prepara para enviar tripulantes humanos ao satélite natural como parte do programa Artemis até o final desta década.
Esta sonda privada busca ser ainda mais ambiciosa do que uma anterior realizada pela Organização Indiana de Pesquisa Espacial.
Em 2023, a Chandrayaan-3 foi a primeira a pousar nas proximidades do polo sul lunar. A Intuitive Machines planeja ir ainda mais longe, a apenas 300 km de distância.
Outras tentativas frustradas
As iniciativas das empresas privadas rumo à Lua são motivadas por cientistas que sustentam a possibilidade da existência de água congelada em cavidades protegidas da luz solar, ocultas na região lunar.
Anteriormente, outras empresas enfrentaram contratempos ao enviar sondas ao satélite.
Em 8 de janeiro, a American Astrobotic lançou o módulo lunar Peregrine. No entanto, a missão teve que ser abortada, pois uma falha no tanque da sonda resultou em um significativo vazamento de combustível, forçando o retorno da aeronave à Terra.
No ano anterior, o módulo japonês Hakuto-R, da empresa Ispace, esgotou seu combustível devido a um erro de cálculo de altitude durante uma tentativa de pouso na Lua.
Por sua vez, a empresa israelense SpaceIL quase concluiu sua missão em 2019, mas enfrentou uma falha a poucos metros do pouso.
Apenas cinco países conseguiram realizar pousos bem-sucedidos na Lua. A União Soviética foi a pioneira, seguida pelos Estados Unidos, que continuam sendo o único país a ter enviado astronautas à superfície lunar.
A China realizou três aterrissagens lunares na última década, seguida pela Índia e, mais recentemente, pelo Japão.
Corrida lunar com sonda privada
A corrida lunar retornou após anúncios da Nasa em enviar um novo foguete à Lua após 50 anos da última missão de sucesso. Enquanto isso, outros países e seus programas espaciais seguiram o exemplo e anunciaram suas próprias tentativas.
Contudo, os Estados Unidos não conseguiram se consolidar como líder, uma vez que suas primeiras tentativas foram frustradas. Com foguetes explodindo e países orientais tomando a dianteira, a corrida se tornou ainda mais acirrada.
É nesse momento que as iniciativas privadas ganham força, com mais orçamento, equipes especialistas e investimentos voltados para fazer essa missão acontecer.
O envio de uma sonda privada seria revolucionário nesse cenário, visto que apenas agências governamentais realizaram esse feito até agora.
Por outro lado, algumas pessoas apontam que a entrada das empresas no ramo espacial seria preocupante. Afinal, concentra a inovação e os estudos mais recentes na mão de megacorporações e seus investimentos.
Dessa forma, a parceria entre os programas espaciais públicos e essas empresas é o que está conquistando o público e os analistas no momento. Para provar se é uma boa ideia, todos aguardam o lançamento da SpaceX.
Fonte: Globo
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